Ao amanhecer.
20 de setembro de 1948.
Aquele dia amanheceu ensolarado, pássaros cantarolando por todos os cantos, ar fresco entrando pelas janelas da Fazenda.
No entanto Daniel aquela altura estava pensativo diante da janela de seu quarto, contemplando a paisagem além do horizonte, quando de repente escutou a voz de Pedro.
__ É engraçado o quanto você consegue ser hipócrita ao ponto de dormir todos os dias sem sentir peso na consciência.
De imediato Daniel virou-se para trás enfurecido.
__ O que você faz aqui Pedro, eu já não disse para você não chegar perto de mim, muito menos entrar em meus aposentos?
__ Brevemente você pagará por tudo o que fez, e seu Castelo de cartas será destruído assim como você. __ Afirmou se aproximando lentamente, enquanto se expressa em tom irônico.__ Saia daqui ou não respondo por mim, você não cansa de ser essa pessoa mal resolvida, chata e que ninguém suporta?__ Indagou aos berros.__ Deixe-me em paz Pedro e vá procurar o que fazer.
__ Sim…eu sei que sou chato, insuportável e quer saber, eu sou mesmo e dai? ….mas de uma coisa eu tenho a certeza, que não sou o vilão desta história.
__ O que você quer dizer com isso?
__ Espera e verás, querido irmão.__ Afirmou e de seguida virou-se saindo porta fora gargalhando.Enfurecido Daniel caminhou em direção a sua cômoda, derrubando tudo o que lá tinha.
__ Ele não vai me desestabilizar…não vaiiii!
Aquela altura Pedro caminhava pelo corredor do casarão às gargalhadas, ao que, acabou por esbarrar com José Alfredo.
__ Bom dia José Alfredo.
__ Bom dia Pedro, posso saber o motivo de tanto bom humor pela manhã?
__ Claro que sim.
__ Então diga…qual é o motivo de tanta gargalhada, quem sabe eu possa rir junto a você.
__ Talvez você fosse gargalhar junto à mim, mas duvido que o faça, sendo que o motivo e o seu queridinho Daniel.
__ Como assim? __ Indagou de olhos já arregalados.
__ Isso mesmo que você ouviu…e aproveitando a ocasião me responda uma coisa José Alfredo.
__ Responder o quê?
__ Antes você e Daniel se odiavam e do nada, como se fosse um efeito mágico começaram a andar juntos e me atrevo a dizer até, que vocês viraram melhores amigos.
__ E onde você quer chegar com essa história?Pedro aquela altura apenas sorria sem responder uma se quer palavra.
__ O que você quer dizer com isso?__ Indagou José Alfredo novamente.
__ Não me pergunte algo que você mesmo conhece à resposta, porque de idiota você não têm nada. __ Exclamou dando a volta, indo desta forma embora.Pensativo José Alfredo virou-se para trás no que viu-lhe desaparecer pelo corredor, aquela altura o mesmo estava apavorado, e com todas as suas conclusões tiradas.
__ Pedro sabe de tudo e está mas que claro. __ Murmurou. __ Daniel precisa saber disso antes que seja tarde demais.* * *
Aquela altura no casarão de Constância Maria, Roberto regava às plantas no jardim como em um dia normal ao seu ver , Rimena por sua vez estava sentada na mesa do café, ao lado de Ritinha, e em frente a mesma estava Rhodolfo, entretanto na principal cadeira estava matriarca da família, Constância Maria.
__ Não entendo porque você coloca essa menina para tomar o café connosco. __ Afirmou Constância.Enfurecida Rimena largou o garfo tomando a atenção de sua mãe.
__ A senhora sabe que Ritinha é como uma filha para mim, e portanto não vou admitir que a trate dessa forma.
__ Por acaso isso é uma piada?__ Indagou.__ Sua filha onde já se viu, há há há, faça-me rir.
__ Eu não vejo graça em nada disso.
__ Pois deveria, pois essa menina é filha do jardineiro, um criado da casa, você entendeu ou quer que eu desenhe…lugar de empregado é na cozinha e não aqui.
Naquele momento Ritinha começou a chorar, e de imediato levatou-se da cadeira, correndo de seguida para o exterior daquele lugar. Rapidamente Rimena levatou-se de seu acento exaltada.
__ Viu o que a senhora fez…Ela é só uma criança e não precisava ouvir nada disso.
__ Ela é uma criança mas não deixa de ser filha do jardineiro, nosso empregado portanto não à quero dentro desta casa, muito menos sentada na minha mesa, comendo da minha comida, bebendo da minha água.
__ Definitivamente o Daniel tinha razão. Você é podre e eu tenho nojo, nojoooo de você.De imediato Constância Maria levatou-se enfurecida.
__ Nojo de mim. Mas sou eu quem paga a comida que você come, a água que você bebe até às roupas que você veste. Tudo aqui é meu, o ar que você está respirando agora é meu, e você é uma ingrata…ingrataaaa!
__ Não seja por isso senhora Constância Maria. Que hoje mesmo eu estou saindo desta casa, e sabe porque, eu tenho saúde e duas mãos para trabalhar e não tenho medo disso. Você pode ficar com tudo, com toda sua riqueza, mas acompanhada da solidão.
__ Eu vou com você Rimena. __ Afirmou Rodolfo se levantando no que causou espanto em Rimena, porém susto em Constância.
__ Como assim você também vai? __ Indagou tomando a atenção de Rodolfo.
__ Isso mesmo que a senhora ouviu. Vou embora desta casa, eu cansei disso tudo e ninguém vai me impedir.Naquele instante Roberto entrava pela sala pegando à mão de Ritinha, com o intuito de esclarecer o motivo das lágrimas de sua filha, no entanto a campainha começou a tocar repetidamente roubando à atenção de todos, Antónia de imediato foi abrir, e lá estava o delegado Tavares juntamente a dois policiais de farda marrom e uma mulher de cabelos ruivos, que logo foram adentrando ao casarão.
__ Bom dia a todos. E desculpe incomodar à essa hora da manhã senhora Constância, mas o motivo ao qual me trás aqui, é de extrema importância e urgência.
__ Imagine senhor delegado. Então me diga, que ventos o trazem à minha residência. __ Exclamou.
__ A denúncia desta mulher, Rosângela Maciel, ela foi violentada e agredida fisicamente na noite anterior por esse homem.__ Afirmou apontando em direção a Roberto. __ Roberto Medeiros de Assunção, seu criado. E diga-se de passagem que existem provas e testemunhas.
__ É ele…esse maldito.__ Esbravejou Rosângela.__ Foi ele, prendam-no.
Naquele momento todos arregalaram seus olhos, com o que acabavam de ouvir, excepto Constância Maria que sorria exalando satisfação.
A polícia por sua vez prosseguiu algemando Roberto, que gritava jurando sua inocência.E não demorou para que Ritinha começasse uma segunda onda de choro, por ver seu pai sendo levado para prisão.
__ Paiiiiii…Paiiii…paiiii…__ Gritava a pequena, no entanto aquela altura Rodolfo lhe pegou para evita-la avançar.
__ Não...não o levem…por favor.…não…não __ Dizia Rimena em prantos tentando impedir os policiais , no que foi em vão. Eles haviam levaram Roberto, deixando-à desolada.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Desejo Proibido
Roman d'amourAmbientada na decada de 1940, Desejo Proibido conta a história de Daniel, que depois de 10 anos longe de sua casa e cidade, resolve regressar disposto a recuperar sua vida passada, no entanto, o destino o coloca a prova quando ele se apaixona pelo...