Inclinando levemente a cabeça, Mew, imediatamente, tratou logo de tirar aquele pensamento da mente enquanto se aproximou e retirou a cesta das mãos do menor,— que ao ceder a cesta de metal, encarou o mais velho sem entender.
— Do que mais precisa? - Suppasit perguntou ao ajeitar as garrafas de suco, preferindo focar sua atenção no que havia sido enviado a fazer do que realçar a tese sobre o sorriso errôneo do rapaz.
Parecendo um pouco surpreso, Gulf negou, balançando suas mãos.
— N-não é preciso, eu...!
— Minha bunda foi ameaçada caso eu não saia daquela porta com sua companhia ao meu lado. - Mew informou a verdade sobre sua situação numa pequena brincadeira, impedindo que a hesitação do outro se prolongue por mais tempo quando o mesmo acabou por sorrir. - Pode não parecer, mas os chutes da adorável garota que está dentro do carro são realmente doloridos.
Gulf riu.
— Está preocupado com o bem-estar do seu traseiro?
— Muito! - Suppasit admitiu juntando suas mãos, fazendo o sorriso do rapaz se tornar maior após a brincadeira. - Por favor, me ajude a salva-lo.
Suspirando, o rapaz apertou os lábios.
— Tudo bem, irei concordar já que a ameaça que seu traseiro recebeu seja por minha causa. E possivelmente por minha culpa também. - Gulf disse de forma mais relaxada, fazendo com que o mais velho o encarasse num traço visível de desentendimento a frase.
— Por que o risco que minha bunda está tendo seria sua culpa?
Voltando sua atenção para a estante próxima de doces, Gulf se silenciou com um sorriso travesso.
— Não sei como te dizer isso sem que possa soar estranho, mas... Eu meio que comentei com Mild sobre você quando ele veio conversar comigo esta semana. - Ele continuou segundos depois, pensativo. - Na verdade, fui obrigado a fazer isso. Seu amigo foi tão direto nas perguntas que acabei ficando encurralado e sem alternativas.
Começando a se arrepender por ter aberto a boca, Mew acompanhou os passos do rapaz enquanto a sessão foi mudada para a fileira de salgados.
— Ao julgar pela sua expressão, ele estava certo. - Gulf sibilou ao notar seu silêncio, continuando seu olhar avaliativo para dois sabores do mesmo conteúdo.
Os olhos focam fixamente no rosto do menor.
— Certo sobre o que?
— Eu estava começando a achar que, talvez, você não estaria gostando muito da minha presença; sabe, dividindo o mesmo quarto que você. - Disse sem o encarar, escolhendo outro tipo de salgado. - Mild disse que eu estava errado.
Automaticamente, Mew lançou um olhar perplexo ao mais novo.
— E por que achou isso?
Ficando novamente pensativo, Gulf colocou os dois pacotes de batatas na cesta, olhando em seguida para o maior.
— Pelo jeito que você sempre me olha. Talvez seja impressão minha, mas parece que te deixo desconfortável. - Ele explicou enquanto Mew piscou os olhos após sua resposta, momentaneamente sendo pego desprevenido. - E, também, você não parece muito disposto a conversar comigo.
Estupefato com a declaração, Mew Suppasit balançou a cabeça.
— Eu não fico desconfortável! - Ele declarou firme, fazendo o rapaz sorrir discreto ao se virar outra vez, em busca de outra sessão de guloseimas. - E outra, como eu poderia conversar com você se mal consegue parar no... - Rapidamente, Mew parou no meio da frase, frustrado com sua própria atitude ao ter falado demais. De repente, ele suspirou. - Eu não fico desconfortável com a sua presença, mas também não vou fingir que fico 100% confortável. - Ele muda drasticamente todo o repertório que estava dizendo, desviando o olhar das costas do menor.
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Sua Cor
Любовные романыQuando Mew Suppasit havia encontrado aquele pequeno diário amarelo debaixo de sua carteira, o riso não pôde ser contido diante as palavras de alerta grifadas de vermelho. Na folha de apresentação, como todo diário que se preze, pelo menos um verso s...