Omnimalus

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      Há milhares de anos atrás, o caos reinava no mundo. Uma criatura maligna assombrava a Terra e matava todos que não se curvavam diante de si, essa criatura se chamava Omnnimalus (do latim "Omni", que significa "tudo ou todo", mais "Malus" que significa "mal ou ruim"). Ele destruía ou simplesmente comia cada um que passasse em sua frente, porém, ele mantinha alguns vivos para servir ao seu império. 

      As mortes eram tantas que os humanos desenvolveram seus corpos, a partir da evolução, para poder sobreviver e lutar contra os capangas e monstros de Malus: seus caninos se tornaram maiores e mais afiados, assim como suas unhas que se tornaram verdadeiras garras. Depois de muito tempo, um exército foi formado para tentar destruir a besta de uma vez por todas. 

      A batalha foi vencida pelos homens e para garantir a morte de Omnimalus, um grupo de magos dividiu a alma do gigante em dez partes e guardou cada uma dessas em dez estátuas enormes. Todas essas estruturas tinham uma pedra que era justamente onde ficavam os fragmentos de alma. A humanidade finalmente estava salva.

- Mas, Mama, porque dividiram em dez partes? Não era melhor ter só destruído a alma toda? - disse uma criançinha que estava sentada no chão, junto com outras meninas e meninos que estavam ouvindo também a história do fim de Malus.

- Aquele miserável do - pigarreou na intenção de formular sua frase melhor, já que haviam menores na sala - Bem, Omnimalus era tão poderoso que, até na hora da morte, sua alma tentava se erguer e possuir seu corpo novamente, por isso nossos ancestrais tiveram que dividí-la. Era impossível destruí-la por completo. - disse Mama.

Mama, como era chamada por todos, era uma velha feiticeira e detentora dos conhecimentos históricos do Primeiro Reino. Apesar da idade, a senhora adorava soltar uns xingamentos, ela também tinha umas ideias e uns costumes um pouco estranhos e por isso alguns a chamavam de doida, mas era amada por todos mesmo assim.

- Mama, eu quero ter dentes e garras grandes quando eu crescer. Também quero aprender a lutar igual aos guerreiros do passado - disse outra criançinha

-Tenho certeza que você se tornará forte quando crescer. Mas nós não temos mais as garras e dentes afiados como antes. - disse Mama enquanto acariciava os cabelos do pequeno - Ah, e também não se preocupe muito, não lutamos mais tanto assim - disse sorrindo - Se bem que aqueles vagabundos do Segundo Reino vivem procurando guerra com a gente - murmurou - Enfim, vocês estão liberados. Até amanhã! - completou

Todos saíram rapidamente vibrando com o fim da aula, haviam crianças de todos os tipos. A população dos reinos era bem heterogênea, pois as pessoas de várias partes do mundo fugiam para os centros mais seguros que eram distantes da besta no passado. Com isso, muitos acabavam se relacionando com os imigrantes. E como o gigante conseguia se locomover para vários continentes, a fuga das pessoas era maior.

Do lado de fora do Castelo, mais especificamente em um campo aberto, uma jovem bem alta de cabelos longos, cacheados e loiros estava treinando com sua espada contra um tipo de boneco de madeira. Os ventos batiam em sua volumosa cabeleira, mas isso não a atrapalhava de forma alguma. Sua agilidade e sua força eram esplêndidas. A garota de olhos castanhos e pele clara estava muito focada naquilo que estava fazendo, até que uma mulher chegou perto e disse:

- Ei! Já deu né? Até quando você vai ficar aí Anastácia?

Verônica, que tinha acabado de chegar, já estava impaciente. A menina baixinha de traços asiáticos e cabelo curto batia o pé no chão de tanta pressa. A loira respondeu dizendo que já estava indo, mas não foi. Então outra pessoa chegou dizendo:

- Vamos almoçar cachinhos dourados

O rapaz colocou um braço envolta dos ombros de Verônica enquanto falava.

- Tira essa mão de mim José. Você sabe que eu não gosto desse grude. Ai que garoto chato! - disse a baixinha empurrando ele.

- Mas eu só toquei no seu ombro - falou rindo

José já tinha se acostumado com o jeito da nervosinha, afinal, ele a conhecia desde pequeno. O garoto alto com feições indígenas adorava brincar e perturbar as pessoas de quem gostava.
Quando Anastácia finalmente terminou seu treinamento, o grande sino ecoou na maior torre do Reino. Os três ficaram paralisados e perplexos.

- Esse sino... ele nunca tocou antes. O assunto deve ser grave - falou a cacheada de modo assustado.

Os Dez Símbolos da EscolhidaOnde histórias criam vida. Descubra agora