A recíproca é verdadeira

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POV - Narrador

Miranda preparava panquecas para o café da manhã, enquanto a máquina de café ao lado trabalhava para lhe fornecer o liquido renovador de energias. Sua mente tentava processar os acontecimentos da noite anterior, mas era tudo uma enorme bagunça e confusão. Ela se lembrava de cada segundo, é claro. Mas, isso não significava que as coisas estavam claras ou que fossem capazes de ser explicadas. A editora-chefe da Runway estava confusa e esse não era um sentimento que ela gostava de sentir. 

— Respira, Miranda! Respira! — falava para si mesma, como se fosse um mantra. Priestly ouviu barulho de passos na escada. Sabia que era Andrea e que, muito provavelmente, a morena estaria cheia de perguntas. Então, estava se preparando para todas elas. Quando Andy adentrou sua cozinha, seu semblante era totalmente diferente do que Miranda esperava. 

— Bom dia! — saudou e se sentou em uma das cadeiras altas que compunham a bancada de mármore em L, que ficava localizada quase que no centro da cozinha. 

— Bom dia, Andrea! — Andy estranhou aquele gesto, até porque Miranda nunca respondia suas saudações. Seu rosto denunciava sua surpresa e Miranda percebeu — Eu não sou tão ruim quanto pareço, Andrea. Mas, tenho uma reputação a zelar — ao dizer isso, a editora virou seu corpo em direção à sua segunda assistente, tornando possível que a mesma conseguisse ver o prato cheio de panquecas recém feitas. 

— Acho que tem muita coisa sobre você que eu não sei… — resmungou para si.

— Pode apostar que tem — se sentou de frente para Andy — Espero que goste! — foi tudo o que disseram antes e durante o café da manhã. 

O clima entre as duas estava completamente diferente do normal. Andrea sentia que Miranda estava diferente. Parecia menos… Miranda?! 

Não sei nem se isso é possível! 

Andy sabia que, depois da noite que tiveram, as coisas entre elas mudariam. Só não sabia dizer se era para melhor ou para pior. Priestly também sentia que estava diferente, sentia que poderia tirar algo daquela nova atmosfera. Porém, também sentia que Andrea estava hesitante e sabia que não poderia ser tão ela mesma. Caso fosse, a morena recuaria e voltariam ao ponto que estavam. Ou, talvez, o resultado seria pior.

— Sei que quer me perguntar algo… — começou — Pode perguntar! — Andy não sabia se era seguro, mas precisava relembrar de tudo o que havia acontecido na noite anterior, então resolveu soltar logo.

— O que, exatamente, aconteceu? — respirou fundo antes de voltar a falar — Como vim parar aqui e porque não estou com aquele vestido maravilhoso que o Nigel me emprestou? 

Sério que você está perguntando isso, Andrea? Você sabe exatamente o motivo de estar com outra roupa. Vocês transaram a noite inteira, só pode. 

— Eu trouxe você até aqui. Não estava em condições de chegar em casa sozinha — "Parabéns, Andy! Inconsequente!, falou para si mesma — E achei que não iria gostar de dormir com aquele vestido. Não parecia confortável, então arranjei algo adequado para que pudesse dormir melhor. 

— Então nós… — não sabia como perguntar. Na verdade, nem sabia se queria saber — Então nós duas… é… — ou sua dicção naquela manhã estava prejudicada ou Andrea havia desaprendido a fazer perguntas capciosas. Sentia que seu rosto estava começando a formigar e ganhar tons avermelhados. A essa altura, Miranda já estaria rindo internamente e se gabando de a ter levado para a cama. 

— Se quer saber se transamos ou não, a resposta é não — Andy respirou aliviada — Não por falta de tentativas suas, é claro — Sachs faltou procurar um buraco para enfiar a cabeça. 

Leather LadyOnde histórias criam vida. Descubra agora