Mas não faça o que eu faço

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A Partir daquele dia, seu quarto seria sua morada. Passava a maioria do tempo naquele cômodo, só saindo nas horas de refeição e nos momentos em que queria se aliviar.

Naquele tempo a sua vida estava unicamente direcionada aos estudos, e agora ele aprendia o mundo em casa, com um tutor chamado Helbert Garrison.

Mr Garrison era um sujeito um tanto velho, sua entradas, seu cabelos grisalhos (que mesmos ralos ainda insistiam em cair) e as rugas espalhadas pela a sua face denunciavam sua experiência. Porém, também revelavam descontentamento.

O professor sabia de muita coisa e definitivamente ali era não o seu lugar. Sonhava lecionar para alguma universidade, ter a honra de ensinar algum gênio vencedor de Nobels e receber alguma homenagem na academia.

Mas seu histórico nessas instituições não era dos melhores. Sua raiva e a sua falta de paciência foram o que o levaram ao fracasso. Agora, desempregado e com a grana curta acabou se vendendo a um advogado aleatório que vivia em um vilarejo nos arredores de sua cidade, lecionando na residência dos Broflovski.

E o adulto não era uma pessoa fácil. Era rabugento e muita vezesdava broncas desnecessárias ao mais novo.

Estava visível visível o quanto ele não queria ficar ali. Vivia ensinando os conteúdos de uma maneira superficial, as vezes esquecia algum detalhe importante. Vivia confundindo as tarefas que Kyle deveria fazer, era como se falasse com pressa. Pressa para sair daquele inferno.

Porém não bastava o ruivo ter que lidar com sua rabuja, ele ainda tinha lidar com a sua ignorância do tutor.

O adulto ainda o tratava como uma criancinha e era desnecessariamente didático. A infantilidade era tanta, que Garrison inventou um fantoche, que na verdade era uma meia velha com dois olhos colados e uma cartola, para que o garoto aprendesse de maneira mais "divertida" as matérias ensinadas. Mas não adiantou de nada , Kyle só sentia vergonha alheia pelo o professor.

Foi assim por três anos, Garrison fingia que ensinava e Kyle fingia que aprendia.

O garoto era esperto e não precisava estudar muito para saber onecessário, e quando precisava, recorria aos livros, já que estes eram quem o ajudaram nos momentos difíceis .

E como ele amava os livros, não só os científicos, mas também os romances. Ele se deliciava com essas narrativas, cheia de adrenalina e heroísmos.

Lia empolgado, querendo que algum dia a sua vida entediante pudesse mudar. Queria viver uma aventura igual aos protagonistas daquelas páginas.

Necessitava de adrenalina. Sua vida era tão entediante que se transformou em uma eterna melancolia.

Seus pais, percebendo a infelicidade do filho, decidiram adotar uma criança para dar mais alegria àquela casa, deram lar à um menino escocês chamado Ike, que em pouco tempo virou a novidade de casa. Porém, Kyle não conseguiu lidar bem com a nova companhia, pois vivia chutando o irmãozinho pelos os cantos. Ato que o fez levar tantas broncas que ele nem é mais capaz de contar.

No entanto, houve um dia em que o ruivo finalmente foi feliz naquela casa. Um dia que ele não se importou mais com os estudos, os deveres, o irmão, nem mesmo nos esporros que recebia de seus pais.

O mais estranho de tudo é que esse dia aconteceu de maneira tão ordinária que não tinha como prever. Era quase como um milagre.

Em uma segunda qualquer, Kyle teria mais uma cansativa aula e iria se distrair com algum detalhe qualquer que havia em seu quarto. As crianças que brincavam do outro lado de janela, ou os belos ornamentos que compunham as capas dos livros que ficavam na estante. Qualquer detalhe era melhor do que ouvir o tutor falar.

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