Narrado por Daniel.
Aos poucos fui me entregando ao beijo, bem como aos braços de José, que cada vez mais me apertava para junto de seu corpo, apertando minha cintura . Em meu coração estava um misto de sentimentos, desde a raiva, desejo, e culpa. Em determinado momento eu tinha meus braços à volta do pescoço de José Alfredo, enquanto sua língua invadia minha boca de forma feroz.
Eu sabia que tinha que parar, e tinha certeza disso, mas...mas...era mais forte que eu, como se...como se aquele beijo fosse algo por mim esperado a muito tempo, como se meu corpo clamasse pelos lábios carnudos daquele homem proibido. Definitivamente eu estava fora de mim, e complementamente desarmado de meus argumentos e forças.
Mas eu tinha que acordar.
Nesse momento tentei impurar José Alfredo para longe, mas ele me puxava de volta para seus braços. Tentei desvencilhar meus lábios dos seus, no que foi quase em vão,naquele momento ele direcionou sua língua e lábios ao meu pescoço, no que acabou por intensificar todo o arrepio que eu já estava a sentir.
__ Me solte...me solte...isso...isso está errado José Alfredo. __ Digo entre gemidos e relutância.* * *
Narrado em terceira pessoa.
Naquele momento Daniel impurou José Alfredo e de seguida afastou-se para trás atordoado enquanto tocava seus lábios.
___ O que você fez...como pode. Hipócrita.__ Afirmou Daniel já lacrimejando .
___ O que fizemos... essa seria a frase correta, por isso não coloque a culpa em mim, pois você também quis esse beijo tanto quanto eu.
___ Você está enganado. Eu tenho nojo de você...como pode?
___ Duvido que tenha nojo de mim, não foi o que seu beijo disse.
___ Agora tudo está explicado.__ Esbravejou em prantos. ___você me trouxe para cá com intuito de me seduzir, tendo como objetivo de me fazer esquecer seu roubo na processadora de açúcar.
___ Claro que não Daniel.___ Rebateu tentando se aproximar.
___ Não se aproxime de mim.___ Vociferou Daniel . ___ Você é baixo e sem escrúpulo algum , eu lamento te dizer, mas seu plano falhou. Não sou nenhum garoto ingênuo que se rende aos encantos de um galanteador barato como você.
___ Daniel por favor, me escuta... eu não armei nada disso e muito menos roubei a processadora de açúcar eu...
___ Não quero ouvir mas nenhuma palavra sua, amanhã mesmo mamãe saberá de toda à verdade e com certeza te colocará para fora dessa fazenda.Afirmou e de seguida virou-se para trás com intuito de ir embora. Porém, acabou travando seus passos após escutar a frase de José Alfredo.
___ Contará do beijo para Eva ?__ indagou José Alfredo com feição de apreensividade.
Daniel virou-se de imediato para trás e de seguida respondeu enquanto fungava o nariz.
___ Infelizmente minha mãe ama você. E saber desse beijo séria um desgosto tão grande, mas tão grande, que eu não à quero dar. Já bastará saber que você é um ladrão.Daniel voltou-se a virar e de seguida foi-se embora, no que deixou José Alfredo estático às margens do Rio.
* * *
No hospital, Rimena assistia emocionada pela fresta da porta do quarto , Roberto acarinhar a pequena Ritinha enquanto dormia. O mesmo virou-se para o lado no que acabou por lhe ver.
Lentamente Rimena adentrou ao quarto ao constatar que Roberto havia lhe visto, ao chegar ao pé dele , a mesma sorriu e de seguida tomou a atenção da menina.
___ Como ela está?__ perguntou em tom baixo.
___ O Médico disse que está ótima e logo terá alta, provavelmente amanhã...a pouco tempo ela estava de olhos abertos mas logo adormeceu.Rimena tomou a atenção de Roberto e de seguida disse.
___ Tenho fé que sim... mas porquê veio para o hospital sem mim se o combinado era que viessemos juntos?
___ Não quero trazer-te mas problemas...seu marido não me suporta e com isso eu tomei uma decisão.
___ Qual decisão?
___ Não poderei mas aceitar a oferta de morar e trabalhar em sua casa como jardineiro.Para Rimena ouvir está última frase, foi como se seu chão estivesse a ser quebrado por completo.
___ Como não Roberto?___ Indagou com feição de preocupação.
___ Eu já disse os meus motivos.
___ Eu sei quais seus motivos Roberto, ...Pense bem, para onde irá com Ritinha nessas condições?
___ Eu me viro.
___ Você pode até se virar, mas não pode colocar sua filha nessa situação.
___ Olha eu sou muito grato por tudo o que fez por nós até aqui...mas tente ver o meu lado Rimema , como estou me sentindo agora, um estorvo para você.
___ Você não é um estorvo e muito menos Ritinha...meu coração me diz para fazer isso...eu sei que é o certo e não vou mudar de ideia.
___ Nos ajudará Mesmo que isso custe seu casamento?
Rimena engoliu em seco e de seguida disse.
___ Sim, não estou fazendo nada de mal, e se Heitor quiser ir embora, eu não irei impedir. Pois não sou eu quem têm que mudar, mas sim ele.Roberto estava com feição de apreensividade, naquele momento o mesmo caminhou em direção a janela onde colocou seu ante-braço na vidraça apoiando por seguinte sua cabeça. Por trás Rimena aproximou-se em passos lentos, colocando sua mão ao ombro de Roberto.
___ Não sei o que é. ___ murmurou Rimena. __ mas meu coração me diz para fazer isso, e cada vez que avanço, uma paz enorme toma conta de mim. Tenho um carinho muito grande por sua filha e não quero que nada de ruim lhe aconteça por isso eu te peço...imploro, aceite minha ajuda.Roberto suspirou e nesse momento Rimena retirou sua mão do ombro dele. ela aguardava por uma resposta ansiosamente, até que Roberto virou-se e disse.
___ Eu não tenho outra escolha se não aceitar sua ajuda. Não é por mim, mas sim por Ritinha que precisará de muitos cuidados.
___ Então virá morar em minha casa?__ indagou esbanjando um sorriso.Roberto sorriu e de seguida disse.
___Sim, nos vamos morar em sua casa, mas que fique claro que será por pouco tempo, pelo menos até eu me organizar.Naquele momento Rimena não pensou duas vezes, e logo abraçou-o enquanto sorria de felicidade. Roberto ficou a princípio constrangido, mas em poucos segundos deixou-se levar pelo abraço apertado que havia recebido.
* * *
No dia seguinte pela manhã na fazenda dos Azarova, todos estavam sentados na mesa do café excepto Daniel. José Alfredo tomava um gole de seu café, enquanto observava o tempo inteiro as escadas, no que acabou por despertar à atenção de pedro que observava tudo atentamente ao seu redor.
___ Perdeu alguma coisa nas escadas?___ perguntou em tom irônico no que acabou por chamar a atenção de Eva que pousava a chicara de café à mesa.
___ Falou comigo?__ perguntou José Alfredo tomando a atenção de Pedro.
___ O único que esta olhando o tempo inteiro para a escadaria é você.
___ Também prestei atenção nisso.___ acrescentou Eva.___ Está pensativo meu amor.__ Disse tocando às mãos do mesmo por cima da mesa.___ aconteceu alguma coisa?José Alfredo forçou um sorriso e de seguida tomou a atenção de Eva.
___ Nada de mais meu bem, apenas alguns problemas na processadora de açúcar.
___ Você têm certeza?___ perguntou Eva.
___ Eu tenho sim, não se preocupe. E Daniel aonde está?___ perguntou mudando de assunto.___Não se fará a mesa do café com a gente?
___ Daniel saiu muito cedo, disse que iria a processadora buscar uns papéis e logo estaria de volta à fazenda .Pedro logo revirou os olhos, com feição de insatisfação.
___ Papeis...Quais papéis?___ perguntou José Alfredo temendo que fossem os documentos aos quais esqueceu em sua mesa no escritório da processadora. Aquilo fez-lhe levantar de imediato da cadeira, no que acabou por despertar a atenção de Eva.__ Eu preciso ir para a processadora agora.__ Completou atordoado.___ Não precisará ir para à processadora, José Alfredo.__ Disse Daniel entrando ao casarão com uma pasta em suas mãos enquanto sorria.__ Aliás, não precisará botar seus pés nunca mais naquele lugar.___ Completou cessando seus passos.
Eva arregalou seus olhos não entendendo o que estaria à acontecer, e de segunda perguntou após levantar-se de sua cadeira.
___ O que está a acontecer aqui?Com seus trejeitos Daniel começou a caminhar em direção de Eva, o mesmo sorria com malícia ao ver a feição de pavor de José Alfredo implorando para que não lhe entregasse. Ao chegar ao pé de sua mãe, Daniel colocou a pasta não mãos dela e de seguida disse.
___ Veja com seus próprios olhos.José Alfredo naquele momento balançava a cabeça em tom de negação, enquanto suava pelas mãos ao mesmo momento, em que tinha sua respiração acelerada e falha.
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Desejo Proibido
RomanceAmbientada na decada de 1940, Desejo Proibido conta a história de Daniel, que depois de 10 anos longe de sua casa e cidade, resolve regressar disposto a recuperar sua vida passada, no entanto, o destino o coloca a prova quando ele se apaixona pelo...