Capítulo 28 (Revisado)

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Hellen

Sai do quarto de Clara com uma sensação terrível, estava me sentindo mal, por minha filha está se sentindo culpada, por algo que é culpa minha.

Entrei no meu quarto e encontrei Tati lá.

- Estou péssima amiga - Digo deitando na cama e deitando a cabeça na perna dela

- O que foi? - Ela pergunta

- A Clara, ela está se sentindo culpada, por ter chamado a sua mãe de vó, na frente do seu irmão, meu Deus, a minha filha está se sentindo culpada por algo que é culpa minha - Digo e as lágrimas que eu nem sabia que estava segurando começaram a descer, Tati sentou na cama, com minha cabeça ainda deitada em sua perna e começou a fazer cafuné no meu cabelo

- Oh amiga, eu nem sei o que te falar, mas você sabe, já passou da hora de você acabar com essa história, poxa, se pra mim, está sendo péssimo não poder ficar no chamego com minhas sobrinhas, imagina pra Clara? - Ela diz

- Eu tou me sentindo uma péssima mãe, Tati, eu estou fazendo minha filha passar por uma situação péssima, fazendo ela fingir ser uma pessoa totalmente diferente, eu sou uma péssima mãe - Digo

- Não Hellen, nunca mais diga isso, você não é uma péssima mãe, olhe pra Clara, você criou ela sozinha, ela é linda, educada, é uma criança maravilhosa, e a Júlia? Você teve coragem de passar por um processo de inseminação sozinha, tudo sozinha novamente, só pra ter ela, você tem noção da mãe e da mulher incrível que você é? - Ela pergunta me olhando

- Nesse momento só me sinto a pior pessoa do mundo mesmo Tati - Digo

- Eu não vou passar a mão na sua cabeça, até porque, sou sua melhor amiga, tenho que ser sincera e puxar sua orelha, já passou da hora de você contar a meu irmão, ele merece saber que tem uma filha e a Clara, ela merece viver com o pai, desde que ela encontrou ele, eu percebi o olhar dela diferente, eu sei, convivo com ela a pouco tempo, mas já foi tempo suficiente pra conhecê-la e saber o que ela está pensando as vezes, e eu sei, eu sei e senti o quanto ela quer poder abraçá-lo e passar a viver uma vida de pai e filha com ele, você me entende? - Tati pergunta e apenas balanço a cabeça concordando

- Eu vou contar pra ele, eu não posso deixar minha filha viver mais uma semana, um mês, ou até um ano, sem o pai - Digo

- Se quiser, eu fico ao seu lado - Ela diz

- Não, eu acho que vou preferir estar só, mas não quero falar com ele agora - Digo

- Já está fugindo - Ela diz

- Tati, prometo que de segunda não passa - Digo

- Você tem amanhã e tem segunda, pra contar - Ela diz

- Eu vou tentar dormir, estou me sentindo péssima, dormir ajuda - Digo levantando

- Vamos, amanhã quero andar pela fazenda, conhecer cada canto daqui - Ela diz

- Clara e furacão vão adorar esse passeio - Digo

- Eu vou levá-las, se não tiver problema - Ela diz

- Não, até agradeço, Clara distrai um pouco a mente, ela se diverte quando está com você - Digo

- E você vai pensar, aliás, pensar não, que pensar muito pode dar merda, você vai criar coragem, pra chegar no meu irmão e falar toda verdade - Ela diz

- Tá, vou tentar criar essa coragem - Digo rindo.

Deitamos e logo Tati dormiu, tentei dormir, mas não consegui, só pensava na Clara e no Pedro, ainda me sentia péssima por minha filha está com a sensação de culpa, eu sou uma péssima pessoa...

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