Ande por Estas Estradas

801 131 42
                                    

Draco estava atrás de Harry, então ele não podia ver sua expressão enquanto lia as palavras escritas na pedra. Mas ele viu as paredes do corredor mudarem para gelo, e ele certamente sentiu quando a magia crescente de Harry o fez desmaiar.

Felizmente, foi apenas por alguns momentos, e quando ele acordou e ficou de pé, a Professora McGonagall estava obstruindo a passagem de Harry pelo corredor. "Não, Harry", disse ela com firmeza, uma mão em seu ombro. Draco podia ver que o rosto dela estava pálido, mas ela não recuou. "Devo saber para onde você está indo."

"Ele vai resgatar o irmão dele, Professor," Draco disse, forçando sua voz a ficar arrastada. Ele enfiou uma mão no bolso, para sentir o copo quente de sua garrafa e se assegurar de que seu Harry ainda estava lá, em algum lugar sob a raiva fria que ele havia crescido. "E eu vou ajudá-lo. Agora, por favor, saia do caminho."

McGonagall se virou e olhou para ele. Draco ergueu as sobrancelhas. Ela estava mais cansada do que ele pensava, se os fios de cabelo grisalho escapando de seu coque fossem qualquer indicação. Isso o acalmou.

"Sr. Malfoy, eu certamente não posso deixar dois alunos correrem perigo-" ela começou afetadamente.

"Então você terá que me impedir."

Draco fechou os olhos e lutou contra a dor de cabeça que queria dominá-lo enquanto Harry voltava sua atenção para a Professora McGonagall. Harry estava com raiva, e era uma raiva além de qualquer coisa que Draco vira nele antes. O gelo nas paredes do corredor estava se espalhando, pululando sobre a pedra em delicados tentáculos de geada e sondando o teto.

"Sr. Potter," disse McGonagall. Ela não parecia estar com medo, mas ela era uma Grifinória, não era? Draco sabia que eles não sabiam quando dar meia-volta e correr, quando era sensato para sua própria segurança. "Não vou deixar mais dois alunos colocarem suas vidas em perigo."

"Tom Riddle está com meu irmão."

Draco arriscou um olhar para o rosto de Harry e então desejou que não tivesse. O rosto e a boca de Harry estavam definidos em linhas sombrias, mas de seus olhos, ele estava gritando continuamente, e simplesmente não deixando o som sair.

"Isso não significa que você precisa arriscar sua vida, Sr. Potter", disse McGonagall. Ela cruzou os braços.

Gato velho intrometido, Draco pensou. Ele desejou que fosse o Professor Snape quem os tivesse encontrado. Ele teria entendido a necessidade intensa de Harry de ir caçar seu irmão, pelo menos. Ele tinha compartilhado a mente de Harry.

Assim como Draco, e ele entendeu que Harry não seria desviado agora. A melhor coisa que ele poderia fazer era ficar quieto e seguir em frente para a missão de resgate, para que Harry tivesse pelo menos uma pessoa lá que o entendesse, alguém que não pudesse ser possuído e se voltasse contra ele. Caso contrário, Draco sabia, ele iria para qualquer lugar que Riddle tivesse levado seu irmão - provavelmente a Câmara Secreta - sozinho. E Draco não ia deixar isso acontecer.

"Sim," disse Harry. Ele falava agora com os dentes cerrados, como se também tivesse uma dor de cabeça, e sua cobra se mexeu em seu braço, enfiando a cabeça pela ponta de sua manga. "Eu sou a melhor pessoa para resgatá-lo, por razões que não posso perder tempo para explicar para você."

"Diretor Dumbledore-" McGonagall começou.

Harry riu. O som era assustador para Draco, totalmente vazio e frio. Parecia mais do que a risada que ouvira Tom Riddle dar, durante a batalha quando Harry lutou contra ele e Draco pairou nas sombras, com permissão para assistir, mas não ajudar. Ele se aproximou de Harry. Quase o deixou louco da última vez, não ser capaz de ajudar. Ele agarrou a garrafa e sentiu as luzes mudarem e pressionarem contra suas palmas.

No Mouth But Some Serpent's - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora