Capítulo 1

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Inicio: capítulo 1

Evie estava na cela. Ela estava dormindo antes de dar um pulo se acordando de outro pesadelo. Tentava controlar a respiração, estava ofegante, suando frio e com uma tremedeira que a fazia ficar com raiva por não conseguir controlar.

Nunca soube exatamente quando eles chegaram, os pesadelos. Era horrível. Era sufocante, só queria que eles fossem embora, queria sonhar com alguma coisa além de sua mãe morrendo ou ela sendo presa.

Então, ouviu passos no corredor.

Era esquisito ela poder ouvir, mas a lataria de que era feito o piso da Arca fazia muito barulho, ainda mais naquela área, a Zona Prisional. Ou como gostava de chamar: depósito de delinquentes.

Eram passos pesados, apressados, era de alguém da Guarda, provavelmente iriam levá-la pra ser flutuada.

Era óbvio, fazia cerca de 1 ano que estava presa, um longo e miserável ano de Kane enrolando o Chanceler pra ela não ser flutuada, ou um ano em que simplesmente esqueceram da sua existência e só agora foram se lembrar que ainda tinham algo pendente na cela 102, esperando pra morrer ou sozinha ou no vácuo do espaço.

A porta é aberta e logo é revelado quem estava andando tão apressado... Kane. O pai de Evie. A única pessoa que ela, definitivamente, não queria que fosse sua última visão antes morrer.

— Oque foi? — com um pulo saindo da cama, ela pergunta intrigada. — Oque ta fazendo aqui?

— Você precisa vir comigo. — ele tenta colocar algo em seu pulso, mas seu reflexo é mais rápido e ela desvia o braço pra trás. Kane vê que seria difícil convencê-la, mas, mais difícil ainda, seria fazê-la correr e confiar nele. Kane respira fundo e passa as mãos no cabelo tentando manter a calma. Se é que ele conseguiria ter calma em uma situação como aquela. — Por favor, Evie, coloque isso-

— não. Pra que eu faria isso? É um jeito novo que o Jaha inventou, pra matar prisioneiros? — ironiza. Embora, ela soubesse que não, temia que sim.

Kane parecia nervoso e ansioso, ele não parava de olhar pro corredor vazio, como se estivesse esperando algo? ou com medo de algo?

— Não temos muito tempo. — ele diz antes de desviar o olhar do corredor e se virar pra Evie. — Você vai ir pra terra co-

— Terra? — diz espantada. Ela o acompanha com um olhar nervoso e, agora, assustado.

— sim, Terra. Você e outros cem prisioneiros. —

— Cem prisioneiros? —

— Pare repetir tudo oque eu falo e me escute! — ele olha para o corredor de novo. — Eles já estão vindo. Rápido! coloque isso no pulso.

— Porque? — mesmo desconfiada, pega oque parecia ser uma pulseira de metal. — Porquê eu deveria–

— Apenas coloque e venha comigo. —ela hesita desconfiada. Mas acabou cedendo e colocou.

— Ta, e agora? — eles já estavam no corredor andando apressados Kane ia na frente guiando o caminho até o módulo. — Mas que...

— Chegamos. — ele se vira pra ela a segurando pelos ombros. — Tirei você da cela antes que os guardas viessem pra ser flutuada. A semanas já estava agendado. Garanti que tivesse um acento à mais. Fique viva. — ele da um beijo em sua testa e mesmo hesitando um pouco sai pelo corredor.

— Kane, espera! — ele se virou a ela. — Fique vivo, ou tente. — Evie vai corredo até o módulo.

Tudo oque ela queria era uma brecha pra se ver livre daquela cela. E ela conseguiu. Não aguentava mais  se acordar todo dia e olhar pro cinza das paredes e ter que conviver com sua mente, era perturbador. As lembranças eram perturbadoras. A única coisa que a alcamava era saber que um dia aquilo iria acabar de um jeito ou de outro, ou com sua morte ou com vendo ele uma última vez se vingar, se vingar da traição que ele fez a ela.

E tinha Kane também, ela não se importava o suficiente com ele pra pensar no que faria se saisse da prisão, na verdade, ela pensava no pai, não se pode pensar numa pessoa que não"existe", afinal ele nunca foi um pai presente na sua vida, sempre foi ela e a avó e depois de um tempo ela teve um amigo... Dois amigos.

Após alguns minutos sentada no andar de cima, Evie começa a ouvir vozes no andar de baixo. Provavelmente os delinquentes estavam chegando, ou os Guardas estavam a procurando. Com medo, ela que já estava sentada no fundo, se afunda ainda mais na cadeira. O lugar que Evie estava sentada era um pouco atrás de uma barra de ferro, e como ela se afundou mais pora trás, era quase impossível alguém vê-la ali.

Aos poucos alguns delinquentes vão subindo as escadas, oque ela agradeceu mentalmente poorq serem apenas adolescentes problemáticos e não Guardas. Mas ela ainda não queria que a vissem, ela passar despercebida, oque estava se tornando impossível, por conta de alguns delinquentes estarem se sentando na mesma fileira que ela.

Então, a última pessoa sobe na escada e...

                          »»——⍟——««

Autora: não se esqueçam de dar estrelinha e de deixar seu comentário. Bjo.

The 100: You Again                                              (𝙻𝙸𝚅𝚁𝙾 𝟷) Onde histórias criam vida. Descubra agora