Atrapalho?

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O filho estava desacreditado sobre o que pai acabara de falar.



— Eu não acredito que você vai desistir dela?



— Meu filho, já fazem nove meses. - levantou-se. — Ela está bem, estabilizada e feliz.



— E você pai? Vai ficar nessa? - o homem o olhou como se não entendesse o que o rapaz queria dizer. — A vida dela andou e a sua? Quando anda?



— Fabinho, vamos trabalhar. - gargalhou do filho.



— Pai, olha para mim. - o químico o olhou. — Você vai sair dessa fossa e eu vou te ajudar.



— Tenho até medo das suas ajudas.



— Confia em mim, paizão. - tocou o ombro do mais velho. — Aliás, preciso de um favor seu. - Germano assentiu para que ele continuasse a falar. — Felizmente eu não suporto o Rafael e não vou aguentar ele lá em casa. Sabe como é, né? Homem grudento. - brincou fazendo o pai gargalhar. — Deixa eu morar contigo por um tempo até achar um apê para mim.



— Com certeza. - sorriu. — Quando pretende se mudar?



— Hoje. - o jovem falou animado.



— E sua mãe?



— Ela tem que entender. A vida é feita de escolhas. - piscou para o homem. — Agora vamos ver os novos produtos. - puxou-o rumo ao laboratório.



O dia foi corrido e cheio de trabalho para Germano e Fabinho. Ao anoitecer o filho avisou o pai que iria pegar suas malas e que talvez chegaria um pouco tarde em detrimento da conversa que teria com a mãe, o mais velho apensa assentiu e entregou a chave reserva de seu apartamento para o rapaz.



— Boa noite, mãe. - adentrou a casa observando a mulher sentada no sofá.



— Oi, meu filho. - levantou-se e foi até ele. — Chegou tarde hoje. - abraçou-o.



— Estava no laboratório com meu pai e só passei em casa para pegar minhas coisas.



— Como assim, filho? - assustou-se.



— Vou passar um tempo com meu pai, mãe. Espero que não se incomode.



— Mas porque? - não estava compreendendo a decisão do filho.



— Só estou afim de morar com ele. Algum problema?



— Nenhum. Mas você sempre foi mais apegado a mim. - estava com ciúmes.



— As coisas mudam, né? - a olhou. — Enquanto você viajava o mundo com seu namorado, eu e meu pai estreitávamos mais os laços. Eu já estava querendo isso faz um tempo.



— Fico feliz que vocês estejam bem, mas não vejo motivos para você me deixar só aqui.



— Você tem seu namorado, dona Lili. - ironizou e subiu para seu quarto.



A mulher ainda tentava digerir a última fala do filho. Será que ele estava com birra por conta do seu namoro? Iria tirar aquilo a limpo. Subiu atrás do filho.



— Isso tudo é por conta do Rafael? - entrou no quarto.



— Mãe, eu só quero ficar com meu pai. É tão difícil entender? - a encarou enquanto colocava algumas roupas na mala.



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