Capítulo 30 (Revisado)

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Hellen

Ele olhou pra mim e olhou pra mãe ao mesmo tempo, olhei pra dona Vera e ela estava pálida.

- Falar o que comigo? - Pedro pergunta

- Com... com vo... você? - Dona Vera pergunta gaguejando e ele cruza os braços e olha novamente pra mãe e pra mim

- Sim? - Ele diz

- Você ouviu errado filho - Dona Vera diz

- Não, eu ouvi muito bem, quem quer falar comigo? - Ele pergunta

- Ninguém - Dona Vera diz mas corto ela

Não sei de onde achei tanta força e coragem, mas olhei para o Pedro, mordi o lábio pra controlar o nervosíssimo e falei.

- Dona Vera, deixa, eu, eu que quero falar com você Pedro - Digo

- Sobre? - Ele pergunta

- Eu vou deixar vocês a sós, é melhor - Dona Vera diz

- Não, vamos lá no escritório, aqui na cozinha não vai dar pra conversar - Digo

- Posso saber o assunto? - Pedro pergunta

- Pedro, por favor, só me acompanhe - Digo saindo da cozinha.

Segundos depois ele veio atrás de mim.
Entrei no escritório e Pedro entrou logo em seguida fechando a porta.

- E? - Ele pergunta me olhando e cruzando os braços.

Me apoiei na mesa do escritório e respirei fundo, na tentativa de me acalmar.

- Na noite em que ficamos, não usamos proteção Pedro - Digo e ele me olha confuso, virei de costas pra ele, olhando pra janela e respirei fundo mais uma vez.

"Coragem Hellen, só precisa ter coragem"

Virei novamente e olhei pra ele.

- Um tempo depois, eu descobrir que estava grávida, foi um choque pra mim, eu tinha só dezesseis anos, estava na escola ainda, não sabia nada sobre a maternidade, assim que descobrir, fui te procurar, mas fui recebida com a notícia de que você havia ido embora - Digo

- Hellen, você está me dizendo - Ele diz e para pra pensar - Você está me dizendo que teve um filho meu? - Ele pergunta

- Uma filha - Digo olhando pra ele e mordendo o lábio - A Clara, ela é sua filha Pedro - Digo.

Ele estava com uma afeição de susto, ele sentou no sofá do escritório e passou a mão no rosto.

- Eu te procurei todos esses anos, quando desistir, encontrei a Tati, não tive coragem de contá-la sobre a Clara, então guardei esse segredo, até o dia em que reencontrei ela, dias depois do nosso reencontro, ela me chamou pra conversar, ela já tinha notado as semelhanças de Clara com a sua família, então contei a ela e aos seus pais a verdade - Digo

- Hellen, eu tenho uma filha? Uma filha de doze anos? - Ele pergunta e vejo que os olhos dele estão cheios de lágrimas

- Sim - Digo mordendo o lábio

- Puta que pariu, eu sou pai - Ele diz passando a mão no rosto e abrindo um sorriso

- O sonho dela sempre foi te conhecer - Digo

- Onde ela está? Eu quero vê-lá - Ele diz

- Ela saiu com a sua irmã - Digo

- Meus pais sabiam de tudo então? - Ele pergunta

- Sim, Pedro, por favor, não fique chateado com eles, eu pedi pra não contarem nada, eu queria que você descobrisse tudo por mim - Digo

- Desculpa, desculpa por ter largado tanto tempo isso de mão, meu Deus, se eu soubesse - Ele diz

- Era pra ser assim - Digo

- Eu notei as semelhanças dela, ela tem algumas manias minhas e da Tatiane, mas nunca imaginei que ela seria minha filha, ela é tão linda - Ele diz

- É um amor de menina, tem um coração gigante - Digo sorrindo só lembrar da minha menina

- Parabéns, você fez um trabalho maravilhoso - Ele diz me olhando

- Fizemos, não é? Porque na beleza dela você ajudou - Digo rindo e ele finalmente ri

- Ainda estou em choque, tentando assimilar, eu tenho uma filha - Ele diz...

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