Os Dez Símbolos da Escolhida

Inimigos? Não mais

Você conseguiu! É a escolhida! - disse José sorrindo

A princesa e os cavaleiros do primeiro Reino correram para parabenizar Anastácia. Todos a abraçaram, até Verônica que não gostava muito de contato físico.

- Você foi de grande ajuda Diana, tenho que admitir. Apesar de que pedimos para você ficar longe da gente - disse a baixinha de olhos puxados

- Obrigada. - disse rindo levemente - Quando eu vi aquele monstro prestes a esmagá-la, eu não pensei duas vezes e peguei logo meu arco.

Os guerreiros que estavam conversando se esqueceram totalmente da tropa do segundo Reino que também estava ali. Os amigos de Ravi estavam o ajudando a levantar, já que ele estava bem ferido. Assim que eles o ajudaram, todos os olhares do outro grupo se voltaram na direção deles.

- Sinto muito pelos ferimentos de seu companheiro - disse Samuel

- Que nada Sam, esses mentirosos aí criaram uma marca falsa e ainda por cima vão querer andar com a gente. Pois podem ir embora! - disse Verônica

- Pela última vez: Nós não falsificamos nada. Ele realmente nasceu com isso, vejam só, não é tinta. - disse Helena mostrando a mão do rapaz com o sinal - Mas, analisando bem... Realmente não é tão igual a da lenda como a de sua amiga.

- Tudo bem, enganos acontecem - disse a loira

- Ah não, até você Anastácia? Mesmo que seja verdade o que estão dizendo, eles estão querendo ser um de nós para roubar nossa glória! Saiam logo daqui! - disse a de olhos puxados

- Calma, - disse José segurando a garota que falou por último - eles podem ficar aqui com a gente nesta noite. Todos nós estamos feridos e precisamos descansar, seria muita maldade deixá-los ir agora.

- Não se preocupem, mas nós não precisamos de seus insultos e sua misericórdia também. Vamos embora - disse Ravi enquanto saía com seus companheiros

- Espera! - gritou Diana - Vocês estão muito machucados, por favor não façam isso. Vamos aproveitar que o reino está vazio e repousar aqui mesmo.

Depois de muito insistir, o pessoal do segundo Reino finalmente decidiu ficar. Havia muitos destroços espalhados na região, mas eles encontraram uma casinha que estava intacta e trouxeram suas carroças para perto dela. Alguns pegaram os medicamentos que trouxeram e outros foram procurar do lado de fora. Lá dentro da casa, Anastácia estava procurando Ravi para ver se ele estava bem, já que ele era o mais ferido.

- Posso entrar? - perguntou a cacheada batendo na porta do quarto

- Sim. - respondeu Ravi

O menino estava deitado na cama, virado para cima, sem a sua camisa e com um grande pano grosso cobrindo suas partes íntimas.

- Não sabia que estava sem calças... - disse a menina desviando o olhar para cima

- Seria impossível eu estar com elas, já que as minhas duas pernas, assim como meus braços, estão feridos.

- Realmente. Enfim, eu vim saber como você estava.

- Estou bem. Mais alguma coisa?

- Nossa, pra que essa grosseria?

- Não é grosseria, eu só não me sinto confortável com você e nenhum de seus amigos.

- Mas você nem ao menos me agradeceu por ter te salvado.

- Não precisa exagerar, você apenas me ajudou.

- "Apenas ajudou"? - disse franzindo a testa com raiva - Eu não acredito que estou sendo tratada desse jeito. Sinto muito, mas eu não deveria ter entrado aqui. Com licença.

A garota saiu do quarto e foi direto para o lado de fora da casa, onde Diana, sentada em um banco, também estava.

- O que foi Ana? Parece chateada. - disse a princesa

- Ravi me tratou mal, ele nem teve a coragem de me agradecer pelo que eu fiz por ele - falou a loira enquanto se sentava junto dela

- Hm... Isso me lembra alguém. - disse encarando-a

- Eu? - perguntou apontando para si mesma

- Exatamente. - respondeu dando uma leve risada - Você também nem me agradeceu por eu ter te ajudado. - completou

- Olha, não é que eu faça por mal. Eu só quero manter todos seguros e acabo não aceitando o apoio de ninguém. Me desculpe.

- Tudo bem. Eu sei que a pressão de ser a escolhida deve ser grande, só saiba que você não precisa fazer tudo sozinha. Tá, certo? - disse segurando a mão dela

- Não se preocupe comigo, eu não estou pressionada.

- Ai, ai... sempre tentando parecer forte - disse sussurrando para si mesma

Neste momento, os outros cavaleiros do primeiro Reino chegaram e se juntaram as duas meninas.

- Achamos aquela poção que a Mama deu para nos comunicarmos com ela. Vamos contar o que aconteceu hoje. - disse Samuel

A poção, quando era jogada no chão, transmitia um contato áudio-visual com a feiticeira por um certo período de tempo. José jogou algumas gotas do líquido no solo e a imagem da velha se formou instantaneamente. Ela estava na sala de reuniões com o rei e mais algumas pessoas.

- Ah, finalmente vinheram falar comigo! - disse a idosa

Eles contaram tudo o que havia acontecido hoje, depois disso, Verônica percebeu que o pessoal que estava lá no palácio parecia familiar.

- É impressão minha, ou tem representantes do Segundo Reino aí?

- Ah sim, já ia me esquecendo de falar: o Rei Felipe e o Rei César do Segundo Reino fizeram as pazes por causa de todo esse caos envolvendo os gigantes. Inclusive, os dois estão aqui. Por favor, chamem os outros guerreiros para dar essa notícia.

José chamou todos os outros, menos Ravi pois estava descansando. O Rei César  pediu para que seus cavaleiros ajudassem Anastácia nessa jornada, no intuito de mostrar sua amizade com Felipe. Assim que o soberano disse isso, a chamada se encerrou.

- É, parece que teremos que conviver juntos por um bom tempo. - disse Helena