6.

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Duas horas haviam se passado desde que suas últimas palavras haviam se encontrado, porém Akaashi continuava desperto na cama. Sem o conhecimento de Bokuto, ele o observou quietamente pelas pálpebras quase cerradas, seus grossos cílios sendo o suficiente par esconder o fato de que ainda estava acordado. Cansado, mas acordado.

Akaashi não conseguia dormir, mas não era a sua infamiliaridade com Bokuto que causava isso. Ele não conseguia dormir por conta de sua honesta fascinação por ele.

Bokuto estava deitado ainda por bastante tempo, sua cabeça inclinada para o lado com uma mão em sua barriga, e a outra em sua lateral. Quando estava assim, Akaashi pensava que estava descansando, e ele quase poderia acreditar naquele pensamento até que Bokuto se contraia acordado de novo, seu corpo empurrando-o para longe do pouco relaxamento que tentava alcançar.

No começo, Akaashi não pensou nada a respeito disso. Bokuto estremecia e voltaria a realidade da maneira que alguém o faria se sonhasse que estivesse caindo. Entretanto Akaashi sabia muito bem que coisa aquela não era possível na condição de Bokuto. Fez com que sentisse pena dele, para dizer o mínimo.

Três vezes, Bokuto sacudiu-se acordado involuntariamente, e três vezes, ele cobriu seus olhos com o antebraço e deu um suspiro silencioso. Akaashi se recusava a reagir á aqueles momentos, esperando poupar a vergonha de sua visita de tê-lo visto. Ele tinha a intenção de fechar os olhos e cair no sono de verdade, mas depois de sentir seu colchão sacudir-se pela quarta vez, ele os abriu.

Akaashi ergueu-se pelos cotovelos. "Bokuto", ele sussurrou.

Alarmado, ele estalou rapidamente. Seu rosto parecia tanto em choque tanto exausto, ao mesmo tempo. "Akaashi? Eu-"

"Não" Sua voz um mero múrmuro, Akaashi aproximou-se de Bokuto, depois retornou a deitar-se de costas, sua cabeça levemente elevada com os travesseiros atrás dela. "Não se desculpe"

Suavemente envergonhado, Bokuto desviou o olhar e esfregou os braços.

"Venha." Akaashi acenou para seu visitante.

Voltando sua atenção a ele, Bokuto encontrou o olhar de Akaashi . Ele tinha uma expressão confusa, perguntando-se apenas o que o outro quisera dizer por aquela palavra.

"Eu disse venha" Ele gesticulou para Bokuto se aproximar. "Venha para cá" Enquanto Akaashi falava, ele estendia uma braço como se preparando-se para alguma espécie de abraço.

Obedecendo com hesitação, Bokuto moveu-se na direção de Akaashi, e deitou-se contra ele, se ajustando na curva de seu braço. Não era dúvida que ele era maior do que Akaashi, mas isso não o impediu de se encaixar perfeitamente.

A cabeça de Bokuto deitava no ombro de Akaashi e os braços desse cautelosamente embrulhavam-se em volta do largo ombro de Bokuto.

Nem um dos dois disse uma palavra.

Minutos passaram-se, e com o tempo, Akaashi podia sentir Bokuto relaxando contra ele, os sinais de fatiga finalmente o esgotando. Sua cabeça caía sobre seu ombro e ambas suas mão descansavam na barriga. Ele estava tentando. Tentando tanto dormir naquela pequena quantidade de sono que o ajudaria no próximo dia, e Akaashi queria ajudar.

Por mais que não quisesse acreditar, Akaashi queria muito ajudar.

Por quê?

Akaashi observou enquanto uma das mão de Bokuto se contraiu involuntariamente, e para o seu receio, não parou. Lentamente, ele levou uma mão e a fechou pela que se contraia, seus quatro dedos encaixando-se pela palma de Bokuto. Em questão de segundos sua mão estava calma novamente.

Akaashi inalou em silêncio. Ele observou enquanto o peito de Bokuto subia e descia com cada respiração que o mantinha vivo. Esta estava controlada, parecida com a de uma pessoa que estaria realmente dormindo. Franzindo os lábios, Akaashi deixou sua cabeça cair de volta aos travesseiros. Ele virou sua cabeça para o lado, de frente a Bokuto. Desse jeito, era possível sentir seu aroma fraco. E ele cheirava como um hospital. 

In Another Life- Bokuaka; Tradução PTBROnde histórias criam vida. Descubra agora