Inicio de uma jornada e o Lagarto Demônio

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    Logo cheguei ao mesmo bar de antes. Onde encontrei Helena sentada em uma mesa, me aproximei e sentei ao lado da mesma para comer algo antes de partir.

    -Quer mesmo ir? – Perguntei.

    -Não tenho nada melhor para fazer mesmo. – Helena respondeu.

    Fiquei quieto até o momento em que partimos, para chegar até o país do leste teríamos que atravessar toda a cidade de Tirty, o que claramente causariam alguns efeitos em Helena, tendo em mente que ela viveu a maior parte da vida dela lá. A viagem a princípio estava bem calma, mas logo percebi a tristeza no olhar de Helena.

    -Sabe que nada disso foi culpa sua? – Eu perguntei tentando acalmar Helena.

    -Eu sei, só acho difícil continuar vivendo mesmo depois de ter perdido tudo e todos. – Helena disse e parou em frente aos destroços do que parecia ser uma escola. – E no fim, eu nunca cheguei até aqui.

    -De fato é complicado viver quando se perde aquilo que ama. – Eu disse.

    -Então você perdeu tudo? – Helena perguntou. – Por isso não se importa em pedir a vida eterna ao Polium e ver todos morrerem... Eles já estão mortos.

    Segui em silêncio. Tudo ao redor estava completamente destruído, em algumas partes ainda havia cinzas, estava muito frio, apesar de estar de dia. E conforme o tempo passava e a noite se aproximava ia ficando cada vez mais frio. Algumas construções ainda eram distinguíveis, como a antiga escola de Helena, algumas lojas e o que poderia ser um supermercado, mas algo me chamou muito a atenção, havia uma casa que estava de pé, e não muito destruída. Seria um ótimo lugar para passar a noite.

    -Tá com sono? – Perguntei a Helena.

    -Só um pouco de fome. – Ela respondeu.

    -Vamos ficar naquela casa. – Eu disse me aproximando lentamente da mesma.

    Ao chegar bem próximo, pude ouvir alguns barulhos vindos de dentro da mesma. Abri a porta lentamente e pude ver uma sombra um pouco distante, no fim de um corredor.

    -Se entrarem sem permissão eu mato vocês. – Alguém gritou lá de dentro. – Tendo dito isso. Vocês têm permissão para entrar, mas, se tentarem me matar, não serão os primeiros, e nem os últimos!

    Senti o ar esfriando cada vez mais. Ao me concentrar consegui ver uma neblina muito fraca, porém visível. Senti também se manifestar da sombra no fim do corredor a mesma aura que senti em Helena, mas era muito pior. Eu senti que poderia morrer a qualquer instante. Apesar de querer recuar, eu entrei, e ao me aproximar daquele ser, ele foi ganhando forma em minha vista, até por fim, eu ver um humano, alto, forte, cabelos pretos, curtos, e barba por fazer.

    -Meu nome é Marcello. Quem são vocês e o que os trouxeram até aqui? – O homem perguntou se dirigindo ao que parecia ser uma cozinha.

    Por dentro, a casa estava completamente limpa e organizada, como se ele morasse ali há muito tempo.

    -Eu sou Kaler e aquela é Helena. – Eu disse apontando para Helena que estava um pouco mais atrás observando a casa. – Nós vimos que essa casa estava inteira e decidimos passar a noite aqui, estamos indo para o leste.

    -Kaler? – O homem perguntou e começou a rir.

    -Sim, qual a graça? – Perguntei assustado.

    O homem me olhou dos pés à cabeça e virou de costas.

    -Estão com fome? – Ele perguntou.

História de um Imortal 02Onde histórias criam vida. Descubra agora