VIII

1.1K 144 38
                                    

Scarlet Quinn

— Negócios de família — O senhor Downing solta de repente. — Temos um haras — Continuo o encarando confusa. — A senhorita perguntou que negócios eram os que me trouxeram até Kent — Ele deu de ombros e concordei com a cabeça.

— O senhor deve cavalgar bem então.

— Digamos que sim — Ele esboça um sorriso. — Mas minha irmã cavalga melhor.

— A condessa ou a caçula? — Pergunto antes que eu sequer perceba estar interessada.

— Aurora, a condessa Reynauld — Confirmo com a cabeça. — A senhorita cavalga?

— Aprendi um pouco quando mais nova, porém não posso dizer que sou boa nisso.

— Talvez, se a expansão dos negócios acontecer, a senhorita possa se aprimorar com os cavalos.

— É, talvez.

— Posso lhe fazer uma pergunta, senhorita Quinn? — Assenti. — Por que me jogou água quando cheguei ontem? Eu entenderia se tivesse feito algo a senhorita, daria razão até. Mas como poderia estar errado se nem ao menos conhecia a senhorita?

Como eu poderia responder isso? Joguei água no senhor para espantá-lo porque pensei que era um pretendente mas vi que estava errada? De jeito nenhum admitiria que estava errada.

— Eu... Pensei que fosse outra pessoa — Contento-me em dizer isso.

— Quem?

— Agora não é o senhor que está sendo muito curioso?

— Touché. Está certa, senhorita. Porém não pude deixar de questioná-la. Não imagino motivos que levem a senhorita a jogar água em alguém.

— Não era alguém em específico — Começo devagar e a expressão da jovem ao meu lado mostra confusão. — Achei que o senhor fosse um pretendente.

— E por que raios a senhorita achou isso? Mesmo que fosse, por que jogaria água em mim?

— Depois ainda reclama do meu uso de palavras.

— A senhorita usou maldita e Deus em uma só frase.

— Até parece que o senhor é religioso assíduo, senhor Downing.

— Não mesmo — Sorrio por estar certa. — Contudo, não mude de assunto — Meu sorriso se fecha e reviro os olhos. Esse jovem sabia como irritar alguém.

— Resumindo, o senhor chegou de repente e com flores — Enumero os fatos. — Parecia ser um pretendente. E eu não quero pretendentes.

— Por quê?

— Ora, o senhor está sendo bastante incoveniente.

— Não, estou sendo curioso.

— Curiosidade é incoveniente.

— Diz a pessoa que também me fez muitas perguntas hoje.

— Está bem — Digo contrariada. — Da forma mais simples possível, não quero me casar.

— Não precisa dar a explicação mais simples, a senhorita mesmo elogiou minha inteligência. Mas não este, o ponto principal.

— E qual seria?

— Por que não quer se casar?

— Porque não quero — Respondo rápido.

— Eu já vi essa situação antes — O jovem de olhos verdes comenta.

Negócios com uma Dama Onde histórias criam vida. Descubra agora