A mariposa

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Capítulo 1 - A mariposa

Alexia estava sentada em sua carteira numa típica terça feira... Terça feira nunca era um bom dia... Não era perto do final de semana mas já estava longe do fim de semana que havia passado.

Ah sem dúvidas, ela odiava as terças.

Alexia se lembra perfeitamente... Foi numa terça que se deu conta de que não era normal.

O que você sentiria quando começasse a ouvir vozes miúdas e sussurros sem perceber de onde elas vinham?

Provavelmente procuraria um psiquiatra...

Com o tempo, Alexia foi percebendo de onde vinham os ruídos... Sempre que algum inseto se aproximava ele ficava mais forte.

Ela podia se considerar maluca, mas conseguia ouvir plantas e insetos.

Pode parecer algo legal mas você não imaginaria o que pode se ouvir vindo-se dessas pequenas criaturas.

As rosas se gabam umas entre as outras apenas para ver qual era a mais formosa.

As margaridas fofocam... isso pode parecer impossível, mas acontece.

Insetos presos em teias de aranha que clamam por socorro.

E tudo isso fica na cabeça de Alexia, coisas que apenas ela podia ouvir.

É claro que ela demorou para perceber isso... quando falava sobre essas vozes para alguém, diziam que estava louca.

O que com certeza a irritava, já que sua família tinha vestígios de problemas como esse.

Alice Liddell, a famosa garotinha conhecida pelas suas aventuras no país das maravilhas, era tataravó ou até mais do que isso de nossa querida Alexia. E Alice foi internada depois que voltou do país das maravilhas... Desde então, quase todas as mulheres de sua família (Exceto sua mãe Alyssa, apesar de as vezes dizer coisas sem sentido) tinham o mesmo fim.

E Alexia não queria ter o mesmo destino.

Mas sobrenome que carrega é como uma praga, todo mundo reconhece, até por que, vive na Inglaterra, onde a história de Alice se passou.

Dia após dia tem que aturar coisas do tipo.

Felizmente este seria o ultimo ano naquela escola e Alexia se formaria.

O sinal ecoou pelos corredores. Alexia se levanta preguiçosamente, suas coisas estavam arrumadas cinco minutos antes, afinal quanto menos tempo perdesse naquela sala, melhor seria.

Algumas pessoas pareciam ter cérebro de gelatina naquele lugar. Garotos bombados da equipe de futebol e garotas que vestem roupas que quase lhe tiram o ar (E a dignidade) de tão apertadas e esnobes até a unha do pé. E Alexia não via a hora de sair daquele inferno.

Alexia caminhou pelos corredores naquela multidão que só sabia empurrar. Estava distraída mas quando olhou para o reflexo de um dos espelhos do refeitório que ficava perto da saída, viu uma mariposa.

Uma enorme mariposa negra.

Repentinamente, Alexia sentiu uma tontura, e quando olhou para trás, onde a mariposa deveria estar, não tinha nada. Torna a olhar para o espelho e ela continuava lá.

Alexia continuou com esse movimento várias vezes, cada vez mais tonta até que acabou esbarrando numa garota, derrubando seus livros.

Apenas de ouvir aquela voz nojenta, Alexia sabia quem era.

E queria tanto que fosse um sonho ou uma alucinação como a que estava tendo agora.

– Sua maluca! O que foi? Colocaram alguma droga no chá que você foi tomar com o chapeleiro? – Perguntou ela com um sorriso maldoso nos lábios. Alexia revirou os olhos, lá vinham as piadinhas que repetitivas e idiotas que as pessoas continuavam achando que tinha graça.

Alice in My VeinsOnde histórias criam vida. Descubra agora