🍼7 - Até que a morte nos separe

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-Sinto muito orgulho de você. -sussurrei para Alice- Estou aqui e não vou sair do seu lado, okay?

-...Eu te amo.

Eu lhe dei um breve beijo e, agora Namjoon estava pronto para começar. A aplicação da anestesia foi rápida, mas bem dolorosa. Alice apertou bastante os meus braços, apesar de não emitir som algum. Ela foi deitada outra vez e Namjoon apoiou cada uma de suas pernas no apoiador da cama, preparando tesouras e bisturi.

O processo foi bem lento, é claro, mas eu continuava atento. Alice estava fraca, continuava olhando de um lado para o outro como se estivesse alucinando, perdida. Mas isso também poderia acontecer, já que a anestesia era muito forte, mas Alice estava aguentando firme, acordada, de uma forma que eu não sabia explicar como. Ela era a mulher mais incrível que eu conhecia.

Após tantas camadas e bastante sangue perdido, Namjoon me chamou de repente, com pressa. Eu logo preparei a câmera, suando frio de ansiedade e felicidade, até que, ouvidos um choro. Um choro alto, saindo de uma voz tão fina e suave que não me sobravam dúvidas de que era um anjo.

Namjoon a ergueu para cima, sorrindo com os olhos e eu filmei o seu pequeno rostinho, me acabando em lágrimas que pareciam não acabar nunca. Namjoon cortou o cordão umbilical e entregou Luna nas mãos de uma enfermeira que cuidaria dela naqueles primeiros instantes.

Fui em direção à Alice, mas ela havia desmaiado. Por alguns segundos eu me mantive assustado, mas entendia que diante das circunstâncias, era algo quase impossível de se fazer; manter-se acordada enquanto uma cirurgia está em andamento.

-Ela acordará logo. -Namjoon me assegurou- Mas o parto foi um sucesso! Ela é uma mulher muito forte e Luna é uma garotinha linda e saudável! Meus parabéns!

Namjoon tirou as luvas e me cumprimentou, checando a pulsação e coração de Alice, antes de sair do quarto. Logo depois que troquei de roupa, algumas enfermeiras vieram para transferir Alice de quarto.

[...]

Enquanto Alice descansava do parto exaustivo em um dos quartos preparados para ela, eu estava no berçário, namorando Luna através de um enorme vidro que nos separava. Ela estava acordada, vestindo uma roupinha de cor amarela com vários corações brancos, com luvas e meias da mesma cor. Os olhinhos dela eram puxados, e castanhos como os meus. Eu confesso que acharia a coisa mais fascinante do mundo se Luna tivesse os olhos de cores diferentes mas ela era perfeita exatamente assim.

Seus olhinhos, curiosos, observavam tudo ao redor. Afinal, era um lugar bastante diferente de onde ela estava antes. A sensação térmica, a forma de respirar e comer, tudo ainda era muito novo. Ela parecia pensar; "uau! Que roupas são essas? Quem são essas pessoas? Aonde eu estou?". Eu parecia um idiota imaginando essas coisas, tudo bem, mas não podia evitar.

Alguns enfermarias ficavam circulando por ali a cada dois minutos para checar se as crianças estavam bem, ou precisavam de algo. Aquilo me tranquilizava e eu pude enfim ir ver Alice, com a notícia de que ela havia acordado.

-Está na hora da amamentação. -um enfermeiro disse, antes que eu pudesse sair- Papais, por aqui.

Alguns homens entraram no berçário ansiosos, se empurrando, e comigo não seria diferente. Assim que cheguei aonde Luna estava, nossos olhares se cruzaram e eu me senti o homem mais feliz do mundo naquele momento.

Era a primeira vez que segurava Luna no colo, ela era tão pequenina e frágil, que eu sentia medo de fazer algo errado ou machuca-la.

-Olá, meu amor. -eu sorri, segurando um dos seus dedinhos- Vamos até a mamãe? Ela deve estar ansiosa para ver o seu rostinho.

Nine Months;;JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora