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"Eu passaria por todo esse sofrimento
Levaria um tiro bem no meu cérebro
Sim, eu morreria por você, baby
Mas você não faria o mesmo."
- Grenade (Bruno Mars)
Estava atrasado novamente, chegando ao escritório com o copo de café nas mãos e uma pasta repleta de esboços para a nova campanha de um contratante da empresa. Sabia que Minhyuk estaria me esperando com a insana vontade de me arrancar os olhos da cara, afinal, eu tinha feito correções no novo projeto sem consultá-lo e não estava lá para explicar-lhe sobre as mudanças.
Mas eu queria que Minhyuk se danasse.
Tudo o que me mantinha calmo o suficiente para não cometer mais erros era a fotografia sobre a minha mesa: Changkyun e eu, em nossa última viagem depois do acidente que tirara a memória dele.
Minhyuk estava sempre olhando para o porta-retratos, curioso sobre como ele estava ou fazendo perguntas sobre sua ótima recuperação, porém eu não o permitia saber mais do que o necessário: Changgie estava bem, estava feliz e estava comigo.
Eu não era um cara mal humorado, ao contrário, via a vida como um grande espaço de tempo que devia conter apenas felicidade. O que me deixava frustrado eram as mentiras que, dentro deste espaço de tempo, se manifestavam.
E me destruíam.
— Ah, Kihyun, você finalmente chegou – Minhyuk disse, levantando-se de sua mesa. – Alguma coisa errada? Está tudo bem com o Changkyun?
— Está – respondi apenas, tentando conter a sempre presente vontade de socá-lo no nariz. – Me avisaram sobre uma reunião esta tarde...
— Os clientes querem uma prévia do logotipo – Minhyuk esclareceu. – É justo e nós já começamos.
Sentei-me em minha mesa e o observei enquanto ele puxava uma cadeira para perto. As mãos logo coletando alguns papéis, a concentração tomando conta de suas análises. Era tudo como sempre fora, mas agora eu tinha informações que não eram tão agradáveis a seu respeito.
— Eu lhe falei sobre o jantar de quinta à noite? – ele perguntou sem desgrudar a atenção de um dos panfletos. – São novos sócios em potencial.
— Os japoneses do antiquário? – eu quis saber e ele concordou.
— Vão assinar com a gente com toda a certeza, mas a noite vai ser interessante – ele pontuou –, e o fato de Changkyun encontrar pessoas diferentes vai ser bom para ele.
— Meu marido está ótimo – eu declarei –, não é um passo tão grande assim.
Mas era um passo perigoso.
— Fico feliz em ouvir isso – Minhyuk sorriu e meu punho se fechou impulsivamente. – Na última vez em que o encontrei, ele estava absolutamente incrível.
Tive de contar até dez e me levantar, fingindo que estava indo pegar um copo d'água, sem acreditar que aquele cara agora me causasse tanta náusea e ódio. Não era possível que meu melhor amigo pudesse ter me apunhalado pelas costas como Minhyuk fizera.
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Changkyun estava criando esboços no ateliê de Yeojoo, minha irmã mais nova e também sua melhor amiga, com quem ele recuperara o talento que tinha em modelar roupas em aquarela. Os dois estavam se saindo muito bem e o ateliê recebia cada vez mais clientes. Pessoas curiosas sobre o caso do "rapaz que perdera a memória" apareciam, acabavam gostando do trabalho ali desenvolvido e, com isso, a marca ia sendo espalhada pelos arredores.
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Eyes Wide Open | ChangKi
FanfictionUm acidente apaga a memória de Changkyun e Kihyun se esforça em reapresentar o mundo ao marido, escondendo dele todos os erros do passado. [changki | changhyuk | traição]