𝐕 ❫ Linphea

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  "Morte, que mistérios encerras?...Ninguém o sabe...Todos o podem saber...Basta ir ao teu encontro."

    ~Anônimo

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    ~Anônimo

Bastou uma noite desde o ocorrido no campo de treinamento, e Victor chegou a uma nova perspectiva sobre o acontecimento. Embora não se sentisse necessariamente controlado, julgava que sua atitude durante o treino não havia sido apropriada e que uma conversa com Julius se fazia necessária.

Despertado cedo, como de costume, Victor se aventurou para dirigir-se à casa de Julius. Como forma de agradecimento pelo treinamento, ele pediu a Rosa que preparasse alguns pães para levar ao treinador.

Ao sair de casa, o sol acabava de nascer, criando uma atmosfera agradável com o canto das aves e os gentis raios de sol que vez ou outra escapavam pelas frestas das densas nuvens de uma chuva recente. O caminho até a casa de Julius era curto; o homem morava nas proximidades, e em questão de minutos, Victor já estava lá.

O jovem manteve o olhar fixo na entrada de madeira da residência e, reunindo coragem, bateu à porta. Após alguns instantes, Julius abriu-a vagarosamente, trajando roupas que aparentemente eram usadas para dormir, com seus cabelos desalinhados e com as mãos na boca enquanto bocejava.

— Victor? — disse Julius, demonstrando surpresa pela visita.

—Olá... Posso entrar? — Victor falou, transmitindo certo desconforto.

— Entre. — Respondeu Julius, abrindo espaço para que ele passasse.

Com um misto de curiosidade e nostalgia, Victor adentrou a casa, observando atentamente o ambiente ao redor. As cabeças dos animais caçados estavam dispostas em uma parede próxima à lareira de pedras já apagada. A lenha ainda exalava fumaça, aparentava ter sido recentemente apagada. O aroma ainda se mantinha apesar do ano sem estar ali, um agradável cheiro de lar, era aconchegante.

— Então... — Victor começou a falar, mas hesitou.

—Então? — Indagou Julius, exibindo uma expressão confusa.

—Eu queria me desculpar pelo treino. Nem sequer pedi desculpas pelo chute que dei no seu queixo... — Victor não resistiu e deu uma risada curta.

— Não tem problema, nem dói mais. — Disse Julius, dando de ombros, passando uma das mãos abaixo do queixo.

—Aham, vou fingir que acredito em você. — Victor replicou, cerrando os olhos.

— Não se preocupe com isso, não estou com raiva nem nada. — Afirmou Julius, servindo-se de um copo de barro e bebendo a água contida nele.

—Eu imaginei que não, você não é desse tipo. Só queria pedir desculpas para evitar ter a consciência pesada e me arrepender depois. — Victor afirmou com sua habitual sinceridade enquanto tocava em pequenos utensílios de madeira que haviam na mesinha ao seu lado.

A Entidade • Livro 1 | OS NOVE DEMÔNIOS SUPERIORES (EM REEDIÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora