Bem vinda ao inferno(Descontinuada)

Capítulo - 2

Ei, Diane... Diane? Diane! DIANE, ACORDE!!!!

A pequena criança pulou assustada, aquele voz era tão familiar, como poderia? A garota não se lembrava de nada de sua vida humana, porque continuava tendo aqueles sonhos estranhos?!

— Está tudo bem? — A voz da mulher era calma e melodiosa, adentrando o quarto com a porta entreaberta, deixando a fraca luz do corredor entrar, o tecido fino do seu vestido tocando suavemente a pele macia, os cabelos loiros, longos e lisos como um rio dourado estavam amarrados, Senhorita Lilith estava sempre muito bela, não importava a hora.

— Desculpe, eu a incomodei?... — Os olhos da pequena miravam os de Lilith, a mulher não sabia o porque mas aqueles olhos a incomodavam de uma maneira sobre-humana, algo que ela simplesmente não conseguia colocar em palavras.

— De forma alguma, eu estava passando pelo corredor e senti o cheiro do seu medo, só isso — Se esforçou para ser gentil, Lúcifer gostava daquela criança, então daria o seu melhor para a suportar — Teve um pesadelo?

— Não tenho certeza... — A voz da menina era fraca, e de vez em quando seus olhos miravam a o volume por baixo da ceda do vestido — Quanto tempo ainda falta?...

De primeira a mulher não entendeu a pergunta, mas ao perceber os olhos da menina fitando sua barriga logo entendeu do que se tratava.

— Cerca de quatro meses, por aí... — A mulher se sentou ao lado da garotinha, acariciando seu cabelo macio — Ela será sua irmãzinha querida — O brilho se ascendeu em seus olhos, ela odiava aquele brilho, não sabia o porque, mas o odiava tanto que sentia vontade de arrancá-lo de seus olhos — Você cuidará dela?

— Sim mamãe! — Sua mão travou por um momento, odiava tanto aquela criança, mas por que a ouvir chama-lá de mãe doía tanto? — Mamãe? A senhora está chorando?...

O olhar de surpresa não passou despercebido pela garota, sem mesmo o espanto de Lilith ao limpar as lágrimas de sangue que desciam pelo seu rosto, muito menos o esforço que ela fez para sorrir novamente.

— Desculpa pequena, a mamãe só ficou emocionada... Só isso — Aqueles olhos novamente, odiava aqueles olhos que pareciam perfurar a sua alma — Quer que a mamãe cante pra você dormir?

Não tardou para que a menina concordasse, sua mãe tinha uma voz linda afinal de contas, seria um disperdicio não ouvi-la.

Parta do jardim
Marche em solos meus com tua coroa
Doce o amor de mãe que nos consola
Expurgue todo mal que nos assola
E varra da história

Doce, sedutora e avassaladora, essa era a voz de Lilith, como se perder dentro de uma floresta em chamas.

O meu templo é teu
Sinta-se a vontade em tua casa
Repouse minha vida em tuas asas
Adormeça em teu berço minha alma
Que corria assustada

As chamas te cercam e te consomem por inteiro, elas queimam a sua pele até que só sobre cinzas, queimando a sua alma e a tua carne.

Louvável és a tua glória
Que faz até os céus implorarem por misericórdia
Louvável és a tua glória
Que anjos injustiçados notam
Que só tu têm vitória

A sua alma dançará com o fogo e sua carne se contercerá em agonia, os gritos de sua carne se irão se misturar ao cântico da deusa, e sua alma se próstrara a ela.

Aponte tua flecha
Contra aqueles que se opõem a ti
E faça-os sucumbir
Atinja no amargo coração
De quem vai contra ti
Pra que a maldade possa extinguir
Abrace os teus filhos
Que te acompanham na trilha do fim
Contra aqueles que perambulam
Pelo jardim

Estarás tão entregue as chamas, que só através delas poderá respirar, pelas chamas que te consomem e te libertam do seu mundo congelado.

As asas de bronze
Que vem tentar me tirar daqui
Queime todas elas, pois só tu tem o poder
Oh, Lilith

— ... — A respiração pesada e ritmada da garota denunciavam a sua inconsciência, e por um momento a mulher sorriu aliviada por não estar sendo observada por aqueles olhos — Tenha sonhos infernais, pequena criança...

» Continua..............................✓