Capítulo Doze: "Eu adoraria um descanso, mas não na enfermaria"

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- Você se lembra de como o Ministério funciona, certo? – Lupin estava me guiando fazia horas, e finalmente havíamos chegado em Hogwarts.

- Sim, eu lembro. – Estava congelando e não entendia por que ele pegou o caminho mais longo.

- E se lembra que prometeram uma vaga a você, assim que se formasse, no departamento diplomático? – Nem eu nem ele lembrávamos do nome de tal departamento.

- Sim, o pai de Cedric, e Arthur Weasley, estavam para arranjar uma espécie de estágio... Para que eu me acostumasse com o trabalho assim que saísse da escola. – Passei pela porta do Grande Salão. Hogwarts estava se recuperando bem, e rápido, após a Batalha.

No fundo, eu nunca quis ser uma figura monótona dentro do Ministério. Eu queria ser professora em Hogwarts, ser como Lupin.

Dumbledore me esperava perto de Snape e McGonagall.

- Professores. – Remus subiu na elevação onde os professores jantavam, me deixando só no piso inferior.

- Senhorita Helena, é bom revê-la. – Albus parecia genuinamente feliz em poder conversar comigo. Era nosso primeiro diálogo direto desde o dia em que sumi. – Venho lhe pedir para continuar sendo nosso exemplo de aluna.

Já sabia o que isso significava. E o que me custaria.

Várias memórias vieram à tona...

Quando estudava em Hogwarts, era considerada a aluna modelo. As melhores notas da minha casa, a segunda melhor na escola toda. A melhor capitã na história da Corvinal e a segunda melhor capitã entre todos. Braço direito dos professores durante a aula, sendo o exemplo ou ajudando em aulas de alunos mais novos. Ajudava em comitês e treinos de Quadribol. Fiz a recepção de alunos de outras escolas durante o Torneio Tribuxo, além de ser a aluna enviada junto a Dumbledore quanto o Ministério precisava avaliar a escola e coletar um depoimento.

Voltando ao presente, acenei com a cabeça, arrancando uma troca de olhares aliviados entre Minerva e Albus.

- Obrigada, querida. – McGonagall se aproximou e começou a explicação. – Após a Batalha, percebemos que os pais não gostariam de mandar seus filhos para a escola tão cedo. Precisamos que você, junto de Potter e Granger, vá ao Ministério e faça uma declaração pública. Seja a guia dos dois e, depois, vá ao Bego Diagonal para acalmar os ânimos de vendedores e famílias.

Ora, parece que serei uma diplomata de uma forma ou de outra.

- Estou pronta. Precisam que eu escreva um discurso ou algo? Instrua Potter e Granger? – Olhava para todos à minha volta que, exceto por Snape, pareciam empolgados por eu estar, aparentemente, empolgada. Sabia que não seria fácil.

- Instrui Potter, mas você sabe da reputação do garoto. Nada sai como o planejado. – Lupin se aproximou. – Granger sabe contornar os erros dele, e é muito esperta. Ela irá absorver e entender tudo o que você fizer no mesmo instante.

- Melhor se trocar e dormir. – Snape finalmente se pronunciou. – Sr. Weasley e Sr.Diggory estarão aqui logo cedo. Separe roupas mais... estudantis.

- O café é no mesmo horário que sempre foi. – Dumbledore encerrou o assunto. – Confiamos em você. Boa noite, senhorita.

- Boa noite, professores. Com licença.

Me afastei rapidamente, enquanto absorvia o barulho de meus saltos contra o piso do Grande Salão. O eco anunciava minha saída, o que atraiu alguns fantasmas que me cumprimentavam.

No caminho para o salão comunal da Grifinória percebi que estava um pouco desanimada. Enquanto esperava as escadas chegarem no andar certo, senti meu peito apertar. Durante a festa disse a Oli que não sabia o que queria fazer... Voltar com os Vingadores quando a hora chegar, ou ficar aqui. Vivendo como diplomata, vivendo perto do Beco Diagonal e esperando o dia em que fosse convidada a lecionar em Hogwarts.

A Feiticeira DesconhecidaOnde histórias criam vida. Descubra agora