"Sparks..."

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Boa leitura :D

15 anos atrás

Foi difícil admitir, mas no final tive que admitir. A verdade estava diante dos meus olhos e eu estava me enfaixando para ficar cega, gostava da Billie e não pude evitar.

Eu ainda a odiava, afinal ela era uma intrusa em minha casa mesmo que eu a conhecesse desde criança, mas por outro lado era inevitável não sentir aquele formigamento na pele toda vez que ela sorria ou quando seu olhar se iluminava e mostrava o quão feliz ela estava.

Não era bom para a minha saúde mental, fiquei acordada pensando no por que ela não falava mais comigo. Nem para o meu sistema nervoso e respiratório, meu coração batia de forma incrível quando eu estava perto dela e eu engasgava quando ela dizia "bom dia" para mim todas as manhãs.

Algo estava errado comigo. Alguns anos atrás, eu teria me jogado do segundo andar até minha cabeça sangrar e voltar aos meus sentidos, no entanto agora eu não me importo muito.

Amor estúpido que não controla as pessoas, me faz me apaixonar logo pela Billie?

Estúpido, estúpido, estúpido.

Billie sorriu de novo e parei de pensar por alguns minutos.

- Espiando o seu amor?- Eu pulei em choque quando ouvi a voz de Louis em meu ouvido. Enquanto estava na escada, rolei para o fundo e bati no chão com um baque.

- O que foi isso? -  Eu ouvi Billie perguntar.

Não consegui me levantar antes que Tomas e BIllie chegassem onde eu havia caído. Deitada no chão, com o cabelo cobrindo o rosto e Louis subindo dez passos rindo, não era uma boa hora para Billie me ver. Sem falar que ela já sabia como eu ficava todas as manhãs, isso era pior.

Tomas me ajudou a levantar, Billie olhou para nós e não moveu um dedo. Às vezes, sua atitude me incomodava. Não tinha uma doença contagiosa nem ia morder se me tocasse.

- Obrigado, Tomas - eu disse a ele quando ele tirou o cabelo do meu rosto.

- De nada. Embora eu gostaria de saber como você caiu.

- Porque ela é lesada, ela tropeça nos próprios pés - disse Billie.

Isso doeu.

Foi um comentário frio e rude. Nem um olhar, nem uma emoção.

Ela agarrou Tomas pelo braço e o levou de volta ao sofá para continuar fazendo o dever de casa.

- Amarga - eu disse em voz alta para que ela pudesse ouvi-lo.

- Reprovada - Golpe baixo O'connel.

- Garota mimada - rebati.

Além dos cumprimentos matinais, tínhamos uma pequena rotina que acontecia em casos especiais como esses: brigar como crianças de seis anos por algo bobo.

- Castanhada estúpida - respondeu ela. Era a época da artilharia pesada.

Fiz sinal para Louis descer e me levar até os meninos. Fiquei encantada, adorava irritar Billie às minhas custas. Como eu às custas de Billie.

- Tomas, não me canso de parabenizá-lo por sua excelente atuação como Romeo na peça da escola. Foi ótimo, você realmente tem um futuro como ator - eu disse a ele, abordando-os com Louis atrás de mim. Sentamos no mesmo sofá e jogamos os livros no chão para abrir espaço. Billie nos lançou um olhar ameaçador.

- Foi um sucesso, pena que a Billie não conseguiu o papel. Certamente a queda da escada dos Capuletos foi dolorosa - acrescentou Louis.

Eu deixaria meus amigos me provocarem com Billie em situações que exigiam seus comentários. Como Lucy, Ana e Fer não estavam aqui, fiquei com Louis. Não era a melhor opção porque às vezes o assunto saía do controle, mas era isso ou lutar sozinho contra a garota de cabelos grisalhos.

MARRY ME - Billie EilishOnde histórias criam vida. Descubra agora