⤷017

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HARDEL, sillut

Clarisse me arrastou para casa do Johnson e Gilinsky, já que hoje os garotos dariam uma festa. Naomi não estava com um pingo de vontade de ir, assim como eu, mas não iríamos uma garota que tem problemas com álcool sozinha.

Na última festa que teve, Johnson disse que iria olhar a prima, mas os dois acabaram sendo os primeiros a ficarem bêbados. Quase acabaram com a casa do Derek, até que Delany, — irmã mais velha do garoto — apareceu e expulsou todos.

Depois do surto de Delany, Derek nunca mais fez alguma festa na própria casa. Não julgo.

— Clarisse, não bebe muito, por favor! — Naomi falou para a garota, que apenas deu de ombros e saiu de perto da gente.

Fazia apenas dois minutos que tínhamos chegado na festa. Havia várias pessoas bêbadas ao redor, e o cheiro de bebida e maconha já estava impregnado na casa, me dando um desconforto na cabeça. Se meus pais soubessem aonde estou, eu já estaria morta da vida.

Passei meu olhar ao redor, enquanto Naomi segurava firmemente minha mão.

Sammy estava abraçado com uma garrafa de tequila enquanto chorava; Nathan estava aos beijos com uma morena desconhecida; Gilinsky estava com a mão no ombro do Sammy e quase dormia em pé; Johnson tirava uma foto do Nathan, mas parou logo após me ver observando.

O loiro veio na minha direção, saltitante e sorridente. Ele puxou Hayes junto.

— Ah, não! — Naomi murmurou ao ver os dois. Olhei para a loira, que apenas revirou os olhos. — Odeio homens.

Naomi sempre foi muito fechada, então nunca entendi esse odio todo. Ela era pior do que um enigma.

— Oi, amores da minha vida. — Johnson se jogou em nós duas, enquanto dava um beijo na bochecha de cada. — Quer?

Entendeu o copo de bebida para Naomi, que aceitou e tomou em um só gole. Se levantou e saiu logo em seguida, puxando Hayes com ela.

— Tem suquinho pra você. — Johnson falou, após os dois saírem. Sorrio e o garoto segurou meu braço, me puxando com ele.

Chegamos na cozinha, depois do Johnson ter empurrado todo mundo para dar espaço.

— Temos de maçã e morango, quer qual? — Johnson perguntou. Abriu a geladeira e tirou dois sucos de caixinha. — Gilinsky comprou porque sabe que você detesta álcool.

— Suco de maçã é o meu preferido. — Entendi as mãos para poder pegar o suco. Johnson me entregou e fechou a geladeira.

Tirei a tampa do suco e coloquei em cima da bancada. Levei o líquido até minha boca e dei um gole.

Johnson me olhava como se quisesse perguntar algo. Eu já sabia sobre o que era, infelizmente. Desviei o olhar do garoto e foquei minha atenção no suco. Mas estava sendo constrangedor, já que eu continuava sentindo o olhar do garoto em mim.

— O que foi? — Perguntei, soltando um longo suspiro e voltei a olhar para ele.

— Sabia que o Gilinsky quase chorou por conta da legenda? — Ele falou, não hesitando em nenhum momento sobre expor o amigo. — Sinceramente, amendoim! Eu não aguento ver ele sofrendo por amor. Ele é apaixonado por você faz anos.

— Vou te contar um segredo. — Chamei o garoto para mais perto e ele se aproximou. Olhei ao redor para ver se não tinha ninguém por perto e aproximei a boca no ouvido dele. — Eu não sei se gosto dele, é tudo muito confuso.

— Pelo amor, Sillut. — Johnson revirou os olhos e se afastou. — Pensei que era algo chocante. — Murmurou. — Vai falar com o Gilinsky e seja sincera, eu sei que ele vai entender. Estou cansado de ver ele ouvindo música de gado. É melhor falar a verdade do que deixar ele sofrendo.

— Vou falar com ele. — Sorrio para Johnson e pego meu suco, caminhando para fora da cozinha.

Vasculhei meu olhar pela sala a procura de Gilinsky e não achei o garoto.

Passei a mão pelo meu cabelo, prendendo uma madeixa atrás da orelha. Se Gilinsky não estava aqui em baixo, ele deve estar no andar de cima.

Caminhei para ir até a escada, mas parei no meio do caminho ao ver Clarisse segurando duas taças de vinho. Ela estava com a feição fechada, enquanto murmurava algo.

— Por que você está com duas taças de vinho? — Perguntei para ela.

— Porque eu tenho duas mãos e um probleminha com álcool. — Respondeu grossa e sem me olhar.

É claro, foi uma pergunta tola.

Levantei minhas mãos em forma de rendição e fui subi as escadas, sem colocar a mão no corrimão. Eu tinha um pequeno nojo por qualquer coisa que as pessoas tocavam.

Cheguei no topo da escada e fui abrir algumas portas, mas estavam trancadas. Andei mais pra frente e a única porta que estava aberta foi a do banheiro.

Me aproximei do cômodo e coloquei apenas minha cabeça para poder espiar. Foi a pior coisa que eu fiz.

Gilinsky estava aos beijos com Naomi. Não entendi porque fiquei triste ao ver a cena, eu não gostava do Gilinsky.

Minha visão começou a ficar embaçada e não demorou muito para eu sentir as lágrimas molharem minhas bochechas. Fui correndo para o andar debaixo, mesmo sem entender o motivo do meu choro.

Naomi vive falando que odeia homem, mas na primeira oportunidade ela beija um.

Coloquei o suco em cima de uma mesinha, quando eu passei pela sala. Limpei as lágrimas com a palma da mão, mesmo sabendo que era inútil.

Consigo passar pelas pessoas que estavam na sala e chegar até a porta da casa.

— Sillut, o que foi? — Derek perguntou, me puxando antes que eu pudesse sair da casa. Me desvencilhei da mão dele e sai correndo, tentando parar de chorar.

𝐒𝐈𝐋𝐋𝐔𝐓 • 𝑗𝑎𝑐𝑘 𝑔𝑖𝑙𝑖𝑛𝑠𝑘𝑦Onde histórias criam vida. Descubra agora