Me Apaixonei Por Uma Mulher (Hiatus)

Sempre foi assim

Adrien não queria terminar a noite do jeito que estava com Marinette.

● Com ela sem olhar em sua cara.

● Mesmo pedindo desculpas e se explicando ela estava com raiva.

● Fingindo não conhecer ele na frente daquele senhor que agora atendia outras pessoas.

● E o pior, sabendo que talvez poderia ter sido diferente, talvez estariam rindo e marcando o segundo encontro.

● Ou até... Fazendo aquilo que tanto sonhava com ela, se beijando.

Lógico que não pensava que ela era uma qualquer que beijava uma pessoa que tanto a ofendeu no primeiro programa. Mas talvez a conexão dos dois, que ele pensava que poderia existir ( e de fato existia ) não conseguiria segurar os dois. E estariam com as bocas se tocando NESSE EXATO MOMENTO, se ele não tivesse falado AQUILO.

Ele tinha que fazer alguma coisa, o homem já tinha oferecido sem ela pedir um pouco de macarrão e caldo. Como ele pensava ela deveria conhecer várias pessoas que trabalhavam fazendo comida. Ela deveria gostar muito de comer, o que tinha sido o problema da noite.

Na verdade não isso, aquilo não tinha problema nenhum. O problema tinha sido a boca dele ter falado merda. 

Ela tinha a simplicidade e simpatia de virar amiga de todos a sua volta.

- Não sei porque me seguiu até aqui, eu disse que poderia ir embora. - Ela falou com a cabeça abaixada sem olha-lo.

- Eu tava com f.... - Ele tinha que mostrar que se importava. - Vontade de melhorar a situação e com fome.

- A situação pode não melhorar, já a sua fome eu não sei.

- Eu já tentei me explicar, o que mais eu preciso fazer?

- Eu aceitei a sua explicação.

- Então por que não tá tudo bem?  Porque não quis falar comigo no carro? E também não tá olhando pra mim?

Marinette tomou fôlego e coragem, para depois de algum tempo olhar para a cara dele.

- Eu vou te explicar: Os caras sempre diziam que eu era incrível.

- Você é incrível, eu disse que você era...

- Deixa eu terminar. - Ela não estava se achando, iria explicar uma cosias séria. - Eu notava que eles só queriam ficar comigo se fosse escondidos, ou talvez só queriam dizer que tinha me pegado. Mas nunca queriam ser vistos comigo ou almoçar comigo na faculdade... Eu acho que sempre causei vergonha nas pessoas com quem eu me relacionei, seja por falta de autoestima ou pelo jeito que eu me comporto. 

- Marinett... - Adrien estava se sentindo um lixo com aquela história toda.

- Mas nunca ninguém disse nada, no fundo bem no fundo eu sabia que era verdade... Mas eu não queria acreditar. Nunca ninguém tinha dito então eu pensava que era coisa da minha cabeça. - Ela deu uma pausa, era muito difícil falar aquilo. - Até que você falou, então eu tava certa, agradeço por isso.

- ...

Adrien nem tinha forças pra falar algo, aquilo também tinha mexido com ele.

- Muito obrigada Jean, tava delicioso. - Ela disse para o cozinheiro. Tentando mostrar um sorriso.

- Obrigado Marinette, você é a minha melhor cliente, sempre gosto que venha aqui.

- Eu prometo que vou te pagar é que o meu dinheiro todo foi embora.

- Sem problemas, não de preocupe com isso. - Ele falou negando.

- Então até mais. - Ela acenou.

- Tchau. - O senhor depois de perder a imagem da azulada olhou pra Adrien. - O senhor vai querer mais alguma coisa?

Ele podia deixar ela ir embora daquele jeito. Tinha que fazer algo e RÁPIDO.

- Eu só vou falar com ela, rapidinho.  Prometo que vou pagar.

- Tudo bem.

Dito aquilo Adrien foi correndo até ela que estava na calçada esperando um táxi chegar.

- Espera aí.

- O que foi? - Depois de tudo o que ela tinha falado, o que mais ele queria falar? - Já expliquei.

- Já mas... Como a gente fica? - Naquele tempo o táxi já tinha parado em frente a ela. - Não vai querer que eu trabalhe mais no salão?

Ela que estava com a mão para o a porta do carro, parou e olhou para ele.

- Você é um bom cabeleireiro, o que acontece fora do trabalho fica fora não se preocupa.

Ela entrou no carro, se sentou no banco de trás, fechou a porta. Ele ficou encostado no carro, ela o olhava com uma cara tipo " Vai, me deixa ir embora logo." Ela não podia ficar mais lá, com aquele homem que tinha te magoado porque querendo ou não ele também tinha balançado com seu coração.

- Eu nunca tive vergonha de você, é que... Tudo em você é novo pra mim, eu sempre vivi na bolha distante das pessoas. Quando eu conheço alguém e desconheço algo, pareço assustado. Me desculpa mesmo. - Sua última frase tinha saído com tanto sentimento que parecia um pedido de perdão por ter matado alguém.

Ela assentiu e falou:

- Aproveita o feriado. A gente se vê terça.

Ele se virou saindo de cima do carro.

- Obrigado, pra você também. Até terça.

Assim ela falou o endereço ao motorista e o homem andou com o carro, levando uma mulher que depois de virar a rua não se aguentou e derrubou algumas lágrimas de seus olhos.

Enquanto Adrien via sua chance de ser feliz levada pelo carro, ele choraria também mas em sua casa, no seu quarto onde sonhou tantas vezes com a mulher que magoou. Depois foi ao food-truck pagar o que tinha comido e também a conta de Marinette.

- O senhor conhece ela para estar fazendo isso? - O homem perguntou.

- Se não fosse por mim, ela não teria gastado tanto. - Adrien se sentia responsável. - É o meu dever fazer pelo menos isso.

- Como quiser.

- Sua comida é muito boa, ela tem razão de ter vindo pra cá. - Adrien sorria para o homem.

- Agradeço meu filho.

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