Depois de ter você

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— Germano! Germano! - a mulher gritava agoniada. — Amor, volta! 



— Mãe, acorda! - Fabinho sacudiu a mais velha.



Ao escutar o filho chamá-la, a editora sentiu o corpo relaxar após tanta tensão vivida em um sonho que a desestabilizou por inteira. Ver a morte do próprio marido em uma sala de cirurgia não é fácil, mas graças aos céus, era só um pesadelo.



— Cadê seu pai, Fabinho? - questionou querendo descer da cama, mas foi interrompida pelo rapaz.



— Calma, mãe! O papai está na UTI.



— Ah! - respirou aliviada. Era realmente um pesadelo. — Como foi a cirurgia dele? O que aconteceu enquanto eu dormia? - bombardeou o jovem com questionamentos.



— A cirurgia foi um sucesso, por sorte, a bala não perfurou muito. - sentou ao lado da editora. — Era quase duas da manhã quando tiraram o papai da sala de cirurgia e levaram para UTI para ele ficar em observação. - pegou a mão da mãe e apertou. — Ele está bem. O médico assegurou que em no máximo quatro dias ele pega alta, se não houver alteração no quadro.



— Que alívio, meu Deus! - colocou a mão sobre o peito. — Eu tive um pesadelo horrível.



— Quer contar?



— Resumindo, seu pai morria. - suspirou. — E eu não quero mais pensar nisso. Quero vê-lo, agora! - largou a mão do rapaz e desceu da maca.



— Mas não dá para entrar na UTI, mãe. - Fabinho tentou conte-la.



— Não importa, eu quero ver ele nem que seja pela vidro. - falou e saiu caminhando rumo ao corredor das UTI's.



A editora olhava pelos vidros de observação nervosa a procura do esposo, até que o encontrou no penúltimo quarto. Sua respiração que antes estava irregular, foi se acalmando ao passo em que ela admirava o homem dormir tranquilamente.



— Viu? Ele tá bem. - o filho constatou a abraçando.



— Eu precisava me certificar. O sonho que eu tive foi tão real. - olhou para o jovem. — Se eu perdesse seu pai, não sei o que seria de mim.



— Nós não iremos perdê-lo.



— Vaso ruim não quebra cedo não, gente. - Otávio comentou aproximando-se dos dois, acompanhado de Cecília. Os dois traziam consigo dois copos de cafés. — Aqui, para vocês. - entregaram os copos a Fabinho e Lili.



— Como você está? - a empresária dirigiu-se a editora.



— Melhor agora, que eu vi ele. - constatou olhando novamente para Germano, que ainda dormia. — Que horas ele acorda?



— O médico disse que o efeito da anestesia iria passar umas quatorze horas depois. - Fabinho respondeu. — São oito da manhã, a cirurgia começou às onze e pouco da noite, por volta de uma tarde ele acorda. - constatou.



— Vocês não querem ir em casa? Nós ficamos aqui com ele. - Cecília sugeriu apontando para ela e Otávio.



— É gente. - o mesmo concordou. — Vão em casa, tomem um banho, comam alguma coisa e voltem.



— Não quero deixar ele aqui. - Lili comentou receosa. Ainda estava pensando no pesadelo que havia tido.



— Ele vai ficar bem. Qualquer coisa eu ligo para vocês. - Tavinho tocou as costas da editora. — Vai logo, Lili. Antes que eu te leve a força.



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