Hunter - Jacksung (ABO) Era de Ouro da Pirataria - Livro 2

[34] Perseguição

Boa leitura:

— Olha só, eles mandaram um brinquedinho pra nós… — Um dos presos expôs, apontando para Jisung.

O prisioneiro se aproximou tentando  agarrá-lo, com suas mãos agitadas. Jisung o segurou em seus dois braços e o lançou de costas no chão. O som das risadas asquerosas deram lugar a rosnados furiosos. 

— Deixem o ômega em paz — Uma voz surgiu no fundo do calabouço e os presos se dispersaram.

Jisung não tinha certeza se era uma boa ideia, mas decidiu se aproximar de quem levantou a voz em seu favor. Era um beta. Ele estava sentado em um colchão velho e rabiscando o chão com um graveto. Jisung sentou-se ao lado dele devagar, de modo que não parecesse uma ameaça. Seus olhos estavam esbugalhados enquanto desenhava. Ele parecia ser um pouco louco.

— Você é um rebelde? — O beta perguntou sem tirar a atenção dos rabiscos.

— Não. — Jisung respondeu.

— Ele é um agitador! — Outro prisioneiro gritou passando as mãos pelas paredes. — Arruaceiro! Traidor!

— Eu não... — Jisung tentou explicar que não era nada do que ele estava dizendo, mas foi interrompido quando o velho bateu com o graveto em sua cabeça.

— Não dê atenção a esse louco. 

— Por que me bateu?!

— Cale a boca e me escute: você é um caçador, não é?

— Não…

— Ah, vamos... Não precisa de cerimônia. Conhecemos os nossos.

— Você também é um caçador? 

— Eu luto pelos interesses do povo, e isso vai contra a coroa, obviamente… E você, se juntou aos rebeldes na causa?

— Eu não sei porque estou aqui, senhor…?

— Augusto Montenovo — Ele fez uma breve reverência e esperou o ômega se pronunciar.

— Jisung Wang. Eles tomaram minhas armas e me jogaram aqui.

— Você é burro ou muito inocente. Este reino inteiro está em conflitos, qualquer um que for visto como uma ameaça será preso, e você simplesmente caminha por aí exibindo suas armas. Conte-me, é um desejo seu conhecer a guilhotina?

— Eu não serei executado por causa disso.

— Muitos foram por bem menos. — Ele se levantou e espiou por uma abertura. — Vamos sair daqui.

— Quando?

— Na hora certa.

— Como vamos fazer isso?

Montenovo não respondeu. Ao invés, ele voltou para o colchão e adormeceu logo depois. 

“Vamos sair daqui”. Disse o velho que estava dormindo despreocupado, enquanto uma rebelião se agitava do lado de fora. A praça estava se enchendo de gente enquanto montavam um palanque para erguer a guilhotina.

— Sr. Montenovo? — Jisung o chamou baixinho.

— Sai daqui! — Ele sacudiu a mão perto do ouvido. — Mosquito miserável.

— Sr. Montenovo! Eu não sou um mosquito. Estão erguendo a guilhotina. Precisamos fugir, já!

— Tsc! Um velho nem pode mais descansar as costas — Augusto se levantou resmungando. Ele olhou ao seu redor e de repente, gritou para um dos primeiros, aprontando para outro: — Ei, Antoine, ele nos traiu. É um aliado da monarquia!