CAPÍTULO 43

2.7K 134 22
                                    

domingo
10:00hrs

Maria Clara

Tinha me mudado pra o complexo no sábado a tarde, foi horrível, nem queria vir, realmente fui obrigada.

Mas vou confessar que aqui é bem mais animado que lá no condomínio que meus pais tão, na verdade minha mãe.

Meu pai sumiu um dia desses bem do nada, mãe disse que não era pra contar pra Karen, como se ela fosse burra e nunca iria descobrir.

Ontem conheci uns negócios por aqui, descobri que todo sábado tem baile, as vezes numa quadra e as vezes nas ruas por aí, dia de domingo tem um pagode na praça ou até mesmo churrasco de alguns caras do Morro, pelo menos foi oq a karen me disse e oq umas vizinhas tava falando.

A casa que a karen tava nem de tão ruim, era bonitinha até, saber que ela faz trabalho sujo pra conseguir os negócios me deixa com mais nojo dela.

Tava na porta de casa sentada e olhando a rua, na verdade tava fazendo minhas unhas que tava mais feia que tudo.

Ouvi uns barulho de moto subindo o morro e continuei na minha posição, olhei pra uma moto e vi um cara bem bonito, ele passou devagar e me olhou, fiz careta pra ele que sorrio negando com a cabeça e acelerou mais a moto.

To dizendo que os cara desse lugar é estranho, uns ficam te olhando sem falar nada e outros vem sem nem trocar um papo da hora.

Karen tinha saído desde manhã, deixou um bilhete dizendo que ia resolver uns negócios, que tinha dinheiro na caixa perto da porta e que chegava só mais tarde.

Por um momento pensei que a doida tava sendo prostituta, mas depois lembrei que elas trabalham só a noite, eu acho.

Fiquei mais um pouco ali, quando terminei minhas unhas entrei pra casa pra ver se tinha algo pra fazer.

Fui no quarto da Karen e fiquei olhando tudo por lá, depois que ela saiu de casa mudou mais que tudo, vai entender.

Depois que vi que não tinha nada, desci pro andar de baixo e peguei o dinheiro na caixa. 

Saí de casa trancando ela e fui descendo o Morro, tinha nada pra fazer em casa e eu não ia ficar lá sentada com o rabo na calçada esperando a bonita da Karen chegar.

Cheguei na Praça e me sentei no banco que tinha sombra, tava um calor do caralho, pleno domingo o sol querendo dá show.

Vi uma Barraca de sorvete abrindo e fui até lá toda feliz, sentei no banco dali e a mulher me olhou sorrindo.

- vai querer alguma coisa? -falou ainda sorrindo e eu assenti- pode falar

Clara: um sorvete de baunilha, por favor -falei e ela assentiu-

Dei o dinheiro pra ela e ela pegou, antes de fazer o sorvete ela me deu o troco e eu guardei ele no bolso do short.

- você é nova por aqui - falou e eu desviei o olhar do carro de som pra ela-

Clara: sou sim -falei apoiando minha cabeça nas mãos-

- percebi -falou colocando o sorvete na casquinha- quer cobertura?

Mente de quebrada Onde histórias criam vida. Descubra agora