🐺Prólogo

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  Jung Hoseok continuava lendo um novo conto de Hemingway, já fazia horas que estava atento à leitura. A fome pela descoberta da página seguinte, fazia seus olhos passearem atentamente sobre as páginas brancas, enquanto seu cérebro tentava assimilar cada palavra. Ao lado, em cima da mesinha de cabeceira, uma xícara de chá verde. A fumaça continuava a subir, agora mais tímida e de tão atento que ficou com a leitura, não percebeu, mas começará a chover em Gwangju, uma chuva torrencial.

  Ainda descalço, foi até a janela do quarto e observou as gotas caindo de um céu totalmente escuro, vez ou outra iluminado por raios assustadoramente belos, em que um curto espaço de tempo, cortavam a penumbra.

  Batidas na porta fizeram o jovem de pouco mais de 24 anos, despertar do torpor.

- Entre. - O alfa líder da gangue mais temida da cidade, ordenou.

- Senhor, temos um presente. - Informou, Namjoon.

  Kim Namjoon era beta, 29 anos e braço direito de Hoseok, sempre fazendo de tudo para que o alfa tivesse seus desejos atendidos. Na maioria das vezes era encarregado de resolver os problemas que seu líder arrumava para a gangue.

  - Do que está falando? - Indagou, aparentemente curioso; seus olhos negros clarearam e o brilho da íris, tornou-se ofuscante.

  - Venha, me acompanhe, senhor. - Pediu, caminhando para fora do cômodo, só parando no quarto ao lado. - Encontramos o pequeno ômega na área de serviço da mansão, agonizando. - Informou confiante.

  Mirando a cama, Jung encarou o corpo prostrado sobre a cama, estava surrado, com manchas de sangue um pouco acima do tórax e a franja úmida, cobria seus olhos.

  Logo ao se aproximar, sentiu o cheiro doce, mesmo misturado ao sangue, continuava evidenciado. Estava no cio. Aproximou-se mais um pouco ao tirar a franja da face, seus olhos quase saltaram para fora da face ao perceber que se tratava do filho de um velho conhecido.

  - Ele é filho daquele desgraçado. - Rosnou incomodado, cerrando as mãos em punhos. - Está com cara de armadilha. - Sábio, não se deixou levar pelas aparências.

  - Ele está ferido, senhor e pelo que pode perceber facilmente, está no cio. - Namjoon contrapôs.

  - Não tocaram nele, tocaram? - Virou-se para o beta, ansioso pela resposta.

  - Todo seu, senhor - A confiança depositada na fala, fez o mais jovem suspirar, mais ainda não era um suspiro de alívio. - Vai matá-lo? - Quis saber, ambos encarando o garoto se contorcendo de dor em cima da cama.

  - O filho de Chin Hwa merece algo muito pior. - Havia maldade presente em sua fala, face e olhar. - Vou marcá-lo. - Informou, se sentando ao lado do ômega.

  Saber que Taehyung não tinha nenhuma marca no pescoço, fez o ego do alfa inflar, deixando seu corpo se dominar pela soberba e loucura do momento.

  - Não é perigoso, senhor? - Namjoon de repente, estava assustado com o comportamento de seu líder, vendo-o acariciar o rosto do ômega, este quase desfalecido em cima do colchão. - A marca vai uni-los de um modo intenso. - Tentou alertá-lo.

  - Imagine o quão doloroso será pra esse garoto, desejar ir embora e não conseguir, por que seu corpo, vontades e até mesmo pensamentos... Tudo de Kim Taehyung passará a pertencer somente à mim. - O pensamento era deveras agradável. - Farei com que em sofra tanto ou mais do que a minha mãe sofreu. - É ao final da fala, não esperou mais para cravar seus dentes no pescoço de Taehyung, marcando-o.

                            💙💫💙

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