Scarlet Quinn
— Negócios de família — O senhor Downing solta de repente. — Temos um haras — Continuo o encarando confusa. — A senhorita perguntou que negócios eram os que me trouxeram até Kent — Ele deu de ombros e concordei com a cabeça.
— O senhor deve cavalgar bem então.
— Digamos que sim — Ele esboça um sorriso. — Mas minha irmã cavalga melhor.
— A condessa ou a caçula? — Pergunto antes que eu sequer perceba estar interessada.
— Aurora, a condessa Reynauld — Confirmo com a cabeça. — A senhorita cavalga?
— Aprendi um pouco quando mais nova, porém não posso dizer que sou boa nisso.
— Talvez, se a expansão dos negócios acontecer, a senhorita possa se aprimorar com os cavalos.
— É, talvez.
— Posso lhe fazer uma pergunta, senhorita Quinn? — Assenti. — Por que me jogou água quando cheguei ontem? Eu entenderia se tivesse feito algo a senhorita, daria razão até. Mas como poderia estar errado se nem ao menos conhecia a senhorita?
Como eu poderia responder isso? Joguei água no senhor para espantá-lo porque pensei que era um pretendente mas vi que estava errada? De jeito nenhum admitiria que estava errada.
— Eu... Pensei que fosse outra pessoa — Contento-me em dizer isso.
— Quem?
— Agora não é o senhor que está sendo muito curioso?
— Touché. Está certa, senhorita. Porém não pude deixar de questioná-la. Não imagino motivos que levem a senhorita a jogar água em alguém.
— Não era alguém em específico — Começo devagar e a expressão da jovem ao meu lado mostra confusão. — Achei que o senhor fosse um pretendente.
— E por que raios a senhorita achou isso? Mesmo que fosse, por que jogaria água em mim?
— Depois ainda reclama do meu uso de palavras.
— A senhorita usou maldita e Deus em uma só frase.
— Até parece que o senhor é religioso assíduo, senhor Downing.
— Não mesmo — Sorrio por estar certa. — Contudo, não mude de assunto — Meu sorriso se fecha e reviro os olhos. Esse jovem sabia como irritar alguém.
— Resumindo, o senhor chegou de repente e com flores — Enumero os fatos. — Parecia ser um pretendente. E eu não quero pretendentes.
— Por quê?
— Ora, o senhor está sendo bastante incoveniente.
— Não, estou sendo curioso.
— Curiosidade é incoveniente.
— Diz a pessoa que também me fez muitas perguntas hoje.
— Está bem — Digo contrariada. — Da forma mais simples possível, não quero me casar.
— Não precisa dar a explicação mais simples, a senhorita mesmo elogiou minha inteligência. Mas não este, o ponto principal.
— E qual seria?
— Por que não quer se casar?
— Porque não quero — Respondo rápido.
— Eu já vi essa situação antes — O jovem de olhos verdes comenta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Negócios com uma Dama
Ficção HistóricaTrilogia Downing - Volume II Andrew James faria uma viagem. O motivo era a possível expansão dos negócios da família, o haras Downing. Mas o jovem não imaginava as consequências dessa viagem, principalmente uma que tinha nome e sobrenome: Sc...