Capítulo 4 - Comemorar

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Eu, que também não sei aonde estou,
Pra mim, que tudo era saudade
Agora seja lá o que for,
Eu só quero saber em qual rua
Minha vida vai encostar na tua ♫*

A reunião havia terminado por volta de 16:15 da tarde, a próxima iria ocorrer na semana seguinte. Carol estava extremamente feliz com o novo projeto envolvendo Luimelia. Mesmo depois de tudo o que foi discutido diante daquela mesa, ainda estava sem acreditar direito no que vinha pela frente. Sempre estava em busca dos olhos de Paula para lhe tranquilizar e ver que realmente era um sonho tornando-se real.

Após todos se despedirem delas, foram embora da sala e as deixaram sozinhas ali. Carol logo tratou de cutucar Paula pelo braço, que se virou imediatamente à ela.

— Oye, o que foi tudo isso? — disse com uma feição de espanto e um sorriso grande à Paula.

— Não posso acreditar que isso seja real! — disse a loira com os olhos arregalados devolvendo outro sorriso a Carol.

— Bem, vai ser um caminho belíssimo pela frente — mordeu o lábio, olhou para o alto como se tentasse ver imagens de como estariam Luisita e Amelia atualmente — é completamente excitante essa ideia! — voltou a olhar alegremente para Paula que concordou.

— Sim, então agora, precisamos... comemorar, não? Agora sem choros e lágrimas, por favor — disse a valenciana, em tom bastante animado — o café ainda está de pé, certo?

— Claro, claro! — respondeu Carol batendo palminhas na mão, acompanhando a animação entre elas — Hum, pensando melhor, poderia até ser um champanhe, o que acha?

— Pues claro! — Paula riu.

Carol também deu risadas. Havia lembrado do quanto gostava do riso cúmplice de Paula.

— Então, vamos logo para aproveitarmos a tarde. Estou de carro, posso levar a gente — disse Carol se movendo até a porta

— Ótimo, então vamos — Paula seguiu a morena.

No elevador, só havia elas duas. Paula estava de cabeça baixa, olhando o celular enquanto Carol a observava pelo canto do olho. Esta, agora com uma atenção maior aos detalhes, percebeu que alguma coisa havia mudado na outra, sua feição estava mais madura. Curiosa, passeou os olhos pela pele alva dela — notou que havia pouca ou nenhuma maquiagem por ali; a sobrancelha desenhada perfeitamente; os lábios volumosos estavam banhados pelo brilho do batom de um laranja muito sutil. Veio em mente as lembranças de toda a vez que a beijava em cena: fazia questão de tocar, acariciar e cuidar dessa face tão bonita, delicada.

Nesse momento, caiu uma mecha do cabelo de Paula no rosto, o que fez Carol pausar seu olhar e os pensamentos. Virou-se a mirar algum ponto em sua frente, disfarçando o ato. Geralmente Carol não se envergonharia de ser flagrada olhando tão intensamente alguém, porém naquela hora achou melhor evitar. Ao perceber que uma mecha atrapalhava sua visão, Paula a colocou para detrás da orelha. Carol, então, percebendo o movimento que ela fez, voltou a olha-la silenciosamente. Sorriu para si ao sentir uma sensação muito gostosa de poder estar perto dela novamente depois de tanto tempo.

Segundos depois, a porta do elevador abriu-se, despertando as duas mulheres de suas distrações. Em seguida, andaram em direção a garagem. Carol se aproximou de seu chevrolet vermelho e destravou as portas. Ambas se acomodaram no carro.

— Carol, pensou em algum lugar? — perguntou colocando o cinto de segurança.

— Bom, ainda estou em dúvida — ligou o carro — mas penso que há um lugar aqui perto que tem de tudo e é um lugar acolhedor, que adoro — piscou à Paula de forma divertida.

Delicada Selvageria - PaurolOnde histórias criam vida. Descubra agora