𝑻𝒉𝒆 𝑷𝒓𝒐𝒑𝒉𝒆𝒄𝒚 ~ 𝑫𝒓𝒂𝒄𝒐 𝑴𝒂𝒍𝒇𝒐𝒚

O jantar

*** pov Mary King ***

Ver Draco sentado na mesa foi um dos sentimentos mais estranhos. Eu estava completamente congelada e imóvel, e mesmo sentindo os olhares de pressão sobre mim vindos das pessoas ao redor eu só conseguia me focar em Malfoy

Senti meu coração colar na parede de meus pulmões... Senti meus pulmões colarem em minhas vértebras e senti cada poro meu se abrir. Eu tentava apenas desfrutar ao máximo da minha visão atual

Analizo detalhadamente cada milímetro possivelmente visível de Draco. Seus lábios levemente contraídos, sua pele clara que agora me parecia levemente rosada e seu olhar que emanava um sentimento distante do meu... Ele me parecia... Irritado?

Em um ato extremamente ríspido, Draco se levanta da cadeira, fazendo com que a madeira do chão se raspasse no metal pesado do acento, formando um grunhido agudo que ecoa pelas velhas paredes da grande sala de jantar que no momento era ocupada pelo cheiro de comida e por pessoas que nos olhavam por tédio

Percebo quando Lucio puxa o braço de Draco e o olha com uma cara irritantemente má. Provavelmente ele não queria que o filho falasse comigo, e a esse ponto eu suspeito que não era nem ao menos para Draco estar ali. O loiro apenas se movimenta com ódio, se soltando dos braços de seu pai, que me lança um olhar mortal que eu ignoro devido ao som dos passos largos de Draco em minha direção

Analizo novamente seus movimentos, buscando uma ponta de felicidade que fosse. Nada. Seus punhos agora estavam cerrados e a medida que ele cruzava a grande sala de jantar ao meu encontro eu podia ouvir sua respiração profunda, mas fiquei hipnotizada demais em seus olhos cinzas e em seus músculos levemente ressaltados sobre a camisa que o mesmo usara

Malfoy passa por mim e puxa meu braço grotescamente, me levando para longe

Ele não disse nenhuma palavra enquanto atravessávamos os outros cômodos da mansão escura

De repente chegamos em uma sala com uma lareira. Era literalmente a única decoração do local a não ser pelos mofos no canto das paredes azuis escuras

-- Todo esse tempo... -- a voz tenebrosa de Draco soava e se debatia em minha mente. Seus olhos carregavam confusão (ou algo do tipo) mas suas veias da testa estavam pulsando -- A porcaria desse tempo todo você simplesmente estava aqui e não fez nada? Me deixou preocupado enquanto você brincava de casinha?

-- Quê? -- digo trêmula, e a este ponto completamente confusa. Eu não entendia o comportamento de Draco, e no momento eu estava começando a me irritar...

-- Você some do nada e no fim estava aqui esse tempo todo? Não pensou em usar a porra dos seus dons ou sei lá como chamar aquela merda e ao menos me avisar? Me avisar que estava viva?! -- Malfoy gritava com aversão, sua voz (agora mais grossa do que antes) ecoa pelos quatro cantos -- Sabe o que eu passei enquanto você ficava aqui sem me dar notícias?

-- O que VOCÊ passou? Qual o seu problema? Você tem algum tipo de demência? Eu não estava passando férias adiantadas aqui! Eu adoraria poder ao menos comer na verdade. Então me desculpe se eu estava trancada na bosta de um quarto algemada e não tive como usar aquela merda de dom para falar com você! -- eu também gritava, senti cada partícula minha se agitar

-- Mesmo? Você não me parece algemada muito menos mal agora! -- Draco diz com os dentes tão cerrados em minha direção que eles provavelmente furariam sua gengiva. Ele me olhava como se eu fosse uma presa e ele um caçador furioso

-- Você não sabe o que EU passei Malfoy, então não venha me dizer o que eu devia ter feito! -- eu disse, e agora o encarava com ódio

-- Você é uma idiota -- ele diz me olhando, quase cuspindo em meu rosto -- Não queria ser a fodona da história? Então devia ter ao menos se esforçado e me... dado um rumo! Eu não sabia nem ao menos se você estava viva!