Adormecido

Capítulo 8: Espere, eu ainda preciso de você.

Sou tirada dos meus devaneios pela minha tia Alexia, ela e Lélis estavam a caminho para visitar a minha mãe e eu. Só Deus sabe como eu precisava delas aqui, além da minha mãe elas são tudo que eu tenho como família.

- Thalycia meu amor, que saudades! - Disse tia Alex sorrindo e vindo em minha direção para me abraçar. Eu aceitei o abraço de bom agrado.

- Oi tia, eu também estava com saudades, cadê minha prima doidinha? - Perguntei com humor na voz.

- Serve essa aqui!? - Disse minha prima com seu jeitinho peculiar ao adentrar o quarto.

Lélis veio saltitando até mim e me deu um abraço bem apertado assim que a mãe dela me soltou. Não existe pessoa mais alto astral e biruta que nem a minha prima. Tem vezes que essa vibe dela paz e amor chega até dar nos nervos, eu confesso.

- Cadê a sua mãe meu amor? - Indagou tia Alex com a testa franzida.

- Ela está com o doutor Lopez fazendo mais alguns exames, hoje ela não acordou muito bem estava com algumas dores e mal estar. - Respondi prontamente.

- OK meu bem, irei de encontro com sua mãe e o doutor Lopez. - Disse ela já se dirigindo até a saída do quarto. Enquanto isso minha prima até o momento estava entretida com algo no celular.

- Então Lélis o que tem de novidades para me contar? - Questionei minha prima com o intuito de tirar o meu foco um pouco de tudo o quê está acontecendo por aqui.

- Quê? há sim, nada muito empolgante, tem o campeonato de futebol que está para começar na escola e dois irmãos que são gêmeos estão para ingressar na escola. - Disse ela de inicio um pouco confusa, mas logo após já recobrando a concentração.

- Pelo menos alguma coisa acontece na sua escola, a minha é mais parada que cidade fantasma, tédio total. Apesar que nem sei mais como anda, já tem semanas que não vou nas aulas. - Disse com certa frustração na voz.

- Eu entendo que o que você esteja passando não seja fácil, mas você não pode parar a sua vida quando os problemas aparecem. - Falou minha prima com certa repreensão na voz.

- Eu sei prima, mas é difícil não me deixar abater com o problema de saúde da minha mãe, ela é tudo para mim. Eu sei que todos falam isso da família, mas além de você, tia Alexia e minha mãe quem me resta nesse mundo? ninguém. - Eu abaixo o olhar sentindo a tristeza e melancolia vindo a tona, sempre me sinto triste quando penso nesta questão, minha mãe nunca fala do meu pai, não sei se ele está vivo ou se já é falecido, da parte da minha mãe também não há mais ninguém. Uma hora irei ficar sozinha no mundo, tia Alex e Lélis sei que me amam muito, mas elas possuem suas vidas para serem vividas. Sou tirada dos meus pensamentos por minha tia.

- Querida sua mãe vai ser liberada, vai lá ajudar ela a se vestir para vocês irem para casa. - Olho perplexa para minha tia, meu cérebro processa o quê é falado, porém meu corpo continua estagnado, após uns poucos segundos de choque eu recobro total controle sobre meus movimentos e fala.

- Como assim tia? Por quê? - Pergunto com um tom um pouco elevado do que o habitual e gesticulando ansiosamente.

- Não sei meu amor o porquê, mas a sua mãe está muito bem e sem dores, óbvio que ainda está doente, porém estável. O doutor Lopez disse que tudo bem ela ir para casa, só terá que continuar vindo aqui para o tratamento paliativo. Encare isso como um presente meu amor, passe bastante tempo com a sua mãe e mime muito ela, não deixe de falar tudo o quê precisa e o quanto você a ama, está bem? - Disse tia Alex com um tom estranho, como se quisesse me reconfortar por algo, coisa está que parecia que ela sabia o que estava por vir.