Capítulo Vinte e Sete: "Jornada para casa e além"

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- Como vocês puderam? – Abri a porta com tanta força que quase quebrei a maçaneta. – Lumus MAXIMA!

O rosto de quatro meninas se iluminou.

Tessa, Cora, Madeline e Cho saíram da antessala.

- Eu tentei impedir, mas Madeline... – Chang tentava se explicar, envergonhada. – Ela lançou um feitiço na gente.

- Sai, Cho. Não se mete nisso! – Puxei a garota e coloquei-a atrás de mim. – Vocês três, como puderam?

No fundo eu já sabia de tudo. Raiva, meu sumiço, minha volta inesperada, Bucky, os meninos..., mas como elas conseguiram nos puxar?

- Ele nos convenceu. – Cora deu um passo a frente. – Malfoy nos convenceu...

- Lucius convenceu ele a recrutar a gente... Malfoy acha que você é uma mancha na família Black e, consequentemente, na dele... – Madeline chorava. – Tessa me obrigou a trazer Cho e Cora aqui.

- Me poupe. – A garota revirou os olhos, mas logo percebeu que sabíamos a verdade. – Tá legal, eu sempre tive uma queda por ele... E fiquei SIM com raiva, inveja e de tudo mais que você estava conseguindo... Eles me disseram que você iria desestabilizar nosso mundo...

- Na verdade, acho que ela foi feita para sair daqui... – Chang enrolava uma mecha de seu cabelo em sinal de nervosismo.

- Isso é ridiculamente infantil... Picuinha de família, ilusão amorosa... – Olhei para Dumbledore.

Sinalizei um canto daquela salinha de ar pesado e triste.

- Cedric, Arthur Weasley e Diggory-pai são do ministério... Quero escrever uma carta formal denunciando Lucius... O garoto vai ser mencionado como testemunha coagida, assim como Tessa e Madeline.

- Concordo. Cora e Cho foram enfeitiçadas... – Albus acariciava sua barba. – Vou redigir uma carta, mas preciso que a assine.

Foi triste ver minhas ex-colegas sendo arrastadas como testemunhas de um processo que não daria em nada, já que falávamos de Malfoy.

A despedida desse mundo, dos meus colegas, pareceu mais triste e definitiva do que das últimas vezes.

Estávamos com medo.

Claramente assustados do que poderia acontecer. Na verdade, do que mais poderia acontecer.

- Aqui. – Puxei uma folha e uma pena do púlpito de Dumbledore. Apoie-os nas costas de Bucky e comecei a escrever. – O feitiço de transporte.

Entreguei para os meninos.

- Ele não morde! – Sorri, mas percebi o medo em seus rostos. – Sinto que uma hora ele vai deixar de nos puxar de um lado para o outro... Precisamos manter contato, e Strange não está o tempo todo a minha disposição para criar portais... Me mandem cartas, doces ou pomos, se joguem por ele ou apareçam de vez em quando. Prometo fazer o mesmo.

Evitamos nos abraçar, porque não queríamos que nada daquilo acabasse.

Pela primeira vez, me senti triste.

Mas me lembrei da vida que me esperava longe dali, assim como o mar de coisas e pessoas desconhecidas que cruzariam o caminho dos meus bruxos favoritos.

Mal posso esperar pelas cartas que vou receber... E as que vou mandar.

Do que será que elas falarão?

Senti um pico de energia, e alguma coisa sussurrou para mim.

Um nome estranho, como... KOBIK¹.

Percebi que as pontas de meus dedos estavam iluminadas com raiozinhos azuis.

- Ah não, agora não! – Barnes pegou minha mão brilhante e riu. – Vamos resolver isso em casa.

- Juntos. – Me preparei para lançar o feitiço.

- Juntos.


¹ Referência: Personagem Kobik, "que surgiu da proposta da S.H.I.E.L.D. em usar fragmentos de Cubos Cósmicos para remodelar a realidade como a agência julgue necessário. O comportamento errático fez com que as peças se fundissem violentamente em um único ser. O ser que eclodiu de sua união sofreu de uma sensação de consciência danificada e fragmentada, e decidiu adotar a forma que mais parecia em sua confusão, uma criança". 

Fonte: Marvel Fandom

A Feiticeira DesconhecidaOnde histórias criam vida. Descubra agora