capítulo 26

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— Mas que droga Daniel — me desperto com uma dor no pescoço por ter dormido de mal jeito

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— Mas que droga Daniel — me desperto com uma dor no pescoço por ter dormido de mal jeito. E começar meu dia com Laura resmungando não era nada bom — você me deixou sozinha na cama mais uma vez, o que está acontecendo? Viemos pra cá para tentar resolver nossos problemas, ficar mais juntos e tentar reavivar os sentimentos

— Laura não estou com cabeça nenhuma para discussões a essa hora da manhã — me levantei do sofá e fui até o banheiro escovar os dentes e tomar uma ducha bem quente, mas Laura me seguia a cada passo que eu dava

— Ontem foi aquela maldita ligação que te tirou da cama, e hoje qual a desculpa que você vai me dá? — ela estava parada de braços cruzados, emburrada me olhando enquanto eu tomava banho

— Eu estou com uma ressaca dos infernos, morrendo de dor de cabeça, será que você pode calar a porra da boca e me deixar em paz por pelo menos um minuto

Os olhos dela se encheram de lágrimas, ela simplesmente se virou e saiu me deixando sozinho no banheiro com meus pensamentos conturbados. Eu não queria tratá-la dessa forma, mas as vezes Laura me sufoca.

Eu estava preso a essa relação, preso a ela. Enquanto tudo que eu queria, era estar ao lado de Amélia, ela estava sempre presente em meus pensamentos a todo o momento. A forma como tudo estava entre entre nós estava mexendo comigo, queria tê-la por perto, para cuidar e proteger, nem que seja como uma amiga

Só espero que um dia ela possa me perdoar

Depois que me vesti tomei apenas um café puro, não tinha vontade de comer nada.
Meu estômago estava embrulhado e eu arrependido de ter bebido tanto no dia anterior

Meu celular tocou e eu atendi rapidamente, era do hospital e eles nunca me ligavam quando eu estava de folga, a não ser que fosse urgente

— Temos que voltar — disse assim que desliguei

— Não, não podemos!
Viemos aqui para salvar nosso relacionamento e não fizemos nada a não ser nos distanciar ainda mais

— Tenho que voltar para o hospital, tenho um paciente que está com um estado crítico, precisa fazer quimioterapia mas os pais querem saber meu ponto de vista sobre o caso do menino, já que eu sou o médico que acompanha o filho deles desde o nascimento

— Você pode falar com eles por telefone. Deixa isso pra lá, no hospital tem vários médicos especializados que podem ajudá-los — eu não podia acreditar que ela estava mesmo me dizendo para abandonar meu paciente num momento tão delicado

— Quando você ser mãe, irá entender o medo e a preocupação sobre a saúde de um filho

Isso foi o bastante para ela parar de falar tantas asneiras e começar a organizar as malas

Depois de ir no hospital e ter visto o resultado dos exames do menino tive a comprovação de sua doença, ele tinha leucemia e teria que iniciar seu tratamento com a quimioterapia. A família estava extremamente abalada, fiquei com eles durante o procedimento e só depois voltei pra casa.

Entramos no apartamento e lá estava ele, em pé ao lado de sua mala abraçando vó Stela

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Entramos no apartamento e lá estava ele, em pé ao lado de sua mala abraçando vó Stela.
Quando o vi, senti como se tivessem jogado um balde de água fria em minha cabeça, eu e Sara nos olhamos e parecia que ela sabia exatamente o que estava acontecendo comigo naquele momento

Posso dizer que "medo" seria a palavra correta para aquele sentimento, medo de vê-lo, de estar com ele, ou até mesmo perto dele, medo de não conseguir superar meus sentimentos e de me machucar ainda mais

Daniel se virou em minha direção, e como se estivesse em câmera lenta seus paços o trouxeram até mim

— Posso falar um minuto com você? — antes de dá minha resposta, olhei em volta e vi que já estávamos sozinhos

Eu não podia dizer não, estava na casa dele, sendo ajudada pela família dele, não me restava mais nada a não ser encarar de frente aquela conversa de que eu tanto fugia

— Pode dizer — respira fundo, devagar e se acalma

— Soube o que aconteceu com você e sinto muito por tudo o que está passando, sei também que não queria me ver, e se preferir eu posso ir pro meu quarto e me trancar lá até a hora de você partir

— Não precisa ficar trancafiado em seu quarto, eu é que estou em sua casa quando não deveria estar

— Amélia... — suas mãos veio de encontro as minhas, e por algum motivo eu as deixei ali, bem entre as mãos fortes do homem mais perfeito que um dia conheci — desde o princípio disse que não queria te magoar, eu sempre fui verdadeiro com você e se pudesse estaria com você agora

— E porque não pode?

— A Laura está em um momento delicado. Ela precisa de mim, mas quero que saiba que meus sentimentos por você são verdadeiros

— Fico muito feliz em saber disso. Nossa... você nem imagina o quanto — ironizei. Puxei minhas mãos e o olhei seria — você gosta de mim, mas é com Laura que você está, eu tô cansada disso. Parece que eu nunca sou o bastante, nem pra você e nem pra ninguém

Ele me puxou e me abraçou forte  me fazendo sentir seu perfume e o calor de seu corpo, aquela dor estava me consumindo pouco a pouco, e tudo que eu queria era poder arranca-la do meu peito e poder seguir em frente

— Me deixa estar com você, cuidar de você. Tudo que eu quero é te ver bem, eu ainda sou o mesmo Daniel de sempre, o mesmo garoto bobo que fazia de tudo para ver você feliz

Aquilo me atingiu de uma forma inexplicável. Daniel havia participado da maior parte da minha vida e por mais que eu tentasse seria impossível me manter longe dele

 Daniel havia participado da maior parte da minha vida e por mais que eu tentasse seria impossível me manter longe dele

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