Capítulo 4

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Pov Amber

Acordei mais tarde que o normal, o que foi esquisito porque sempre vem um interno me ver.

Me ajeitei na cama e me sentei. Olhei para o botão e desisti de chamar a enfermeira.

Com dificuldade e um pouco de dor eu consegui levantar sozinha. Peguei o soro e andei me apoiando nas paredes até o banheiro.

Fiz as minhas necessidades e lavei as minhas mãos. A parte mais difícil e cansativo foi voltar para cama.

Quando estava prestes a me sentar na cama o Alex entrou no quarto.

- Posso saber o que você está fazendo fora da cama? - Perguntou ele irritado e me colocou na cama.

- Eu só fui no banheiro rapidinho. Estou conseguindo dar alguns passos sozinha já. - Disse.

- Por que não chamou uma enfermeira? Você poderia ter levado um tombo e piorado a sua situação. - Disse ele.

- Eu só queria tentar ir sozinha. Não aguento mais depender dos outros, me desculpa! - Disse.

- Tudo bem, só não faz mais isso. Pede para alguém te auxiliar ou ficar te olhando para você não ter risco de cair.- Disse ele.

- Tá bom. - Disse.

- Quer ir tomar café no refeitório? - Perguntou ele.

- O que aconteceu? Você está esquisito. - Disse.

- Eu estou bem. - Disse ele evitando me olhar nos olhos.

- Está mentindo! Tem a ver com a sua saída ontem né? - Perguntei.

- Sim, eu fui ver a nossa mãe. - Disse ele e eu fico nervosa.

- Por que? Aconteceu alguma coisa com ela? - Perguntei.

- Não. Ela está bem, bem até demais. - Disse ele.

- Como assim? - Perguntei.

- Ela está bem. Ela voltou a trabalhar na livraria. Ela melhorou da esquisofrenia, ela foi ao médico. Ela só precisa manter a mesma rotina para ficar lúcida. - Disse ele.

- Fico feliz por ela. - Disse.

- Ela me perguntou de você. - Disse ele.

- E o que você disse? - Perguntei.

- Eu falei que você estava bem e comigo. Eu pensei que talvez, se você tiver vontade... - Disse ele e eu o cortei.

- Eu não quero ver ela. Eu realmente fico feliz por ela estar bem, de verdade. Mas prefiro manter a distância por enquanto. - Disse.

- O que aconteceu entre vocês antes de você sair de casa? - Perguntou ele.

- Não é só por causa da doença, mas por algum motivo nós não nos damos bem. Talvez seja por causa do nosso pai, já que eu sou a mais nova. Não teve uma situação específica, foram várias situações que ocorreram entre nós, até mesmo agressão, depois de um tempo  eu apenas decidi que era a hora de sair de lá. Eu posso até ser egoísta, mas ela não estava só doente como também estava me deixando. Passar os últimos anos com ela sozinha foi muito difícil, eu simplesmente não aguentava mais. Depois que eu fui embora eu ligava sempre para um vizinho que me dava notícias dela, e ligava para ela também. Quando eu estava trabalhando eu contratei uma pessoa para auxiliar em tudo que ela precisava, tive que demitir ela por falta de dinheiro. Depois eu passei por uns problemas e não tive mais tempo para saber dela. Então eu fico aliviada que ela esteja lúcida e não dependa mais de ninguém. - Disse.

Amber Karev ( Parada)Onde histórias criam vida. Descubra agora