Prólogo

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Oi, meus amores!

Escrevi essa história em 2014 e resolvi adaptá-la porque gosto bastante do plot. Escolhi os changki porque eles combinaram com a premissa e, claro, escolhi o Minhyuk porque eu adoro quando ele é o vilãozinho da fic kkkk

Espero que vocês gostem, a história tem 7 capítulos e estou postando todos de uma vez só (olha eu sendo boazinha, não é mesmo?). 

AVISO: não esperem um final totalmente feliz (e eu deixo vocês puxarem a minha orelha por isso, fiquem à vontade!) e não leia se não gosta de finais abertos!!!

Boa leitura!

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Porque era da janela do nosso quarto que você sonhava e, todas as noites, era para lá que você caminhava a passos silenciosos depois de me ver pegar no sono. Mas eu não dormia, nunca realmente chegava a adormecer enquanto me entorpecia com a curiosidade em saber o motivo de seus olhos estarem tão abertos e repletos de lágrimas.

Mesmo no frio da noite, um casaco comprido era o suficiente para lhe proteger durante as horas gastas ao lado das cortinas, seus cabelos sendo tocados pela brisa, o chiado de sua respiração sendo o único ruído a ecoar até os meus ouvidos. E quando seus lábios se separavam e as palavras pareciam ser escritas no ar através da fumaça produzida pelo calor no interior de seu corpo, eu me sentia como um analfabeto, porque não conseguia mais ler você.

Não existia alguém que eu pudesse culpar por isso; alguém que pudesse carregar toda a responsabilidade pelo ocorrido naquele final de tarde, um ano atrás; alguém que eu pudesse caçar por ter fugido com todas as suas memórias.

Por um tempo, realmente, nada existiu.

Lembro-me de seus olhos abrindo-se para mim depois de muitas horas desacordado, os arranhões em sua face, toda a atmosfera do hospital me deixando desesperado e desmotivado. Achei que finalmente teria uma notícia boa, mas você não sabia quem eu era. Você não se lembrava de seu próprio nome, Changkyun, aquele que eu repeti infindáveis vezes depois do acidente.

Você não sabia de mais nada.

Eu fui ao fundo do oceano, como um caçador de náufragos, vazio como as mobílias repletas de algas, poroso como a areia no setor de comando, apagado como o nome na proa.

E durante um ano, eu lhe ensinei novamente a sua vida.

Você gostava da nossa casa e, naquele primeiro dia depois de receber alta, apresentei cada cômodo, cada mobília e cada história por trás de cada objeto. Eu lhe apresentei o nosso mundo, repleto de fotografias e momentos que eu, esperançosamente, achava que você ainda poderia recuperar. Eu o deixei dormir sozinho porque ainda sentia o medo emanando de seus olhos, afinal, eu era um estranho; todos eram.

Os primeiros dias foram duramente difíceis, mas, aos poucos, você se deixou acostumar com aquela rotina, se deixou levar pelas emoções que sentia, pela ligação com o que lhe pertencia. Aos poucos, você começou a confiar em mim, começou a entender que eu era seu Kihyun e que comigo tudo ficaria bem.

Foi quando você me aceitou ao seu lado, trêmulo no instante em que te abracei e nos cobrimos na noite fria, ansioso quando eu lhe disse boa noite e grato por sentir-se protegido.

Porque nós éramos assim.

E era assim que nós sempre seríamos.

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