Capítulo Cinco: "Viagem em família"

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Acho que fazem no mínimo três semanas que estou aqui.

Tem dias que fico perambulando em uma espécie de labirinto luxuoso. Outros dias fico sentada na escada de um mezanino que leva para o "galpão" em que acordei quando cheguei, e como ainda não tenho o que fazer, vejo os Vingadores correndo para combater o caos dos trouxas. Na verdade, quase sempre, fico seguindo Bucky como um cachorrinho sem dono.

- Eu vou achar alguma coisa para você fazer. – Disse o Sargento uma vez. – Não que eu me incomode, mas é uma verdadeira tortura para você.

- Tortura? Só nessa semana você me levou numa hamburgueria e numa pizzaria. Você foi para Nova Orleans, Washington, se perdeu em Chicago e, por um milésimo de segundo, me esqueceu em uma sorveteria no Brooklyn. – Na verdade, eu queria muito rir quando disse isso. Mas ele parecia envergonhado... – Tenho certeza de que você voltou para me buscar no "palácio gelado" porque queria mais sorvete de chocolate.

Bucky agora ria. E ria de uma forma genuinamente relaxado.

- Acho que você está certa... Me empolguei na história do sorvete, tá? Fui andando feliz, mas lembrei que estava faltando algo.

Antes que pudéssemos sincronizar nossas risadas, Sam entrou correndo na cozinha compartilhada secundária do Complexo.

- Façam suas malas, parceiros. – Wilson bateu na pedra de mármore que formava um balcão no centro do cômodo. – Estamos de saída.

- Para onde, Sam? – Agora minha semana estava melhorando.

- Para o Chalé de Stark. – Sua língua estalou ao dizer estas palavras. –Tem um lago particular e todos vão.

- Alguma reunião de emergência? – Bucky parecia desinteressado com a viagem.

- Vamos descobrir quando chegarmos lá. Steve já está no jato. – Sam foi correndo para a ala dos quartos. – Se apressem.

Eu não precisava de muito. Primeiro porque não tinha muitas roupas ou itens pessoais, e segundo porque poderia mexer a varinha e empacotar tudo sem nem estar no quarto.

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- Sejam bem-vindos, parceiros! – Steve parecia empolgado. E relaxado. – Prontos?

Eu não estava prestando muita atenção para ser sincera. Estava observando cada pedacinho da caixa tecnológica voadora.
Estava tão absorta que Wilson me puxou pelo braço e me forçou a sentar.

- Fecha a boca se não entra mosquito. – Agora nos dávamos bem. E eu gostava de andar com Sam por aí.

- Você vai gostar de lá. – Rogers estava se acomodando do meu lado. Ele parecia um senhorzinho pela forma que se ajeitava. – E não se preocupe. A reunião não é sobre você.

Sua mão repousava no meu ombro e isso fez com que me sentisse uma soldada indo para a guerra, mas segura e bem acompanhada.

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O lugar era úmido. O lago estava na frente da casa e muitas árvores deixavam o chalé com cara de lar.

A cena era cômica: várias malas e mochilas gigantes saindo de seis jatos. Diversos heróis com suas roupas mundanas carregando martelo, escudo, armas, arco e flecha, capas, máscaras, computadores e travesseiros.

A Feiticeira DesconhecidaOnde histórias criam vida. Descubra agora