capítulo 23

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Era sábado de manhã quando despertei numa cama confortável, coberta com um edredom macio com cheirinho de amaciante e só então percebi que o que eu estava passando não era um terrível pesadelo e sim minha mas nova realidade

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Era sábado de manhã quando despertei numa cama confortável, coberta com um edredom macio com cheirinho de amaciante e só então percebi que o que eu estava passando não era um terrível pesadelo e sim minha mas nova realidade. Mas eu iria passar por aquilo, como passaria por qualquer outra dificuldade, de cabeça erguida, dando sempre o meu melhor para superar qualquer obstáculo que viesse a minha frente

— Você já está acordada? — Sara abriu a porta devagar e me viu terminando de me vestir — você vai sair?

— Eu não posso ficar parada, tenho que encontrar um emprego e um lugar pra ficar, não posso ficar dependendo de vocês, não quero abusar da boa vontade de dona Stela e nem da sua

— Amélia — ela disse enquanto se aproximava de mim — você sabe que nunca será um fardo para nós, te amos como se fosse nossa própria família... — deu uma pausa e respirou fundo — eu ainda não consigo imaginar como o tio Pedro foi capaz de fazer uma merda dessa com você — sua voz estava carrega de raiva e mágoa — como que um pai é capaz de fazer e falar algo tão terrível para uma filha

— Essas são perguntas que ficarão sem respostas. Eu não o que se passa na cabeça dele, mas eu sempre tive dúvidas se ele me amava de verdade e sobre isso acho que agora já tenho a resposta

— Não fica assim — ela me envolveu num abraço apertado, mas eu não chorei, tinha prometido para mim mesma que meu pai havia morrido para mim, na mesma noite que me tratou como uma vagabunda e me expulsou de casa, lógico que de forma alguma lhe desejaria o mal, mas também fingiria que ele nunca existiu em minha vida — eu não se você vai gostar, mas a vovó tem uma coisa pra falar com você, ela está nos esperando para tomar café da manhã com ela

Se tem uma coisa que eu sou é curiosa, então me apressei em me vestir para saber logo o que dona Stela queria tanto me dizer

— Como você está menina? — ela perguntou com sua doce voz

Dona Stela lembrava muito minha vozinha, eu me sentia confortável em falar com ela sobre o que estava me acontecendo

— Eu estou tentando esquecer tudo o que aconteceu e apenas seguir em frente Dona Stela

— Não precisa me chamar de dona Stela, apenas me chame de vó, ou vó Stela se assim achar melhor. — seu olhar de ternura me alcançou e senti meus olhos se encher de lágrimas. Como uma pessoa que me conhece a tão pouco tempo pode sentir um carinho tão grande por mim e meu próprio pai que viveu ao meu lado praticamente a minha vida inteira me trata como uma qualquer? — sei que sua mente deve estar uma confusão nesse momento, mas eu tenho uma proposta a te fazer — Sara apenas olhava tudo com um sorriso enorme no rosto, como se já soubesse o dona Stela, ops vó Stela tinha pra me dizer

— Eu não posso ficar aqui... — me adiante nas palavras — eu e Daniel não damos muito certo juntos — fui sincera — ele está bem com a Laura e eu preciso me manter distante o máximo possível

— Apenas escuta a vovó — Sara me repreendeu e eu me calei

— Sabe Amélia, você é uma ótima pessoa, além disso, é muito sincera, qualidade essa que muito admiro eu sei que algo aconteceu entre você e Daniel, sei também que algo está o incomodando e ele é do tipo que sofre calado, ele sempre foi muito reservado e isso as vezes o atrapalha bastante, eu espero de coração que um dia vocês se resolvam.

— Eu também... Mas a dor que sinto ainda é forte, acho que só o tempo vai me ajudar a superar

— Conta vó... — Sara estava super ansiosa

— Tá... Tá... Nunca vi tão impaciente — rimos juntas — Amélia eu tenho uma casa que está vazia a muito tempo, está em boas condições, só precisa de uma boa faxina lá tem alguns móveis antigos. Resumindo a casa só me serve para guardar quinquilharias, quero saber se você aceita ficar na casa?

— E quanto seria o valor do aluguel dona... Vó Stela?

— Eu apenas quero que você cuide da casa. Está abandonada como eu já menscionei e eu não tenho tempo e muito menos saúde para tá zelando por ela, acredito que tenha algumas coisas que possam ser útil para você e o que não servir pode jogar fora

— Sério mesmo? — perguntei ainda incrédula e ela confirmou, pulei da cadeira e fui até vó Stela, a abracei e beijei seu rosto em agradecimento por ser tão boa comigo — muito obrigada vó Stela, eu vou cuidar muito bem da sua casa. Eu prometo

Parecia que aos poucos minha vida estava voltando aos trilhos, agora eu já tinha um lugar onde ficar e de acordo com vó Stela lá tinha móveis que eu poderia usar.

Depois do café a campainha tocou e quando Sara abriu era o Felipe, ele estava lá assim como havia prometido no dia anterior

— Você chegou em uma ótima hora — fui ao encontro dele e o abracei

Não sei ao certo porque fiz isso, mas eu fiz e ele correspondeu

— Você me parece um pouco mais alegre do que ontem — ele segurou o meu queixo e levantou meu rosto, me olhando bem dentro dos meus olhos

— E eu estou! — disse animada — vó Stela me disse que poderia ficar em sua casa, está abandonada e precisa de uma boa faxina

— Sei... E pelo que estou percebendo você quer minha ajuda?!

— Claro né Felipe — Sara disse — soube que você é um ótimo faxineiro, limpa tudo o que aparece no seu caminho

Aquela conversa parecia ter um duplo sentido, mas eu estava contente de mais para ter que me preocupar com aquilo

E então o que me diz?

— É... Eu acho que volto mais tarde... — ele deu uma pausa e depois me olhou sorrindo — é claro que ajudo você, não precisava nem perguntar

— Que ótimo, porque estamos indo pra lá agora mesmo

Sara já tinha separado tudo o que iríamos precisar para limpar a casa e os móveis, então pegamos tudo e levamos para o carro de Felipe

Sara já tinha separado tudo o que iríamos precisar para limpar a casa e os móveis, então pegamos tudo e levamos para o carro de Felipe

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