De novo, sim de novo...
Não de novo, não...
As costas na parede úmida do banheiro, lagrimas presas dentro de mim, fui fraca, tão... fraca...
O nojo, nojo de mim mesma, raiva de olhar para minhas mãos, ódio da minha alma, repulsa de me olhar no espelho. Como pude ser tão fraca?
Sentada no chão, chuveiro ligado, a água a percorrer meu corpo imundo, água que não me lava, água que apenas molha e com ela trás minhas mais profundas tristezas.
Por que se repete? Sempre a mesma coisa, a mesma maldita coisa... Como um ser fraco como eu poderia parar? Como poderia largar os vícios da maldita vida humana?
Indigna, como uma maldita jogada no chão, quero a dor, quero sentir a dor, só a dor me faz sentir o alívio da culpa, só a dor....
De novo não, por favor não.... A raiva domina, novamente ela vem, meu corpo estremece, minhas mãos tremem, meus dedos se prendem em meu braço, as unhas cravam em minha pele...
O último pedido de ajuda é dado em minha mente, ninguém... ninguém....
Corpo pesado, cabeça a mil, controle? Perdido por completo. Socos após socos na parede, mãos doloridas não são mais a preocupação, muito fraco, não adianta! Então me jogo, de encontro a parede eu vou, uma, duas, três vezes...Maldita, o ponto certo, a consciência involuntária é desligada, junto dela se vai o corpo, ambos no chão. A dor física não se compara ao rombo em meu peito, o peso, peso do vazio, contaminada, amaldiçoada pelo mundo, envergonhada por si mesma....
A água que escorre é morna, por que o piso parece tão frio?
***
São emoções que saem como bem entende, sem pudor ou dó, sem beleza ou dignidade, apenas jorram para fora de uma alma ferida por si própria....
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Nolui per Chartam
PoetrySentimentos diversos Palavras ditas apenas em um pedaço de papel Com emoção Alegrias, tristezas, ou raivas Poesias sobre a vida Não apenas sua beleza Mas também sua frieza Sem plágio por favor! 100% Original. {Toda a obra posta aqui foi feita anter...