A marca

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Os três amigos que estavam no campo se reuniram na praça principal do reino, juntamente com outras centenas de pessoas. Todos estavam inquietos, havia muita gritaria e até crianças chorando. Porém, o barulho diminuiu quando o Rei Felipe e sua filha Diana saíram do palácio e apareceram na escadaria, eles também estavam acompanhados de um mensageiro. Bastou o soberano levantar a mão e todos se calaram na mesma hora.

- Atenção! – gritou o mensageiro – Venho do 7° Reino para transmitir um alerta: O primeiro fragmento da alma de Omnimalus se rompeu da estátua e criou vida, o espírito se transformou em um gigante que está prestes a atacar os próximos seis reinos. Por favor, mantenham a calma e ... – disse tentando completar sua última frase.

O rapaz mal terminou de falar e todo mundo começou a se desesperar de novo, dessa vez, ainda mais intensamente. O rei, na intenção de melhorar o tumulto, disse:

- Vamos convocar uma reunião de emergência agora para tentar solucionar essa tragédia.

- Tentem se manter calmos, por favor! – completou a princesa.

Os três que estavam na escadaria entraram no castelo rapidamente, enquanto os soldados controlavam a situação no lado de fora. O rei chamou a feiticeira, o comandante de guerra, alguns representantes de outras povoados e os cavaleiros da primeira ordem para discutirem o ocorrido na sala de reuniões, assim que todos chegaram, a discussão iniciou-se.

- Cavaleiros da primeira ordem se apresentando senhor – disse Anastácia

A loira fez reverência, assim como Verônica, José e mais um outro menino que também fazia parte desse grupo.

- Eu sabia que isso iria acontecer um dia! Só não sabia quando. – disse a Mama em tom de preocupação.

- Você está se referindo à lenda? – disse Felipe.

Todos se entreolharam confusos, com excessão da velha e daquele que tinha acabado de perguntar. A feiticeira percebeu isso e logo explicou que a lenda dizia que Malus um dia voltaria na forma de 10 gigantes e apenas aquele que tivesse uma marca específica no corpo, poderia matá-lo. No passado, a pessoa responsável pela morte da besta tinha essa mesma marca, logo, o humano que tiver esse sinal no corpo é descente desse herói de milhares de anos atrás.

- Por que a senhora não contou sobre isso aos outros? – perguntou José

- Porque, seu besta, - disse Mama enquanto dava um cascudo no que tinha perguntado – eu não queria apavorar todos antes do tempo né?

- Mas se você tivesse contado isso antes, e não somente ao rei Felipe, as pessoas não teriam ficado tão assustadas com a notíca agora – disse Verônica

- Ai garota, eu sou idosa e minha cabeça já não funciona muito bem, eu não funciono muito bem. Simplesmente achei que seria melhor assim. – respondeu a velhinha.

- Então quer dizer que a culpa é da idade? Ah, me poupe. – replicou a nervosinha.

- Puta que pariu! Essa menina é sempre assim implicante – disse a de cabelos brancos

As duas ficaram se xingando e discutindo por um tempinho. Até que o menino da primeira ordem, que ainda não tinha falado nada, disse:

- Licença, é... – disse o garoto se levantando timidamente da cadeira a qual estava sentado – Eu acho melhor a gente procurar a pessoa que tem a marca logo – completou.

O rapaz negro de voz baixa se chamava Samuel. Ele era gentil e muito quieto, ás vezes, quase que não dava pra notar sua presença. Mas seus amigos sempre o instigavam a participar das conversas.

- Sim, também acho Sam – disse a loira enquanto coçava sua cabeça.

- Espera aí Anastácia. – disse Diana se aproximando da menina que tinha acabado de falar – Você tem um sinal muito estranho nas costas da mão – completou segurando exatamente a mesma mão que a cacheada tinha usado para coçar seu couro cabeludo.

Os Dez Símbolos da EscolhidaOnde histórias criam vida. Descubra agora