Capítulo Vinte e Nove: "Prólogo?"

122 11 2
                                    


- Se concentra. – Stephen me rodeava. – Se concentre no universo, Helena.

Eu sabia que estava flutuando, longe do chão.

Sentia que a energia do mundo estava flutuando para dentro de mim, revirando minhas entranhas e pensamentos. Éramos uma coisa só.

- Limpe sua cabeça. – Strange agora me encarava, parado à minha frente. – Deixe que ela te conduza.

Estava indo tudo bem. Até que em minha mente, algo aconteceu.

Estava imaginando uma sala branca, vazia e infinita.

- Olá! – Uma garotinha estava me encarando. Cabelos pretos, olhos azuis, pele branca e vestido. – Venha!

De repente, estava correndo atrás dela, usando uma roupa heroica azul e preta. Meu cabelo estava trançado e o sentia ricocheteando minhas costas.

- É um prazer te conhecer. – Ela tomou minha mão. – Venha!

Passamos por uma porta que não estava ali até alguns segundos atrás.

"Wakanda".

- Sim, nosso lar. – Ela se soltou e saiu correndo rindo, rodopiando e de braços abertos.

Estávamos em uma colina, perto da tenda que Bucky morou por alguns anos.

A garotinha agora fazia parte do cenário. Parecia não me ver ou saber que eu estava ali. Minhas roupas voltaram ao normal, assim como meu cabelo.

Me sentia uma observadora transparente.

- Mamãe! – Ela estava com outra roupa. Um vestido branco, bem fofo e florido.

Ela correu de braços abertos até alguém, escondido atrás de uma árvore.

- Com calma, pequena! – Barnes saiu da tenda.

- Oi, minha princesinha! – Era eu.

Vamos com calma.

Eu tenho uma filha com Bucky? E moramos em Wakanda? E ela tem poderes? E é linda!

Estamos no meu futuro? Ou uma projeção do futuro?

A "Eu" do futuro usava aquela roupa de heroína, e parecia chegar de uma missão.

Barnes subia a colina até onde as duas estavam, carregando uma bolsa no ombro.

- Você vai para uma missão, pai? – Ela saiu do colo da minha "eu" e foi para o dele.

- Sim, minha pequena.

- Venha Lizzie, vamos deixar o papai trabalhar.

Antes que eu pudesse ver mais uma força me puxou para outro cenário.

Estávamos na nossa casa em Nova Iorque.

A menininha estava mais velha, talvez com sete anos. Ela brincava com um gatinho branco.

- Venha pequena, vamos alimentar Alpine! – Bucky deu a mão para a criança.

- Alpine, vamos princesa! – Ela pegou a gatinha no colo.

Na cozinha, eu estava sentada, comendo e vendo os dois.

Novamente fui puxada para outro lugar.

- Isso, isso mesmo! – Eu estava voando, com minha super roupa. – Mais alto, filha.

A garotinha voava atrás de mim. Ela estava um pouco mais velha e usava uma roupa toda azul clara.

- Isso mesmo, Lizzie! – Bucky torcia por ela, olhando para cima.

- Elizabeth! Cuidado! – Strange parecia preocupado.

Sam e Steve lutavam para ver quem fotografaria o feito da menina.

Senti que essa seria uma última vez. Fui jogada em um laboratório onde Bucky, eu e Elizabeth estávamos.

- Aqui, querida! – Entreguei a ela uma caixa preta. – Se uniforme.

- Kobik? Eu finalmente tenho um apelido! – Ela abraçou minha perna e a de Barnes. – Obrigada! Eu amei!

- Quer provar sua roupa, pequena? – O soldado encostou em seu ombrinho.

- Sim, sim, sim! – Ela puxou minha mão e me arrastou para longe.

Uma voz em um alto-falante irrompeu o silêncio repentino do lugar.

- Atenção Soldado Invernal, Quasar e Kobik. Reportar ao galpão. – Era a voz de Jarvis.

Abri meus olhos e Strange sorria.

- Viu seu futuro? – Ele sinalizou para que eu parasse de flutuar.

- Não pode ser... Se eu vi, não será mais assim... – Me equilibrei ao sentir o chão.

- Você não viu o caminho, mas o fim. – Stephen arrancou um eletrodo da minha têmpora. – Talvez a forma como você chegará àquilo, vai mudar..., mas se continuar sendo você e tomando suas decisões sem pensar no que viu, o final será o mesmo.

- Helena! Finalmente te achei! – Bruce entrou no laboratório com Stark, Steve, Bucky e Sam. – Fizemos isso para você.

- Ah, sim. – Stephen se afastou. – Eles criaram uma roupa nova para você. Um uniforme.

Peguei o saco, que era muito pesado por sinal.

Descobri um macacão preto com detalhes azuis, botas com a mesma estampa e cores, uma capa azul e luvas.

- Muito poder deve ser contido da melhor forma possível. – Stark se aproximou. – Seu traje absorve energia... Caso você se exceda.

- Eu adorei! Obrigada, obrigada, obrigada! – Tony ficou envergonhado e me deu um abraço desajeitado.

- Helena! – Uma vozinha gritava meu nome.

- Pequena Morgan! – Abracei a Stark prodígio. – Como está minha guerreira?

- Com saudades! – A pequena abraçou meu pescoço. – Papai disse que você e Bucky estão indo para nosso chalé em Rhode Island, e vão tomar conta de mim!

- É verdade! Vamos ficar lá para uma missão e se divertir com você ao mesmo tempo.

- Bucky, Bucky, Buuuucky! – Morgan pulo nos braços de Barnes.

- Olá princesa! – Ele parecia envergonhado por Morgan se dar bem com ele, dado ao passado com os avós da garota.

Tony confiava em mim, assim como passara a gostar do soldado por causa da filha.

- Vamos cuidar bem dela! – Segurei o pulso de Stark. – Vou provar a roupa.

--------------------------------

- O que é aquilo? – Scott parou de comer seu taco.

- Não é aquilo, é quem. – Strange sorria discretamente.

- ISSO! MINHA NOSSA ELA VOA! – Bucky estava pasmo, mas alegre.

E eu também.

Estava começando a gostar de ser Quasar..., mas mais ainda por ser uma maga feiticeira, desconhecida para o mundo, casada com um homem de mais de cem anos, a mais nova vingadora de outra dimensão, ex-aluna da Corvinal.

Acima de tudo, eu mesma.

A Feiticeira DesconhecidaOnde histórias criam vida. Descubra agora