[9] O Vilarejo - Parte 2

13.7K 2.5K 3.3K
                                    

Boa leitura:

Assim que voltaram para a pousada, o ômega tinha em mente que talvez não encontrariam Jackson esperando por eles, mas Jisung correu na frente procurando pelo caçador logo na entrada. Para a sua decepção, apenas a senhora beta dona do local estava lá, com o avental sujo de farinha enquanto falava com dois homens igualmente peculiares. 

Estava lendo seus lábios de longe, mas apenas quando se aproximaram o suficiente, Jisung consegui ouvir o final do diálogo: 

— Você entendeu Lery ? — Ela perguntou. — E você, Leroy ? 

Ambos os homens assentiram e tomaram seus rumos ao serem dispensados pela mais velha.

— Senhora, onde fica aquele poço? — Jisung quis saber, assim que ela virou-se para eles com seu sorriso de sempre.

— Muito longe. Eu fiz bolo, está na cozinha. Vamos.

Tentou mudar de assunto, mas o ômega insistiu:

— Será que eles vão demorar muito?

— Eu não sei, querido. Ainda não adivinho o futuro. — Ela estava perdendo a paciência e ficando cansada de fingir. Jisung a fitou com um olhar decepcionado e ela disfarçou sua cara azeda, sorrindo outra vez: — Minha especialidade são os doces, por que não experimenta um pouco do meu bolinho enquanto espera pelo seu alfa. E você, meu querido, também vai se juntar a nós?

— Pensei que nunca fosse me convidar. — Chanyeol sorriu simpático, tão falso quanto ela. — Já disse que adoro bolos?

— E eu amo fazê-los. — A velha piscou, passando a língua sob os lábios e insinuando-se para o caçador: — Será que é o destino, hm?

— Que coincidência. Eu pensei exatamente a mesma coisa. — Chanyeol mentiu. A velha sorriu de um jeito muito escroto.

Os visitantes foram acomodados em uma sala de estar, com algumas cadeiras confortáveis ao redor de uma mesinha de centro.  Eles aguardaram até que a senhora retornasse trazendo o bolo. Jisung sorriu conforme a anfitriã partia um pedaço para ele, imaginando que, se seu alfa estivesse ali, certamente iria estudar o conteúdo antes de deixá-lo comer. Em vista disso, ele aguardou Chanyeol dar a primeira mordida. Se o caçador não desconfiasse de nada, significa que o bolo não estava adulterado.

Enquanto encarava a fatia, os pensamentos do ômega concentraram-se na demora de Jackson em retornar. Jisung estava inquieto, massageando seu ombro marcado. A preocupação deixava-o  abstraído, e ele mal encostou no bolo.

— Jackson ainda não chegou. — Ele comentou, distraído enquanto fazia algum desenho invisível na mesa com o dedo. — Estou preocupado.

A velha franziu o cenho desconfiada, prestando atenção no que Jisung comentava.

— Hmm, então você o sente, por essa marca? — Ela perguntou.

— Sim. 

— Não se preocupe, ele vai chegar logo. Tenho certeza que não vão demorar.

Chanyeol estudou a mulher com preguiça. Sempre que ela abria a boca era para contar alguma mentira. Até poucos minutos atrás havia dito que não sabia quando Jackson iria retornar, e agora já tinha certeza a respeito de seu retorno.

— Como sabe? —  O caçador notou mais uma expressão de mentira no rosto dela.

— Ora, como eu sei? Sabendo… — Ela piscou com um olho. 

— A senhora acha que esse pressentimento ruim que eu estou tendo, têm alguma relação com a marca ou é apenas coisa da minha cabeça?

— Hmm, eu não sei. — A mulher fingiu que estava tentando ajudar, mas apenas queria que o ômega contasse mais informações sobre ele: — Conte-me mais sobre o que você está sentindo.

Hunter - Jacksung (ABO) Era de Ouro da Pirataria - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora