🍼Capitulo 4 🐝

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Milla

Eu ainda estava com o Noah. Ele falou que ia resolver as coisas sobre o hospital, que eu não deveria me preocupar. O médico veio avisar que meu pai acordou, eu disse ao Noah que iria ve-lo. Entrei rapidamente no quarto e abracei meu pai.

— Princesa. — Senti seu corpo tremer e olhei para cima. Ele estava chorando. — Eu sinto muito! Eu fui tão egoísta...Quando o médico me disse que eu poderia ter morrido, eu só pensei que você ficaria sozinha. Me desculpa filha.

— Papai. Tanto medo, tive tanto medo. — Solucei.

— Está tudo bem, vai ficar tudo bem. — Ele passou as mãos pelos meus cachinhos em forma de carinho. — Eu vou melhorar, eu prometo neném.

— Licença? — Noah estava na porta. Ele olhava meio incerto sobre se aproximar ou não, mas eu fui até ele pedindo colo.

O homem riu e me pegou. Meu pai olhava aquela cena confuso, mas não parecia ter raiva.

— Quem é você ? Por que a minha filha está no seu colo ? — Papai indagou curioso e Noah riu.

— Me chamo Noah Miller. — Meu pai arregalou os olhos. Não entendi porquê. — Eu queria falar com o senhor sobre uma coisa. — Ele me encarou. —  A sós.

— Claro. Filha, pode esperar ali fora ? —  Me agarrei mais ao Noah.

— Honey, você lanchou? — Eu neguei. Minha barriga roncou na mesma hora.— Eu também estou com fome, pode ir na praça de alimentação comprar algo para a gente ? É só dizer meu nome e vai estar tudo certo.

— Ok Nonoh. — beijei sua bochecha e ele me colocou no chão. Eu estava com fome. — Papai vai ficar bem ?

— Pode ir, vou ficar bem. — Ele assegurou. Eu saí do quarto.

Noah

— Por que minha filha estava no colo de um dos donos de metade dessa cidade? — Rafael questionou.

— Por que a sua filha me conhece e porquê confia em mim. — Dei de ombros.

— O que quer com ela ?

— Com todo respeito, Sr.Allen, o Senhor não estar em posição agir como um pai protetor. — Debochei. Sim, eu sentia raiva por tudo que a Milla teve que passar. — Até ontem o senhor só se preocupava em beber até desmaiar.

— Eu vou melhorar...— Ele murmurou olhando para a parede. — É difícil.

— Largar o vício?

— Quando eu perdi a mãe dela, foi como perder tudo. Eu sei que não justifica, pois eu ainda tinha a minha filha, mas eu fiquei tão mal. Me afundei na bebida. — Os olhos dele se encheram de lagrimas. — A Eliza era tão alegre, tão doce e encantadora, a Milla também é assim. Mas de alguma forma, eu perdi a minha luz quando ela morreu. Mesmo que eu ainda tivesse a minha filha, eu apenas entrei em um buraco tão fundo que não conseguia mais sair, não queria sair. Não queria enfrentar uma realidade onde o amor da minha vida não existia. — Ele secou uma lágrima que escorreu por sua bochecha.

— Ela passou por muita coisa. — Comentei. 

— Eu não sou um homem ruim, mas eu fui egoísta. Ao invés de lutar para cuidar da Milla, eu me entreguei ao vício e a deixei a mercê desse mundo cruel. Eu não tinha reparado até uma semana atrás quando descobri que ela ainda pintava, eu me senti um lixo e tudo piorou. Mas saber que eu quase morri...Não posso fazer isso, morrer por puro egoísmo e deixar a minha filha sozinha. Quem cuidaria dela ?

— Eu cuidaria. — Ele me olhou na hora. — Eu fico feliz que o senhor esteja bem, não desejo mal nenhum a você. A Milla já perdeu a mãe, não merece perder o pai. Mas eu quero falar sobre algo com o senhor.

My little BeeOnde histórias criam vida. Descubra agora