capítulo 58

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Daniel

Estava me preparando para atender outro paciente quando uma enfermeira entrou pela porta do meu consultório

— Doutor desculpe invadir seu consultório assim é que tem um senhor bem alterado na recepção e ele disse que precisava falar com você

— Comigo?

— Sim. Os seguranças interceptaram a entrada dele, ele está visivelmente alterado... Achei melhor vir te chamar. Ele gritou algo sobre a filha mas não entendi direito

— Obrigado por vir me informar!

Sai do consultório e segui até a recepção com pressa não imaginava o que seria mais obviamente era urgente.
Assim que cheguei vi o velho Pedro sentado em uma das cadeiras sendo vigiado por um dos seguranças do hospital

— O que aconteceu, cadê Amélia? — perguntei assim que aproximei dele atraindo a atenção de alguns curiosos

— Ela foi levada a alguns minutos, estava em trabalho de parto. Ela pediu para que eu te chamasse mas não me deixaram te importunar porque que você estava com paciente mesmo eu dizendo que era urgente

Liberei a passagem de Pedro trazendo-o comigo até a sala de espera da ala da maternidade.
Dona Lurdes estava apreensiva rezando com um terço nas mãos sentada em uma das cadeiras, logo Pedro foi até ela e a abraçou

— Como está nossa menina Lú? — ele perguntou

— Eu não sei Pedro... Ninguém trouxe notícias até agora

Uma preocupação imensa tomou conta de mim naquele momento, o medo de perde-las tinha se instalado em meu peito e tudo que eu precisava era ter a certeza de que elas estivam bem

— Eu vê-la e logo trago notícias assim que possível

— Cuida da minha menina Daniel — Dona Lurdes disse com os olhos marejados

Fui até o balcão de informações que ficava ali mesmo na sala de espera e perguntei a atendente sobre a paciente Amélia Castro dos Santos, depois de olhar alguns papéis recebi a notícia de que  Amélia já estava na sala de cirurgia e isso era tudo que ela sabia até o momento, me apressei  e me vesti adequadamente para poder vê-la. A cada passo que eu dava em direção a sala de cirurgia mais nervoso eu ficava

Como se isso fosse possível.

Quando finalmente cheguei na sala a vi praticamente sem forças, suas pernas erguidas enquanto o Alberto a mandava empurrar com toda a força, o olhar dele não era dos melhores e quando me viu apenas assentiu com a cabeça como se estivesse permitindo minha presença ali

...

Amélia

Eu estava cansada, com dor e desesperada para que tudo aquilo acabasse logo de uma vez.

Entre uma respiração e outra a dor se intensificava e eu me esforçava para expulsar minha pequenina, mas de alguma forma eu não estava conseguindo e já temia pelo pior

Minhas forças já não eram as mesmas e eu me sentia esgotada

— Respira fundo e empurre com toda sua força, a vida da sua filha depende de você — O médico disse

As lágrimas de desespero já desciam pelo meu rosto quando senti uma mão segurar a minha, olhei pro lado e lá estava Daniel me transmitindo a força e confiança de que eu precisava

— Vai dá tudo certo Amélia... Chegou a hora da nossa Sophia nascer. Força meu amor. Força

Ainda com com os olhos nele, coloquei todas as forças que ainda tinha em meu corpo, um grito forte saiu de minha garganta e então senti um alívio tomar conta de mim quando choro agudo e fino ecoou por toda a sala

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