O amor de Delila.

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A Coroa Perdida

Capítulo 9:
“Às vezes seguimos em frente na base do ódio”

Enquanto eu via aquela bela mulher de cabelos de tons verdes claros longos, e seus olhos azuis como o céu, atrás dela havia um cenário catastrófico de guardiãs se matando. Delila estava descendo lentamente do céu, como se houvesse degraus, segurando a Silvia sã e salva, eu olhei para o Sig Wald, e ele me deu um joinha dizendo: — Ufa, ainda bem que deu tempo... Daí que eu entendi o que ele estava fazendo este tempo todo.

— Parece que cheguei a tempo, né? — perguntou Delila sorrindo.

Seu sorriso era contagiante, que chegava tranquilizar todos que estavam a sua volta, meu coração batia muito forte, não era paixão nem nada do tipo, era como se aquela pessoa fosse alguém muito importante em minha vida.

— A... Oi Delila, o Sig Wald me falou de você — disse enquanto olhava para ela como se eu estivesse atraído por um feitiço de sereia.
— Finalmente! Eu achei que não ia dar certo! — gritou Sig Wald se vangloriando.
Sheyla parecia ter se acalmado e correu rapidamente até a Silvia para abraça-la.
— Você está bem? Eu não acredito... Que quase te perdi... — disse Sheyla abraçada com a Silvia enquanto suas lágrimas desciam.

O cenário caótico logo cessou, todas as guardiãs ali estavam mortas, o mar de azul, foi para o vermelho, as pessoas que estavam assustadas a bordo, ficaram tranquilizadas após serem salvas, e o capitão continuou o trajeto até a ilha de Torven, eu não sei porque, mas toda vez que a olhava eu sempre sentia a mesma coisa, eu não sei se todos estão sentindo mesma coisa que eu, mas é muito estranho.

— Quando chegarmos a ilha, lhe direi com mais calma — disse Delila com uma suave voz relaxante.
— T-tudo bem — respondi envergonhado.
— Me desculpe por te fazer passar por essas coisas, e por todos em risco, eu juro que não queria lhe causar nenhum incomodo, mas era pelo nosso bem.
— Relaxa, já que você nos salvou, tá tudo bem.

Delila olhou para mim, com o vento sacudindo seus longos cabelos, irá ficar guardada em minha memória está cena, logo fiquei com o coração disparado, eu não conseguia controlar totalmente minhas emoções, naquela hora percebi que todos estavam sentindo o mesmo. Então ela se aproximou de mim.

— Me desculpe lhe causar esse incômodo, por eu nascer como o aspecto do amor, eu causo essa coisa em todo mundo, é impossível controlar isso, eu meio que pareço ser alguém especial para alguém, mas... Na verdade não sou nada, é tudo uma ilusão criada pelo meu poder... —

Delila estava cabisbaixa dizendo essas palavras, mas talvez ela estivesse certa, implantar uma emoção em uma pessoa, não a fará se sentir querida realmente.

— Ilha a vista! — gritou o capitão.
— Finalmente porra!! Eu não aguentava mais ficar aqui! — gritou Sig Wald.
— Ele é barulhento assim quando tá com você também? — perguntei a Delila.
— Nem me fale... — respondeu ela enquanto sorria.

Silvia e Sheyla viam em nossa direção para podermos desembarcar juntos.

— Finalmente tudo isso acabou...Hmmf — disse enquanto suspirava...
— Antes de irmos, devemos passar no, Caneca Furada. A bebida deles é muito boa! E está sempre geladinha! — disse Sig Wald muito empolgado.
— Não acho que seja uma boa ideia. — disse Sheyla preocupada.
— Agora que você falou, eu reparei que aqui o clima é um pouco mais frio, mas a Sheyla está certa, considerando o tipo de pessoas que somos, um bar é quase um imã de problemas.
— Quando ele decide algo, não há nada que possamos fazer... — disse Delila com um leve sorriso.

Depois que desembarcamos fomos caminhando pelo cais eu pude notar que a arquitetura do local era um pouco mais rustica e trabalhada mais em cima de madeira bruta. Até na questão das roupas o local era diferente, roupas com pelagem e tecidos mais consistentes baseavam toda a vestimenta local.

— Então Sig, por que viemos aqui exatamente? — falei cochichando.
— Vou explicar tudo quando chegarmos no nosso destino, mas por enquanto vamos beber e comer um pouco de comida boa hehe.

Ao sairmos do cais, e caminhar adentrando a cidade local, pude ver que o local tinha uma infraestrutura um tanto frágil, mas acho que pela educação desse lugar eles se mantém na força e coletividade. Os tipos de pessoas daqui são tão diferentes mesmo tão perto da capital...

— Lá está ele, lindo como sempre, o melhor bar de todo o mundo. — disse Sig Wald.
— Parece só uma estalagem comum — falei com um olhar sem graça.

Ele se moveu tão rápido na minha direção, que sua capa ficou voando no local que ele estava, e apareceu instantaneamente na minha frente dizendo: — Nunca mais fale assim daquele local, nunca! — disse com uma cara sombria e aterrorizante.
— Dá pra parar com esse teatro? A Silvia e eu estamos com fome!
— Certo... Vamos entrar!
— É disso que eu gosto! — Disse Sig Wald empolgado.

De repente começou a nevar e pelo que parecia, uma nevasca se aproximava...
Chegando próxima a porta da estalagem, eu escutei um barulho de cadeiras e outras coisas quebrando seguido de alguns gritos, parecia ser uma briga de bar como muitas outras, até que nos aproximamos da entrada e alguém saiu pela entrada empurrando a porta com muita força.

— Sai da frente seu pedaço de merda! — disse o sujeito vestido como um espadachim.
— Vamos resolver isso aqui e agora, retardado! — um cavaleiro que usava uma lança.

Eles pareciam estar muito bêbados e com os nervos a flor da pele, os dois mal conseguiam caminhar sem cambalear.

— O que está acontecendo aqui Sig?
— Espere... Essa é a melhor parte — disse com um olhar empolgado.
— Nós podemos ir na frente — disse Delila para Silvia e Sheyla.

Então as outras entraram para irem pegar uma mesa para nós, eu e Sig Wald ficamos do lado de fora para ver o desfecho daquele duelo.

— Você vai deixá-los se matarem?
— Isso é um duelo, não uma execução. Eles próprios que entraram nessa, se a coisa ficar séria eu vou intervir... Só relaxe e aproveite esse duelo emocionante de dois bêbados.

— Ah... Se você está dizendo.

Eles sacaram as suas armas, e o combate se iniciou, avançaram um contra o outro e bateram suas armas, pela minha surpresa eles começaram a ter um combate marcial. Eles estavam lutando muito rápidos além de estarem bêbados... Isso não era coisa de pessoas comuns.

— Eles devem ser fortes, né?
— Sim, são fortes. Assim que passaram por mim eu pude sentir que seria algo interessante. — Disse Sig com uma voz séria.
— Quem você acha que ganha esse duelo? — perguntei curioso.
— Não sei dizer bem, pode depender de quem usar melhor sua arma e magia.

Já se passaram alguns minutos e eles estavam cada vez mais rápidos, trocaram socos, chutes... Até que.

— Postura da Salamandra: Lâmina Incandescente! — gritou o espadachim.
O espadachim se posicionou de uma forma mais defensiva e sua espada começou a brilhar tanto quanto uma estrela. Até que o lanceiro revida dizendo: — Liberação dos ventos: Tempestade do norte! — gritou o homem loiro de armadura.

Impressionantemente uma parte estava ficando congelada e outra parte ficou em chamas, eu consegui ver o ataque do espadachim, mesmo sendo muito rápido, ele desembainhou a sua espada e logo a embainhou tão rápido que foi possível cortar o ar em forma de fogo, enquanto o lanceiro fez uma tempestade de vento em direção ao ataque do espadachim, neutralizando completamente os dois ataques.

— Yamazaki, depois de 4 anos, eu vou ganhar o nosso duelo que sempre deu em empate! — gritou o homem de armadura.
— Sandro, você sabe que jamais me derrotará, perca quieto! — gritou Yamazaki enquanto preparava outro ataque.

Os dois pareciam estar muito sérios, além de estarem bêbados.

— Sig, esses dois se conhecem a muito tempo? — perguntei curiosamente.
— Sim, sempre no final dos dias eles duelam, para ver quem irá ganhar a batalha nunca terminada, mas sempre acabou em empate — respondeu Sig Wald de braços cruzados.
— Entendi... Então sempre fizeram isso... — falei, por um breve momento passou pela minha cabeça, em saber mais sobre eles, eu nunca tinha visto ninguém igual aquele tal de Yamazaki.

As vestes do espadachim eram muito estranhas, os seus olhos eram puxados, e ele tinha longos cabelos pretos com um coque, e aquele lanceiro, com aquela armadura leve e seus cabelos curtos bagunçados loiros... Esses caras não parecem ser deste continente. Eu estava perdido nos meus pensamentos sobre eles, até que vi Sig Wald sair do meu lado.

— Opa opa, podem parar os dois, vocês estão bêbados, continuem isso amanhã — disse Sig Wald ao espadachim e ao lanceiro, estendendo suas mãos para interferir.
— Cale a boca, você quer morrer? — disse o lanceiro arrogantemente.
— Saia daqui se não quiser perder a cabeça, seu elefante — disse o espadachim com um tom desagradável.
— Oque! Você me chamou de elefante?! — gritou Sig Wald irritado.
— “Meu Deus... Agora fodeu mesmo...” — pensei, suspirando de olhos fechados.

O lanceiro e o espadachim preparavam um ataque para matar Sig Wald, mas ele simplesmente fechou os olhos e citou a seguinte palavra.

— “Kropen.”
Inúmeras lanças surgiram no céu, o lanceiro e o espadachim rapidamente desfizeram suas posturas de ataque e olharam para o céu, eles pareciam assustados.

— Puta que merda, o que é isso? — disse o lanceiro olhando para o céu, enquanto o suor escorria pelo seu rosto.
— Esse cara, ele é um monstro? — se perguntou o espadachim, olhando para o céu e vendo as lanças.
— Viu? Eu falei para pararem — ordenou Sig Wald convencido de seu poder.

Logo o lanceiro e o espadachim abaixaram suas armas e seguiram para dentro do bar novamente. Fui até o Sig Wald para lhe dizer que aquilo não era necessário.

— Você é muito exagerado mesmo... — disse para Sig Wald.
— Mas, mas era o único jeito, aqueles caras não podem se matar — explicou Sig Wald com algo em mente.
— Como assim? — perguntei intrigado em porque não podem se matar.
— Você verá — disse Sig Wald misteriosamente enquanto desfazia seu poder.

Silvia, Sheyla e Delila foram para dentro do bar para reservar nossos lugares, então decidimos ir acompanha-las logo. Assim que entramos no bar vimos que estava uma total baderna, as mesas reservadas estavam bem no fundo, então não tinha quase ninguém perto, quando fui falar com o Sig ele já nem estava mais do meu lado.

— Esse cara não toma jeito mesmo... — falei enquanto olha a Sig Wald no balcão comprando bebida.

Então fui andando até a nossa mesa, enquanto andava me esbarrando em algumas pessoas, aquele lanceiro e espadachim estavam bebendo juntos se abraçando e pulando como se nada tivesse acontecido — “Será que as pessoas daqui são assim mesmo?” — me perguntava. As mulheres já estavam comendo sem a gente, Sig Wald nem parecia se preocupar em comer e sim em beber com os outros, eu apenas me sentei na mesa e comi algumas carnes que estavam lá.

— Raynard, será que você vai conseguir usar seu poder? — perguntou Delila preocupada.
— Bem... Eu não sei usar o poder do aspecto, eu só entrei em contato com ele uma vez... — disse enquanto coçava a cabeça.
— Aquele Sig... Ele disse que você sabia controlar, aiai — disse Delila enquanto suas esperanças iam se esvaindo — Bom... Não custa nada tentar né — disse logo em seguida.
— É... Espero — falei meio desconfiante de si mesmo.

Após ver o Sig indo até aqueles caras para beber com eles, já veio em minha mente uma outra briga de bar, mas parecia que eles estavam se dando muito bem, eles estavam conversando sobre alguma coisa sobre elfos, não dava pra escutar direito, eram muitas pessoas falando ao mesmo tempo. Mas com todo certeza eles estavam se dando bem.

Após terminarmos de comer, fui até o Sig Wald para podermos resolver o problema da Delila.

— Sig, temos que ir, ainda temos que fazer uma coisa lembra? — o interrompi enquanto estava se divertindo com o lanceiro e o espadachim.
— Cal-calma, você não sabe se divertir mesmo né? — respondeu Sig Wald soluçando.
— Talvez nós fiquemos sem tempo irmão... — respondi em seguida.
— É verdade... Bom, vamos lá, esses dois irão nos acompanhar.
— O que?! Por que?! — perguntei sem saber de nada.
— Eles dois tem rixa com os elfos, nós não vamos ter que encarar eles uma hora? — perguntou Sig Wald lembrando de quando me resgatou — Você não quer fazer sua vingança? — perguntou logo em seguida.
— Bem... Sim, jamais os poderei perdoar — respondi de cabeça abaixada.
— Não se preocupe garoto, nós dois não vamos te dar trabalho — disse o espadachim Yamazaki.
— Sim, nós sabemos nos virar! — gritou o lanceiro Sandro.
— Por mim tudo bem, quanto mais companheiros melhor — falei cumprimentando os dois com um aperto de mão.
— Então, pra onde iremos? — perguntou o Yamazaki.
— Nós temos que resolver um problema de nossa amiga... — respondi preferindo não falar sobre nossa identidade ainda.
— Podem contar com nós dois, desde que possamos fazer nossa vingança — disse Yamazaki com um riso no rosto e com a mão no enorme chapéu de palha.
— Ei! Seu cabeça de coco, não responda por mim! — gritou Sandro olhando para o Yamazaki — Podem contar comigo para qualquer coisa, aliás eu sou melhor que esse cabeça de vala — disse Sandro em seguida tentando provocar o Yamazaki.

Então eles dois continuaram uma discussão gozando um do outro, eu e Sig Wald nós viramos e fomos até a nossa mesa onde estava Sheyla, Silvia e Delila, para assim podermos partimos.

— Então, vamos continuar com o que viemos fazer aqui? — perguntou Sig Wald para as três.
— A sim, vamos — disse Delila preocupada com alguma coisa.
Então nós 5 fomos até a saída do bar.
— Ei! Nos esperem! Não se esqueçam de nós — gritou Sandro e Yamazaki correndo até a gente.
— A meu deus, o que vocês arrumaram? — perguntou Sheyla.
— Bom, eles dois vão nos ajudar em nosso caminho — respondi com um riso sem graça.
— Por mim, sem objeções — respondeu Delila sorrindo.
— Não me importo, desde que fiquemos unidos — disse Silvia agarrada na Sheyla.
— Af... Tudo bem então, mas se eles vierem de gracinha eu vou matar os dois — respondeu Sheyla meio aborrecida.
— “Eu acho incrível, como essa mulher tá sempre de mal humor” — pensei enquanto a olhava.

Então Yamazaki e Sandro chegaram até nós, Sandro tentou bancar o alfa mas Sheyla o cortou logo.

— Deixe que eu vá na frente, para proteger as damas — disse Sandro convencido, indo na frente das três mulheres, mal ele sabe como elas são, sinto pena.
— Esse cara é mesmo um idiota — disse Yamazaki enquanto caminhava ao meu lado.
— Sai da minha frente seu bocó! — gritou Sheyla com os olhos em chamas, assim o chutando pelas costas, o fazendo cair de cara no chão.

Então Sandro ficou de cara no chão no meio do caminho enquanto passávamos por ele rindo. Fomos até uma cabana onde vivia a Delila, ao chegar lá olhei em volta e lembrei de minha casa na capital, assim que entramos lá dentro o Sig Wald impediu os outros a não entrarem.

— Bom... Daqui só nos três poderemos entrar, eu não sei o que pode acontecer agora, então é melhor vocês ficarem esperando na varanda.
— Como assim? — perguntou Yamazaki, enquanto Sandro já estava sentado esperando.
— Eu não sei se o explicamos, mas eu, Raynard e Delila, somos aspectos, e nós precisamos resolver um problema com o aspecto dela — explicou Sig Wald para Yamazaki, enquanto ele ficava surpreso ao descobrir sobre nós.
— Nossa... É por isso que sinto essa força vindo de vocês, realmente vir com vocês foi uma boa escolha — disse ele enquanto tirava o chapéu imenso de palha e passava a mão no cabelo o jogando-o para trás.
— É..., me desculpe por não explicar para vocês antes.
— Não se preocupe, nós acabamos de nos conhecer, sem problemas — compreendeu a situação enquanto foi explicar para o Sandro.

Sheyla e Silvia sem objeções ficaram esperando no jardim analisando as flores. Após me sentar no chão com a Delila, Sig colocou uma barreira em nossa volta para prevenir problemas externos, então segurou em minha mão.

— Está com medo? — perguntou ela enquanto sorria.
— Bem... Um pouco, e se der errado? — respondi enquanto sentia suas mãos suadas.
— Eu também estou um pouco nervosa, mas nós temos que tentar, então só relaxe — falou enquanto ela tentava me tranquilizar.

Se ia dar certo ou não, eu tenho que tentar me focar para conseguirmos com sucesso, acho que se der algo errado agora, vou por todos em perigo, eu não quero isso... Assim que ela fechou os olhos, acho que entendi o que era pra fazer. Segurando minhas mãos um elo entre meu aspecto e o dela seria criado, então fechei meu olhos também.

— Raynard? Está aí? — perguntou Delila segurando minhas mãos.
— A sim, estou aqui — falei enquanto abri os olhos naquele mundo todo branco.
— Oi aspecto do amor... Quanto tempo — disse o aspecto da paz vindo em nossa direção.
— Olá aspecto da paz, sim, já fazem milhares de anos — respondeu o aspecto do amor que surgiu em nossa frente.
— O selo está se quebrando novamente?
— Sim... Foi difícil encontrar o seu receptáculo, então ele deve estar mais forte.
— Entendo... — disse o asp paz enquanto andava até o asp amor.

O asp da paz preparava algo em seus dedos, eu e Delila podíamos apenas ficar os observando, vi seus dedos criarem 5 luzes em casa dedo, então ele colocou seus 5 dedos sobre a cabeça do asp do amor.

— Vai ficar tudo bem... Relaxa — disse Delila olhando para mim.
— S-sim... — respondi nervoso.

Uma luz dourada imensa se expandia para todo o lado, pareciam que eles não estavam sentindo nada, mas eu pude perceber uma batalha interna, colisões de raios surgiram em toda parte, raios de todos os tipos de cores e então começou a tudo tremer, mas o asp da paz ainda mantinha seus dedos sobre ela. Sig Wald parecia ter dificuldade para manter a barreira, ele se sentou e colocou suas mãos sobre a barreira para fortifica-la.

— Parece que a coisa lá dentro está feia, não é Yamazaki? — perguntou Sandro sentado na varanda.
— É... Parece que sim, aspectos são seres muitos formidáveis e misteriosos — respondeu Yamazaki deitada com um pedaço de capim na boca com o chapéu sobre sua cabeça, um pequeno flashback sobre onde ele vivia veio em sua cabeça.

Enquanto isso internamente as coisas pareciam voltar ao controle, então o asp paz cessou o seu poder e tirou a mão sobre a cabeça do asp do amor, e se afastou um pouco.

— Então... Fortificou o selo? — perguntou o asp da paz meio confuso sobre uma coisa.
— Eu... Acho que sim, parece que sim — respondeu o asp do amor tentando sentir alguma coisa.
— Me desculpe por alguma coisa, o Raynard ainda não sabe sobre como dominar, então eu fico muito enfraquecido também.
— Tudo bem... Acho que deu certo — disse o asp do amor aliviada.
— Que bom então — dizia enquanto sorria o asp da paz.
— Raynard... Eu sinto um poder imenso em você sendo que você ainda nem dominou seu aspecto... Como isso é possível — perguntou Delila enquanto segurava minha mão, olhando para mim de uma forma curiosa.
— É... Eu não sei exatamente, é sério? — respondi de uma forma sonsa.
— Sim, você tem uma aura estranha, e também um tanto sombria.

Após ela me dizer essas palavras, alguma coisa aconteceu com ela, por um instante eu vi seu olhos vazios e depois voltaram ao normal.

— Você tá bem Delila? — perguntei após ver essa cena estranha.
— A... Sim... Eu tô bem, não se preocupe — respondeu ela meio desorientada.
— Tudo bem então... — disse mesmo percebendo que algo aconteceu.
— Parece que conseguimos conter o asp do ódio dela — disse asp da paz para o asp do amor.

Quando eu escutei aspecto do ódio, eu fiquei um tanto assustado e decidi lhe perguntar sobre.

— Delila, como assim aspecto do ódio? O aspecto que tem em você é o do ódio? — fiz perguntas seguidas de perguntas preocupado.
— Bem, sim, ele surgiu após um trauma de infância que eu tive, eu sempre nasci como aspecto sabe? — respondeu Delila sem graça.
— Um trauma? Pessoas podem nascer como aspectos?
— Olha, eu não quero falar sobre isso agora, mas sim pessoas nascem como aspectos.
— Entendo...
— Vamos sair daqui, parece que nossos problemas já foram resolvidos.

Enquanto partíamos lentamente como fumaça, os aspectos ficaram nós olhando, até que o asp da paz me disse algumas palavras antes de sumir.

— “Venha me encontrar, quando estiver pronto.”

Eu não o ouvi direito, mas consegui ler seus lábios se movendo, e percebi que era isso o que ele falou. Após sairmos o Sig Wald parecia meio esgotado, ele estava suado e ofegante.

— Sig, o que foi que aconteceu com você? — perguntei preocupado.
— Eu tive que manter a barreira por um bom tempo, parecia que estavam em uma luta feia — respondeu todo ofegante.
— Nós não lutamos, apenas observamos os aspectos agirem.
— Então foi isso?
— Basicamente sim né — respondeu Delila me interrompendo.

Já estava ficando tarde, após levantarmos e sair para a varanda e chamar os outros para entrarem, vi uma cena cômica do Sandro e Yamazaki dormindo juntos, após olhar tapei minha boca para não dar uma gargalhada, o Sig Wald estava lacrimejando segurando sua risada.

— Ué, onde está a Sheyla e Silvia? — perguntei, olhando para o lado e para o outro.
— Elas estavam olhando as flores do jardim, e depois sumiram de vista.

Silvia veio em minha direção gritando meu nome, então me abraçou segurando umas flores.

— Você está bem irmãozão? — perguntou ela preocupada.
— A sim, relaxe, eu estou bem — falei sorrindo enquanto lhe fazia um cafuné.

Sheyla veio logo atrás olhando para os dois dormindo.

— Olha, que visão deprimente — disse Sheyla com arrogância.

Silvia olhou e começou a rir dos dois dormindo.

— Deixe-os dormindo aí, amanhã veremos o que iremos fazer — disse Sig Wald.
— É... Vamos entrar.

Estrada das Mães do Fogo
Caminho até a ilha de Torven.

— Merda, mas que dificuldade pra chegar até esse cara — disse Kengan enquanto corria pela estrada.
— Então, você está indo encontrar alguém? — perguntou o acompanhante de Kengan.
— Bem... Praticamente sim, não faça perguntas, só me mostre o caminho.
— “Mas que cara mal humorado” — pensou o acompanhante de Kengan.

Cabana de Delila
Ilha de Torven.

Após amanhecer escutei uma confusão lá fora, então rapidamente fui correndo para ver o que era.

— É hoje que eu te mato seu merda! — gritou Sandro preparando sua lança para o ataque.

— Então venha, vou te cortar ao meio — refutou Yamazaki com sua postura de contra-ataque.

A Coroa Perdida (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora