[32] A Missão

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Boa leitura:

Jisung sabia exatamente porque havia sido chamado, e acreditava até que demorou um pouco para esse momento acontecer. Ou, Lee estava tão ocupado em seus esquemas secretos, que não havia notado o desaparecimento de um de seus espólios.

Assim que ele entrou em sua sala, o líder estava sentado do outro lado da mesa, molhando a pena em um tinteiro e assinando alguns papéis.

— Sente-se. — Lee indiciou a cadeira da frente.

— Prefiro ficar em pé, se não se importa.

Seungho murmurou algo e deu de ombros.

— Saciou sua curiosidade? — Ele perguntou, ainda mantendo sua atenção nos documentos sobre a mesa.

— Não sei do que está falando.

O lúpus ergueu os olhos e o encarou por alguns segundos, logo, ele voltou aos papéis novamente.

— Ouvi falar que você é um verdadeiro prodígio entre os aprendizes. 

— Eu tenho o melhor mentor.

— Sem dúvidas, Jackson superou o mestre. Mas eu tenho que te falar, todos os que demoraram tanto assim pra iniciar a primeira missão, foram os que mais falharam. Há quanto tempo eu entreguei sua primeira missão solo? Quatro, cinco meses…?

Seis, era o número mais exato. Mas se Lee tinha a intenção de desestabilizá-lo com esses comentários, ele deveria se esforçar muito mais. Jisung não se abalou. 

— Por que me chamou aqui? 

— Ora, por favor, não insulte minha inteligência. Você sabe o porquê. 

— Por acaso, o senhor quer falar sobre a sua obsessão doentia pelo pai do Jackson?

Seungho largou a pena em cima da mesa e a tinta manchou alguns pergaminhos. 

— Tsc… — Ele começou a rir, totalmente sem graça. — Parece que isso vai ter que esperar.

O Alfa deixou os papéis manchados e se levantou, contornando a mesa. À medida que ele se aproximava, Jisung se manteve no mesmo lugar.

— Belo e inteligente. É essa a mistura que o faz tão parecido com o pai dele.

— Eu estou certo, não é? Vocês foram amantes.

— Cuidado pra não ir longe demais com sua língua, mocinho. Não sou o pai do Jackson, se é o que está pensando.

— Eu nunca afirmei isso. Estou falando da época em que o Francis não conhecia a Sarah. O período que o senhor removeu do diário de bordo.

— Agora quem está confuso sou eu.

— A cada dez páginas do diário há um espaço entrelaçado com barbante. Eu notei que entre algumas delas esse espaço é bem menor, o que significa que páginas foram arrancadas com muito cuidado.

Lee ficou encarando-o em silêncio por um tempo. O ômega não sabia se ele estava buscando uma resposta ou se pensava em lhe matar. Das duas alternativas, seus olhos transmitiam a segunda.

— O que o faz pensar que fui eu que arranquei tais páginas?

— O diário estava sob a sua posse. Eu não vejo ninguém mais que tenha interesse neste diário, quanto o senhor.

— Jackson sabe sobre essas páginas?

— Não. — Jisung realmente não havia contado sua descoberta. 

Jackson ficou tempo demais odiando o próprio pai, agora que ele o admira, Jisung não queria dar motivos para ele encher o coração de ódio novamente, mesmo que seja com outra coisa.

Hunter - Jacksung (ABO) Era de Ouro da Pirataria - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora