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Engraçado como muitas vezes eu mal consigo lembrar se tranquei a porta quando ainda estou na esquina de casa, mas consigo lembrar perfeitamente daquela manhã de quinta-feira de quando eu tinha apenas 6 anos

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Engraçado como muitas vezes eu mal consigo lembrar se tranquei a porta quando ainda estou na esquina de casa, mas consigo lembrar perfeitamente daquela manhã de quinta-feira de quando eu tinha apenas 6 anos.

Faz dois dias que eu não ia para escola por conta de uma infestação de formigas que tinham encontrado nos fundos do terreno, e estava adorando ficar em casa.

Sempre fui uma criança com muita energia e até aquela manhã de quinta-feira, não tinha com quem gastar toda aquela energia que não usava na escola. Ainda era bem cedo quando meu pai sacudiu meu ombro, me despertando.

— Acorda filha, que tem alguém aqui comigo que quer conhecer você... — a voz do meu pai é suave, e mesmo sem entender direito o que ele queria dizer, me sentei na cama, e cocei os olhos, tentando levar embora o sono.

Assim que foco a visão no meu pai, vejo que ele está segurando um pequeno ser de pelagem caramelo em seu colo.

O grito de felicidade que sai da minha garganta é involuntário, e num pulo me ajeito na cama, me ajoelhando e já estendo os braços para que ele me entregasse o filhote de cachorro que abanava o rabo feliz.

Ele me entrega com cuidado o filhote que parece gostar de mim, lambendo meu pescoço e rosto quando eu o abraço. Faço um carinho no pescoço diminuto e fico encantada com a fita rosa que está amarrada ali. O laço bonito e bem feito eram lindos.

— O laço escolhi da sua cor favorita. Você sempre adora ver o rosa da manhã, e como não ia colorir o cachorro dessa cor, resolvi ainda sim dar um toque de cor no seu presente.

— Obrigada pai! — coloco o cachorro em cima do colchão e me aproximo do meu pai, dando um grande e forte abraço nele. — Eu amei ele... Ou é ela?

— É ele. Pensei que fosse gostar mesmo. Eu vou lhe ajudar no começo, te ajudar a aprender todas as responsabilidades que você terá ao cuidar do novo membro da nossa família. Você acha que dá conta?

— SIM! — estou muito empolgada.

— Passear, dar banho, limpar o cocô, não esquecer de dar sempre água e comida... Isso não é fácil filha. Tem certeza?

— Eu já tenho seis anos papai! — digo sentindo um orgulho grande, mostrando meus dedos a quantidade certa de anos. — Já sou grande, minha idade nem cabe mais numa mão só!

— Não precisa ter pressa pra ser grande querida. Agora levanta, vá escovar os dentes pra gente tomar o nosso café da manhã! 

Depois de dar mais um beijo na cabeça do meu novo cachorro, começo a ir na direção do banheiro. Mas no meio do caminho, me viro pro meu pai que estava fazendo um carinho no filhote.

— Pai, ele já tem um nome? — pergunto.

— Ainda não. Pensei em escolher um nome juntos. Mas se bem que pensando melhor... Como ele vai ser seu... Que tal você escolher um nome pra ele?

— Posso mesmo? — corro de volta na direção dele e o cachorro também se aproxima de mim, me permitindo segurá-lo.

— Claro filha. Mas se precisar de ajuda...

— Não! Eu consigo! Deixa só eu pensar um pouco... — estou muito feliz que o meu pai deixou que eu escolhesse o nome.

Seguro o filhote e analiso todos os seus aspectos. Desde os seus olhos brilhantes e escuros, ao seu pelo macio e que lembrava um caramelo, até as patinhas pequenas e rosadinhas que eram muito fofas. O pequeno rabo balançava sem parar e ele estava um pouco inquieto com a minha inspeção.

Não sei de onde veio o nome, mas até os dias de hoje sou feliz com a escolha dele.

— Você vai se chamar Noah! — anuncio decidida e meu pai sorri com a minha escolha.

O pequeno latido que ele deu foi toda a confirmação que eu precisava de que ele gostou do nome. Engraçado, que mesmo filhote, me lembro diversas vezes quando eu o chamei por seu nome, ele respondeu. Ele sempre atendeu quando eu o chamava. E até quando eu não o chamava, ele está lá.

 E até quando eu não o chamava, ele está lá

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Uma Garota de Mil CoresOnde histórias criam vida. Descubra agora