APENAS UM DIA NORMAL

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Eu era um garoto de 15 anos, simples. Morava em um bairro afastado do Centro da Cidade. Em mais um dia normal, acordei cedo e fui para escola, chegando lá encontrei minha melhor amiga:

     -Yo.

     -Yo. -  Disse Mel (ou melhor dizendo Melina).

     -Vey... vey... vey!

     -O que foi?

     -Sabe aquele aplicativo que te falei semana passada?

     -Sei sim.

     -Viu a notícia que lançaram ontem?

     -Vi não. Não sei o que aconteceu, mas meu servidor de internet me bloqueou de ver algumas coisas.

     -Nossa que estranho. Mas incrivelmente aconteceu comigo esses dias atrás.

     Nossa conversa foi interrompida com o barulho insuportável do sinal da escola. Como estudamos em salas separadas, nos despedimos.

     -Adios. No recreio nos falamos.  – Eu disse com um sorriso na cara.

    -Tá bom. Bons estudos... - disse Mel, sempre brincando.

     Fui para minha sala pensando o que tinha naquela notícia que meu servidor de internet estava me bloqueando de ver. Algo sério tinha que ser.  Será que alienígenas estavam invadindo a terra? Sempre pensava o impossível. Normal para um jovem como eu.

     Não conseguia me concentrar na aula, coisas passavam na minha cabeça que nem eu sabia explicar. E para ajudar, o tempo não passava. Ainda estávamos na segunda aula, e eu queria saber o que era.

Finalmente o sinal tocou. Precisava saber o que estava acontecendo.

Corri logo para o pátio onde sempre ela (Mel) ficava conversando com suas amigas. Chegando lá:

    -Cadê a Mel?

    -Mel, Mel, Mel. Você só quer saber dessa menina hein!!! - Disse uma de suas amigas, que vamos chamar de Clara (Pois não quer que seu nome seja revelado...haha).

    -E só dela mesmo... - Falei com um sorriso tímido e envergonhado.

    -Ela está te procurando. Foi lá para a quadra. - Falou Clara com uma voz de desconfiança.

     - Valeu! - Disse, já correndo para quadra, passando no meio da multidão de alunos.

     Saí procurando ela por toda a quadra.

     -Cadê, cadê, cadê. Achei.

     Vi ela no canto da quadra, olhando de um lado para o outro.

     -Mel !!!! - Saí gritando que nem um doido até a menina.

    -Até que em fim te encontrei. - Disse Mel de uma forma aliviada

     - O que foi? O tinha para me contar ?

     - Então. Eu vi naquele aplicativo umas previsões para esse ano e uma delas era o apocalipse.

     -O fim do mundo!?!?

     - Não. Mas quase, será um tipo de doença sei lá. Mas será um caos e coisas assim...

     A conversa rendeu o recreio todo e o final da aula também. Já que eu esperaria o ônibus.

     Fui para casa pensando no que Mel tinha me falado. Como eu poderia sobreviver no meio de uma doença e como isso causaria quase o fim do mundo.

      Acordei de manhã pensando naquilo. Já que era sábado, e não tinha aula, fui na casa de meu colega meio doido (Tá bom, muito doido), mas tipo doido do bem.

     Chegando lá:

    -João, João.

    -E aí Samuca. Beleza?-  Me cumprimentou com uma cara de assustado.

    -Tô sim. Mas aqui... Por quê essa cara de assustado?

     -Acabei de conseguir um vídeo explicando porque deu esse pane na internet.

    -Não me diga que a sua está te bloqueando também?

     -Não só a minha, mas a de todo mundo. Bem, entra. Vou te explicar melhor.

     - Claro.

    Entrei e me sentei no sofá, que era perto do computador onde ele estava mexendo.

     -Então, sei de algumas coisas que ninguém sabe. -  Disse João sussurrando.

     -Cara fala logo.

     - Calma irmão, calma. É o seguinte. Já ouviu falar do apocalipse?

     - Sim. A Mel me explicou melhor ontem.

     -Então. Está acontecendo.

     - Que Po##a você tá falando? Isso é coisa séria. Não é pra ficar brincando não.

     - Eu queria estar brincando. Olha o vídeo é melhor.

     - Vídeo?

     - Sim. Olha antes que o governo invada meu computador.

     Olhando o vídeo com muita atenção fiquei sabendo o que estava por vir.

     Depois do fim do vídeo, o olhei, assustado.

     - João. Quando virá para o Brasil?

     - Ninguém sabe. Ninguém sabe nem quando será.

     - Meu DEUS. Valeu irmão.

     Nos despedimos. Pois não sabemos o que vai acontecer amanhã.

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