Capítulo 2: Um príncipe romântico

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Ser um príncipe poderia parecer a coisa mais emocionante do mundo, ser alfa e um príncipe era então a definição de privilégio mas Magnus não se sentia emocionado ou privilegiado, na verdade a cada dia ele tinha mais certeza de que essa combinação traria mais problemas do que solução. Alfas tinham que seguir um padrão e se saíssem desse padrão o mundo não aceitava, então ele tinha que manter bem fundo a vontade de ter um ômega, de amar e ser amado porque as pessoas o julgariam.

Como assim você é alfa e não quer ter todos os ômegas que conseguir?

Mas ele não queria, não mais do que queria qualquer outra coisa banal. Não que fosse santo, ninguém era, mas no fundo ele sempre procurava o amor, a pessoa certa. Sua outra metade e a cada dia parecia mais difícil de encontrar.

Magnus suspirou alto e observou a cidade da varanda de seu quarto, ele amava a cidade, o povo e queria cuidar deles, mas no fundo sentia o peso da responsabilidade, seu pai estava doente e em breve ele teria que assumir seu lugar e era difícil assumir o lugar de um rei tão bom.

—Perdido em pensamentos alteza?— Magnus se virou e viu Sebastian, seu conselheiro real e futuro braço direito.

—Estou pensando no futuro. — Confessou Magnus, confiava muito em Sebastian, mesmo sabendo que ele era um alfa um pouco impiedoso ele nunca tinha visto o amigo erguer sua voz de comando contra alguém inocente. — Em ser rei, em procurar um consorte...

—Um ômega, você quer dizer. — Disse Sebastian, se juntando a ele na varanda. — Ainda com os pensamentos românticos Bane?

Magnus riu fraco.

—Não consigo não pensar nisso, em breve precisarei me casar e não quero fazer isso por conveniência, eu não vou fazer isso por conveniência.— Suspirou Magnus.— Meu pai vai tentar me forçar mas ele sabe que não terá sucesso. Seria tão mais fácil se os relacionamentos não demandassem tanto esforço.

—Você poderia dar um baile, convide os ômegas da cidade e escolha um.— Disse Sebastian, de maneira pragmática. — Você é um príncipe, não vão faltar boas opções.

Magnus negou com a cabeça, era justamente esse tipo de coisa que queria evitar. Teriam centenas de ômegas no baile mas todos estariam ali tentando agarrar a fortuna do príncipe e era o oposto do que queria.

—Não quero um ômega que só se casou comigo porque quer estabilidade e conforto, quero alguém real, se for para escolher um deles eu me caso com um ômega escolhido por meu pai. — Anunciou Magnus simplesmente.

—Dê o baile mesmo assim, o destino pode surpreender. — Comentou Sebastian e deu de ombros.— Além do mais, tenho um ômega no meu radar e se você der um baile posso... Cortejá-lo.

—Você vai se casar primeiro que eu? Que escândalo! — Brincou Magnus e suspirou outra vez. — Mas tudo bem, vamos dar o baile e ver o que acontece, quem sabe minha alma gêmea não aparece por aí.

Sebastian assentiu e Magnus voltou para o quarto, precisaria começar os preparativos.

***

Quando Alec ouviu a tosse do pai atrás dele ele correu até ele, com medo do que aquilo significava mas sua corrida e seu entendimento sobre aquilo de nada adiantou porque assim como a mãe, ele observou a doença o debilitando e aos poucos levando ele para um lugar que não poderia ser seguido e agora, voltando do cemitério com a roupa preta pesando no corpo outra vez Alec percebia como a vida poderia ser complicada. Sua madrasta Jocelyn manteve no rosto uma máscara impassível e não derramou uma única lágrima e aquilo só deixou Alec mais chateado.

The Misterious Ômega - ABO MalecOnde histórias criam vida. Descubra agora