Me aproximei mais de Breno e ele estava suando frio.
- Você está bem? - Perguntei assustada, fitando-o.
Breno negou com a cabeça abaixada, e se encostou na parede do lado de fora do elevador. Estava ficando preocupada, precisava ajuda-lo, mas não sabia como.
- O que você tem? Quer ajuda para subir?
- Não sei o que eu tenho. - Breno disse ainda com a cabeça abaixada, passando as mão na sua barriga. - Espero você subir para ir junto.
- Ta, só vou pegar meu celular no carro, fica bem.
Breno sentou no chão, abriu as pernas e segurou sua cabeça com os braços apoiados em seus joelhos. Fui o mais rapido possivel para o carro e voltei, meu coração estava ficando apertado de ve-lo assim.
- Vem, vamos subir. - Falei, estendendo minha mão para ajuda-lo a se levantar.
Breno pegou em minhas mãos, sua mão estava gelada. Quando ele se levantou se encostou novamente na parede.
- Minha cabeça está girando, não estou bem. - Breno disse com a voz tremula.
- Você quer ir para o hospital? - Perguntei realmente sem saber o que fazer.
- Acho que não precisa.
- Você esta suando frio. - Coloquei a mão em seu rosto. - Você tem algum remedio para ficar melhor?
- Tenho sim, não é a primeira vez que isso acontece. - Falou levantando a cabeça, olhando em meus olhos.
Entramos no elevador, e logo chegamos em seu andar. Será que ele tinha bebido demais? Se ele vomitasse perto de mim, acho que faria o mesmo, não tenho o estomago muito bom para essas coisas. Breno pegou sua chave e me deu para que eu pudessa abrir a porta. Ajudei ele andar até o sofá da sala. A sala era bem decorada, e tinha cheiro de perfume masculino.
- No banheiro do meu quarto tem uma caixa com alguns remédios, tem como você pegar para mim, por favor? - Breno perguntou me fitando.
- Qual é o seu quarto? - Perguntei.
- O primeiro da direita.
Assenti com a cabeça e fui em diração ao corredor dos quartos. Onde eu estava me metendo? Estava no casa de um cara que eu mal conhecia. Tudo bem que ele não estava em condições de fazer nenhuma maldade comigo. Mas, e se alguém aparecesse por lá? O que iria pensar?
Abri a porta o seu quarto e entrei, o quarto era lindo, e estava muito arrumado para um quarto de um homem que mora sozinho. Bom, pelo menos o do Lucas não chegara nem perto desse. Havia cheiro de perfume por toda a casa. Entrei no banheiro e por um instante me senti desconfortável por esta mexendo nas coisas dos outros. Na verdade nas coisas de um "desconhecido". Abri a porta do armario que havia de baixo da pia. Tinha duas caixinhas, peguei a que estava mais para frente, porém quando eu abri havia apenas camisinhas. Sorri comigo mesma, meninos sempre previsíveis. Na segunda caixinha estava os remédios. Peguei e fui até a sala. Breno estava encostado do sofá com os olhos fechados. Será que demorei tanto que ele dormiu? Coloquei a caixinha com os remédios sob a mesa de centro na sala, e me aproximei dele.
- Breno? - Peguntei. E ele abriu os olhos me fitando. - Qual é o remédio?
- É o da caixa vermelha. Não estou mal porque bebi muito, antes que você pense isso. - Sorriu de lado.
- Ah, isso só seria uma das possibilidades. - Falei fitando-o e entregando uma cartelinha de remédio. - Quer que eu pegue água para você?
- Por favor.
Peguei um copo de água para ele e me sentei ao seu lado no sofá.
- Obrigao Gio, e me desculpe por estar tomando seu tempo. - Breno disse dando um sorriso de lado. - Já estou ficando melhor.
Assenti com a cabeça e me levantei. Quando Breno se lavantou para me levar até a porta, ele cambaleou e caiu no sofá. Meu Deus, acho que não seria uma boa hora para eu deixar ele aqui sozinho. Cadê o primo dele que mora com ele? Cadê a namorada dele?
- Acho que não esta tão bem assim. - Falei apreensiva.
- Mais vou ficar, relaxa. - Breno disse com a cabeça abaixada.
- Não vou ficar tranquila em te deixar aqui sozinho. E se você piorar?
Breno assentiu com a cabeça.
Ficamos um tempo sem falar nada um para outro. Breno estava quase dormindo no sofá. E por mais confortável que ele era, não seria bom para ele.
- Você não acha melhor ir para o seu quarto? Não é bom você dormir aqui no sofá. - Disse.
- Pode ser. Esses remédios me dão mais sono do que o normal.
Fomos para o seu quarto, o sentei sobre a cama. Breno tirou a camisa que vestia e seu tênis, e se deitou. Sentei em uma poltrona perto de sua cama. E ficamos conversando até ele pegar no sono. Sai do quarto em silêncio. Na bancada da cozinha havia um bloquinho, peguei a caneta que estava ao lado e escrevi.
" Espero que fique bem. Se precisar de ajuda pode me ligar, meu numero é 95678-8990. Beijos Gio ;)"
Peguei meu celular que estava sobre a mesa de centro e já era 06:35 da manhã, estava morrendo de sono. Fui para o meu apartamento, o que eu mais queria no momento era minha cama.
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O que eu sempre quis.
RandomTodo mundo no fundo tem vontade de ser independente, ter um amor, e ser bem sucedido. Mais nem sempre as coisas são como queremos, basta entender que o que temos é o que precisamos, e que a frase "se melhorar estraga" faz todo o sentido. Basta olha...