Poema 49 - sem título

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Hoje, sou apenas mais uma alma miserável e moribunda, crendo que merece algo melhor que o perdão.

Mas amanhã, amanhã eu renasço, como uma cigarra saindo da minha própria ecdise, livre pra viver mais uma fase.

E depois? Depois eu morro novamente, só pra passar por mais uma metamorfose, até encontrar a forma que procuro.

Renasço das cinzas dos meus medos
E acaricio meus dedos
Calejados de escrever.

Lembro de escrever sobre uma cigarra
Mas isso foi há uma dúzia de segundos atrás. Já não posso me lembrar.

A vida foi-me tirada e devolvida tantas vezes que já não posso contar
Mas todas elas eu resolvi lutar
Surgi novamente das cinzas em diferentes formas
Tantos corpos, tantas asas, tantas cores...

Todas elas me foram dadas de forma dura, através de processos dolorosos e lentos
Através de metamorfoses complexas que já não sei explicar.

Hoje, escrevo sobre mim. Não mais sobre um alguém que me partiu.
Seria este mais um renascimento? Ou só um golpe de sorte?
Sei que me escrevo sem métrica e sem rima (propositais).

Escrevo às borboletas que me voaram do estômago, esperando que elas cruzem seus destinos em outro corpo que não mais o meu.

Vomitei-as, vomitei-o, vomitei-me.

Me derramo aqui nestes versos.
"Aqui jaz o último poema de ontem"
Ou seria o primeiro de hoje? Não importa.

Já mudei.

Toda Poesia Que Me Brota Do PeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora